sábado, 31 de dezembro de 2011

Não vou lhe desejar um feliz ano novo.

Não vou lhe desejar um feliz ano novo.

Não vou desejar que nesse ano encontre paz e felicidade permanentes. Não vou desejar que supere todas as suas metas e vença todos os desafios, encontre alegria no amor, fique rico e seja sempre a pessoa mais linda e simpática do planeta (mas vou desejar saúde. Porque com saúde não se brinca).

Não vou desejar que 2012 seja o melhor ano de todos os anos de sua vida.

365 dias é muito pouco para todas as conquistas, todos os desafios e tudo o mais que deseja fazer, ser e ter.

Esse ano, quero desejar outra coisa.

Desejo que se lembre de todas as conquistas que teve. Que olhe para trás e veja tudo o que foi aprendido, se lembre de todas as pessoas que apoiaram e quem você foi em todas essas situações.

Que determine a vida que quer levar. De repente não é a que está levando agora, a que seus pais querem que leve. Ou seu amor. Ou seus amigos. Ou sua comunidade. Pare e pense na vida que você quer ter.

Escolha as pessoas que te acompanharão. Aquelas que agregam, que lhe dão apoio em todos os momentos. Escolha as que quer ao seu lado e querem estar ao seu lado.

Descubra o que lhe dá prazer e trabalhe para que seja constante em seu dia a dia. Faça o que você ama e ame o que faz.

Reconheça as características pessoais que não gosta e aprenda a mudá-las (ou aceitá-las). Você pode ser uma pessoa melhor todos os dias. Por que quem você quer ser já está dentro de você. Então, procure. Insista e não desista.

Sim, um ano inteiro é muito pouco para tantos desejos.

Então, vamos lá. Procure dentro de você a força que precisa. Suspire fundo. Comece. Agora.

Sua vida está esperando.

Feliz vida para você.


(Não vou desejar feliz ano novo. Esse email que recebi do Personare falou tudo. Acabei de fazer ele meu para 2012, 2013, 2014...)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2011: o que teve?

Antes de começar o nhé-nhé-nhé quero um ano novo diferente, deixa eu dar uma olhada no que aconteceu em 2011:

Eu de CASA NOVA: como eu suspeitava desde 2010, morar no meu lindo, idolatrado, salve salve apartamento seria demais. Ele é gostoso, ventilado. Dormir no meu sofá, ficar na minha cama, na minha poltrona, trabalhar no meu home office é bom demais. Viver eu comigo mesma é delicioso, tava com saudade!

2011 foi o ano que esses pés pisaram na EUROPA pela primeira vez. Dias de se maravilhar, de sorrir, de andar sem horário, de não se preocupar. Dias para se repetir TODO ANO!

Em 2011 eu consegui ter DINHEIRO guardado. Nada que faça inveja ou seja motivo para contratar um guarda-costas. Mas acho que o mais importante de tudo é que me vejo cada vez menos consumista. Cada dia tenho menos vontade de ir ao shopping, de ver vitrines. Na Europa não comprei nem 10% do que os brasileiros insanos trazem nas bagagens e tumultuam os corredores do avião. Acho isso lindo da minha parte.

Na conta AMIGOS tive 2 baixas em 2010, que não foram repostas. Sapos engolidos à parte, não me fazem falta. Os que ficaram está suficiente. E ainda consegui trazer para o real uns 4 ou 5 que eram virtuais. Tá bom, né?

E no AMOR... bom, terminei 2011 (ai, falta 2 dias, dá para reverter?) sem dar um mísero beijo na boca. Mas bem que foi porque eu não quis. Podia ter rolado com o marinheiro, mas eu amarelei. E amarelei mais ainda em Paris, onde rolou convite para conhecer melhor a cidade, if you know what I mean. Eu sou uma bundona mesmo e em 2012 eu serei mais desencanada - ou desesperada, será?

Na FAMÍLIA, foi o ano da culpa e da chantagem emocional. Culpa de abandonar o Astor. Apego à casa da minha mãe, que daqui a pouco não vai mais existir. Tantos laços estranhos. Mas pelo menos está todo mundo com saúde e no fim das contas eu não vivo sem eles.

Na SAÚDE? bom, tudo sob controle... descobri a doença que tenho na mão, e que não piora mais. Não consegui emagrecer um só quilo que me propus em 2010, será que em 2012 tomo vergonha nessa cara?

No TRABALHO, continuei refém de algumas situações, não consegui me impor em outras, em muitos momentos duvidei se era isso que queria de minha vida. Ainda me pergunto. Quando analiso friamente, sim, eu quero. Mas no dia a dia é fogo. Mas acho que é assim pra todas as profissões, né?

Ah, sabe? Quero um 2012 melhor, mas não reclamo muito de 2011 não.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um novo tempo...

Bem que o Acuio disse. Em julho de 2011, ao iniciar um novo círculo astral, eu estava saindo de um círculo que durou 9 anos. E este círculo que começou vai durar 11 anos, e estão previstas coisas bem legais para mim. (e quando estão previstas coisas legais a gente não reclama, né?)

Quando ele falou deste ciclo, brinquei: "nossa, nesses últimos 9 anos, aconteceu TUDO na minha vida, em todos os níveis: casei, separei, operei, cresci profissionalmente, comprei apartamento, e perdi minha mãe". Se pensar bem, tudo isso que aconteceu vai nortear tudo que vem por aí. Esses eventos transformaram a pessoa que sou hoje.

E essa história de ciclo ficou tão clara para mim essa semana. De como as coisas estão no passado. Mas finalmente me vi numa situação, e pensei: esse é um problema da Mara lá atrás. A Mara de agora só sente muito. E só.

Quem diria, heim?

sábado, 17 de dezembro de 2011

Dia do julgamento

Tem um filme, que vi há muitos e muitos anos atrás, que marcou minha memória. Não que seja relevante, digno de Oscar. Meryl Streep, linda como sempre, atua nesse filme. Mas ele nem se enquadra na sua lista de filmes famosos. Tive até dificuldade de lembrar o nome do filme e achar informação aqui.


Mas achei. O nome do filme é, na versão brasileira, "Um visto para o céu". Mas gosto mais do nome em inglês, "Defending your life" - defendendo sua vida. Nesse filme, de 1991 (20 anos, então perdoem lapsos de memória) Albert Brooks morre e vai para o outro lado. E o outro lado é surpreendente (não com aquela aura espírita de Nosso Lar). É um lar transitório, onde as pessoas moram em hotéis, comem em restaurantes, de acordo com seus merecimentos. Elas ficam lá até o seu julgamento final. E são avaliadas pela porcentagem que usam o cérebro.

O personagem de Albert Brooks fica completamente encantado com a personagem de Meryl Streep, que foi uma mulher amorosa, feliz, altruísta. Ela mora num hotel com mais estrelas que ele.Os superiores a adoram, e torcem o nariz para ele. E ele tem que lidar com o seu julgamento, e todo filme que passa da vida dele é ele sendo medroso, fugindo, se anulando... claramente indo para um lugar diferente dela.

Não vou contar o final. Claro que foi feliz, nos anos 90 tudo era final feliz. Mas não esqueço desse filme. Eu sofri com ele todas as aflições. E olha, sinto sempre.

Tem coisas que acontecem e eu me calo. Me calo porque não vou ser desrespeitosa com os mais velhos. Porque tento entendê-los. Porque não quero perder sua afeição. Também não quero ser desrespeitosa com quem trabalha comigo. Aguento tanta coisa. Para mim, é muito fácil gritar com um atendente de telemarketing. Dizer para um parente ou para um colega de trabalho, mesmo com educação, que não concordo com uma coisa, é quase tirar um rim.

Juro. Uma das coisas que mais espero, quando o meu julgamento chegar, é que, apesar do meu medo, eles reconheçam que não faço nada para prejudicar ninguém. Só a mim mesma.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Para o bem geral da nação, diga ao povo que fico.

O último post foi dia 29 de outubro, no dia seguinte da minha volta ao Brasil. E foi um post assim, assim, reconheço. E não consegui mais voltar.

Desde então, recebi cobranças amigáveis e/ou nervosas de umas 5 pessoas, cobrando atualização do blog. E não teve um só dia em que eu não pensasse em postar. Fiz vários posts mentais. Mas na hora de escrever não saiu. Aì hoje chego no meu Facebook e encontro:


Não é uma fofa? Então, já sabendo da confusão que fica São Paulo no final do ano, não quis expôr minha querida cidade ao caos de uma marcha das minha leitoras, parando a avenida Paulista. Juro que vou voltar a postar.

Esses 40 dias foram bem intensos. Refleti sobre muita coisa que aconteceu na viagem, trabalhei muito, e no momento estou dedicando minhas horas livres para administrar um site de amigo secreto de um bando de gente birrenta, e o resto do tempo vendo Jonathan Rhys Meyer e Henry Cavill nas 4 temporadas da série THE TUDORS, que estou vendo de uma tacada só.

É isso. Continuo alive and kicking! Mas não estou escrevendo um livro não, viu, Mari?

sábado, 29 de outubro de 2011

London calling...

Quando planejei a parte "férias" na Europa (porque a primeira parte foi trabalho), escolhemos Paris e Londres para conhecer. Todo mundo com quem falava exaltava Paris - merecidamente - e me alertava que Londres era fria, chuvosa, pessoas fechadas e caríssima. 

Então cheguei em Londres com os dois pés atrás... e dei de cara com uma cidade encantadora! Linda, cheia de vida, pessoas atenciosas, e, principalmente, uma cidade ROCK´N ROLL! Amei cada minuto na cidade. Cada quadra, cada ônibus de 2 andares, cada cabine de telefone, cada taxi... 

Não sabia que a cidade é uma espécie de Broadway, cheia de musicais. O primeiro que assistimos foi esse:



O MELHOR DA MINHA VIDA! O roteiro totalmente formado por músicas do Queen. Metade dele eu e minha irmã passamos chorando lembrando da mamãe, a outra metade em êxtase. O segundo musical que vi foi esse:



Billy Elliot faz parte do meu Top 5 filmes da minha vida. Não podia deixar de ver o musical. Chorei que nem uma louca. Coisa mais linda do mundo. Faz tão bem pra alma ver coisas assim...

Faltou tanta coisa para ver em Londres... mas não se preocupem... eu volto!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tem coisas...


... que a gente não pode morrer sem fazer ou ver.
Estou tirando algumas dessa lista...
:)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Novos ares


É a minha primeira vez na Europa. Viagem chata de 11 horas sentada numa lata de sardinha, fuso, correria. Começa-se pedindo para o motorista do taxi nos levar à rua Dusseldorf, ele entende a cidade de Dusseldorf, e, noventa euros mais tarde, corrigimos questão.

Hoje, tive meu primeiro compromisso profissional. Seminário de um dia inteiro, muitas idéias e dúvidas. Mas também muito cansaço. Quando acabou, ia para o hotel encontrar os outros. Saindo do pavilhão, fui recebida de braços abertos por aquele frio alemão. Fechei o casaco, coloquei a mão no bolso e atravessei a rua, em direção ao ponto do bonde.

Enquanto andava, me veio um delicioso gosto de Europa. Parecia que estava num filme. E eu era a protagonista. Andar sozinha e não entender lhufas dos nomes nas placas. Liberdade. Anonimato. Não consegui evitar um sorriso bobo nos lábios. E assim, feliz, anônima e européia, peguei o bonde e fui para o hotel.

Gosto de mim quando fico assim. Leve.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Cadê meu PPV?

Eu queria ter meu BBB particular. Quer dizer, o BBB eu já tenho: os amigos, os falsos que querem ser amigos, as intrigas, as armações. O que falta pra mim é o acesso ao pay per view, onde eu veria tudo que está gravado.

Eu tenho uma sensação. Mas guardo para mim, pois não quero manipular ninguém, não quero ser injusta e fazer alguém perder o emprego por implicância ou ciúme meu. Aí chega alguém e me desabafa sobre atitudes da pessoa. Quando eu vejo, já estou inflamada e espumando de ódio. Daí eu tento me acalmar, porque não quero tomar atitudes precipitadas. Aí vem outra pessoa e me fala mal daquela que me falou mal da outra pessoa (ufa!). E às vezes até tem razão em alguns pontos (porque ninguém é certo em tudo o tempo todo, né?). E eu me sinto sufocada, e fico tentando, naquele mar de opiniões e fofocas, lembrar da MINHA intuição e sentimentos. E por fim, eu vou desabafar e pedir orientação para uma quarta pessoa. Que também vai dar seu pitaco. Só que eu também acabei por manipulá-la.

É muito difícil e estafante. As pessoas acham que ter poder é fácil, sonham com o dia que forem diretores de uma empresa, que farão o que bem entender. Não tem idéia do quanto é difícil.

Preciso do Boninho pra dirigir o meu BBB e do Bial para explicar para mim fazendo poesia.

Não aguento mais não.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aversão

Minha amiga Aninha quase perdeu a visão. Teve uma série de problemas, cirurgia de emergência. Teve que adiar o casamento marcado. Quando a coisa estava se reordenando, o noivo terminou o relacionamento, sem grandes explicações. De todo drama vivido, ficou grudada na minha mente uma frase que ela disse:

- O que será que eu não estava vendo?

Nunca me esqueci disso. Ela acreditava firmemente que a cegueira física dela estava associada a alguma cegueira subconsciente. Quando ela começou a ver as coisas, começou a resolver a vida dela. Matando dois coelhos com uma cajadada só, ela ainda reformulou seu trabalho para algo mais prazeiroso. Grande Aninha.

O fato é que não suporto mais fazer uma certa tarefa do meu trabalho. Antes eu não gostava. Hoje não dá mais. Simplesmente. Preciso fazer um relatório há 15 dias. Cada dia arrumo uma desculpa para não fazer. Não consigo. Sento e começo a fazer outra coisa. Até louça eu lavei. Enrolo nas redes sociais. Faço esse post aqui. Deito na cama e rolo de culpa. Mas é incrível: todos os poros do meu corpo rejeitam isso. Meu olho dói. Meu pescoço não vira. Minha tendinite me impede de digitar. Impressionante. Estou como minha amiga Aninha: ficando cega, torta, deficiente da mão. Tudo porque não quero admitir que não aguento mais fazer isso. Ou admito, mas não consigo achar uma solução e passar essa bucha para frente.


Preciso me libertar. Juro que vou cuidar disso.

domingo, 25 de setembro de 2011

Mundo limitado

Tem uma coisa que nunca falei aqui. Fui pesquisar para ter certeza, e vi que citei muito por cima, então não conta. Eu fiz redução de estômago em 2006. Fiz dieta líquida, pastosa, tomei vitaminas. Emagreci 60 quilos. (e não pense você que fiquei magérrima com 60 quilos a menos, ainda faltava um bom caminho). Um casamento terminado e a perda de uma mãe depois, recuperei 20 quilos. Mas talvez essas coisas sejam só desculpas, sei exatamente onde errei. Onde saí do caminho. Caminho para o qual tento voltar até hoje. Mas vamos que vamos.

Mas se tem uma ilusão que nunca tive foi que a magreza/obesidade traz felicidade/infelicidade. Muitas pessoas gordas vivem a certeza de que o dia que forem magras serão felizes. Como se gente magra não ficasse doente, levasse pé na bunda, fosse traída, perdesse emprego. É pessoa como qualquer outra, e as coisas acontecem. E a pessoa acha que TUDO na vida se resume à sua condição física.

Ontem fui numa palestra, e sentou uma mulher ao meu lado. Começamos a conversar, e ela olhou para a Coca Zero em cima da mesa e disse: "dava tudo para beber essa coca". Perguntei se ela tinha feito promessa ou algo parecido. Ela respondeu que não, que tinha reduzido o estômago e não podia beber coca. Perguntei quanto tempo tinha de operada (porque realmente nos primeiros meses não pode refrigerante), ela respondeu QUATRO ANOS. Juro, minha vontade era esbofetear a pessoa e mandar ela virar o disco, mudar de assunto, parar de frescura, lavar louça, qualquer coisa. E quando eu achei que não podia piorar, ela disse que só bebia refrigerante quando misturava água, para aplacar o gás. Que nojo! Fiquei quieta e não disse que também era gastroplastizada. Não tinha intenção alguma de trocar figurinha com gente descompensada.

Quando eu deletei meu orkut, perdi contato com muita gente que conheci da gastroplastia. Pois esse povo todo está me achando no Facebook. Aceitei uma delas esses dias. Na época, ela tinha emagrecido bastante, tinha aparecido em revista e programas de tv, dando testemunhos da "oitava maravilha do mundo" que é a cirurgia bariátrica. Quando vou olhar o Facebook da mulher, adivinha o que ela estava falando?? que tinha acabado de dar uma entrevista para a Tv Gazeta sobre gastroplastia, para todos assistirem, etc e tal. Fiquei olhando, incrédula. Cinco anos se passaram, e a PESSOA ESTÁ FALANDO SOBRE A MESMA COISA. Não arrumou um emprego, não teve filho, não fez uma faculdade, não fez trabalho voluntário. Nada. Nada de novo. Como que aguenta falar a mesma coisa por tanto tempo? Não tem outros sonhos, outros objetivos? Não é possível que sua única meta de vida seja ser magra. É muita limitação, meu Deus!


Juro. Tenho minha vaidade. Mas gosto de pensar que, além do meu corpo, sou meus sonhos, meus planos, meu trabalho, meus amigos, minha família, minhas viagens, tanta coisa... tanta coisa nesse mundo para se ficar num assunto só!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Se prepara, Patrick!

- Quando você morrer, Mara, eu já terei partido. Para você me encontrar lá do outro lado, vai ser bem simples: estarei na mesma região que o Patrick Swayze.

Vânia, a minha guru querida e amada, sempre falou isso. Sempre achei graça. Porque só uma pessoa tão bonita, tão cheia de vida, de bom humor, de alegria de viver, sabia falar disso. Ela reconstruiu a vida após a morte do filho, do marido. Aos 65 anos de idade, ainda conseguiu encontrar um novo amor. E desfrutou dele como se fosse uma adolescente.

É por essas e outras que ela é minha guru. Sempre mensagens de otimismo, de superação. E ela ainda conseguiu enrolar esse câncer por 4 anos. E enquanto a gente ficava incrédulo, ela nos preparava para sua partida. Mas essa partida está muito próxima agora. Hoje ela vai fazer um procedimento, e será colocada em coma. E desse coma não vai sair mais.

A gente se engana demais com esse negócio de morte. Quando minha mãe faleceu, do nada, a gente entrou em choque, e pensou: "se estivesse doente, a gente se preparava". Nada. Vaninha nos preparou a vida inteira, e não tem preparo para esse aperto no coração. Só consigo pensar no quanto eu queria entrar no quarto dela por um minuto, dar um beijo e dizer que a amo.

Minha guru, minha amiga, minha "ídola": chega de sofrer, você não merece. Patrick, manda essa luz para minha Vaninha, e se prepara, que o céu vai ficar bem divertido!!





Update das 01:09 do dia 16/09: Vaninha finalmente descansou... Fica com Deus, meu amor!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

#telefonema da depressão

Estranho. Sempre ouvi pessoas se queixarem de que, ao contarem alguma coisa ruim para uma pessoa negativa, essa pessoa sempre tinha doença pior, emprego pior, filho pior, cabelo pior. Parece competição de infelicidade. Opa, não quero. 

 Mas estes dias, deliberadamente, fiz exatamente isso. Falei com uma pessoa que não falava há uns tempos, e perguntei como ela estava. Levou 5 minutos contando todas as doenças, coceiras, dores e infortúnios dessa vida. Fiquei ouvindo ali, meio passada. Não sobrava espaço para falar de mim. E eu queria falar das boas novas que o astrólogo me disse na última consulta. Queria falar que minha amiga comprou um apartamento lindo. Que uma outra amiga está em estágio terminal de câncer e estou sofrendo com isso. Que eu respondi meus emails e fiquei mais leve. Que eu vou para Paris daqui um mês. Que minha irmã foi finalmente fazer o safari na África que ela sonha desde os 5 anos de idade. Que eu comi num restaurante novo e adorei. Foi tanto balde de água fria que só consegui dizer: 

- É. minhas erupções de pele por causa do stress estão com tudo. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Xaveco na terceira idade

Fui almoçar no shopping com o André. E eu achei que o ponto alto era a mocinha do CQC entrevistando o povo na praça de alimentação segurando uma melancia. E ainda periga eu aparecer atrás de uma entrevistada, totalmente papagaia de pirata.

Após o furdunço da praça, fomos comer brigadeiro no Amor aos Pedaços. Sentamos no sofá e começamos a conversar, quando entra um casal idoso. Ele senta a senhora na cadeira, beija a mão dela e se dirige ao balcão para fazer o pedido. Achei fofo. Daí ele grita de lá:

- Professora, quer só o café ou um docinho?

Aí me emocionei, meu pai chamava minha mãe de professora (mesmo ela não exercendo essa profissão desde antes de se conhecerem). Aí ele gritou de novo se ela queria água, e a chamou de "bem". A senhora negou com a cabeça e olhou na minha direção, percebendo que eu estava prestando atenção na conversa deles. Sem graça, sorri e disse:

- que lindo o jeito que ele te trata!

Então ouvi tudo o que nunca imaginei escutar:

- Ah é? Então quando ele voltar para a mesa, pergunta o nome dele porque eu não sei. Ele me pegou alí no corredor, fica me abraçando, me beijando a mão, me fazendo poema, e eu não faço idéia de quem é esse homem!.

Eu e o André ficamos naquele momento de incredulidade e sem saber o que fazer. A primeira coisa que passou na minha cabeça foi que a senhora tinha Alzheimer, e não lembrava do marido. Aí ele chegou na mesa, e reparamos que não usavam aliança. André se encheu de coragem e perguntou o nome do senhor. Chama-se Antonio, e abriu a vida para nós: tem 80 anos, advogado aposentado, professor de Administração e Contabilidade na Faculdade de Medicina (oi?) de Atibaia. E hoje ele "cultiva" cristais (oi?). Mas que hoje, 25/08/2011, ele encontrou a maior jóia da vida dele, a dona Ida, e essa ele não deixaria escapar.

Detalhe: enquanto ele falava essas coisas para nós, dona Ida lá atrás ria e fazia careta, como que dizendo: "esse véio é doido!" Ele percebeu, virou para ela e começou a cantar uma ópera, e emendou em declarações de amor em francês. Perguntou para mim se eu falava francês, disse que não, então ele me perguntou if I speak English, e começamos a conversar em inglês.

Bom, chegou uma hora que eu precisava voltar para o trabalho, então nos despedimos. Brinquei com dona Ida e falei para ela ficar esperta, que homem é uma raça muito esquisita. Ele riu e desejou felicidades para nós dois. Fomos embora com a certeza de ter presenciado o xaveco mais surreal de toda a história.

Tomara que dona Ida seja esperta e não caia na lábia do seu Antonio!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Socializo, logo consumo

Nos últimos dias, estive presente em alguns seminários e congressos sobre livro digital, mídia social, propaganda, etc e tal. E é unânimidade que TODO MUNDO tem que estar no Twitter, que sua empresa tem que estar no Facebook, que a integração com o seu consumidor blá blá blá...

E eu me pego pensando com meus botões: "É?" Quer dizer... eu abro minha conta no twitter para falar bobagem, comentar reality show, dizer que o Rodrigo Lombardi é lindo. Tempos depois, pessoas que trabalham comigo descobrem meu twitter, e eu tenho que policiar o tamanho das minhas bobagens. E ainda recebo conselho de que deveria comentar mais sobre o mercado onde trabalho. Respondo que, quando quiser usar meu @marinha como trabalho, eu crio o @marameusobrenome e vou lá.

Aì eu crio o meu Facebook. Com o mesmo intuito: falar com os amigos, com meus familiares que moram longe. Contar uma piada, reclamar de alguma coisa genérica, postar uma música. Mas claro, as pessoas que trabalham comigo me adicionam. Povo que eu conheço profissionalmente me adiciona. Gerente do banco me adiciona. E eu tenho que repensar o meu comportamento. Afinal, o presidente da associação de classe do mercado onde atuo é meu amigo. E ele só posta coisas sérias, o que ele vai achar de mim se eu postar bobagens?

E, como se não bastasse, ainda tem as propagandas. Amiga me sugere que eu curta o Ford Focus. Amiga, só vou curtir o Ford Focus se eu ganhar um de presente, #fikdik. Curte a Brastemp, o Sonho de Valsa, a L`Oreal... Mas que saco! eu criei esse facebook para INTERAGIR COM PESSOAS, e não com marcas!

E então voltamos ao início desse post: os especialistas sugerem que as pessoas participem das redes sociais. Para quê? Para ser mais um que copia e cola no mural? Para dar RT em bobagem? Querem as pessoas nas redes sociais só para ampliar a gama de CONSUMIDORES. Só isso.

E lá vou eu. A Mara Pessoa Física acha isso tudo um saco. E a Mara Pessoa Jurídica, fazer o quê? Tem que se render a abrir as redes sociais da empresa...

domingo, 31 de julho de 2011

Life

Há 15 dias, eu estava num momento stalker de facebook alheio, e achei esta figura nas fotos de um amigo do amigo de uma amiga (gente doida que deixa álbum aberto para gente desconhecida... tsc tsc tsc). Roubei na hora e coloquei na minha tela do computador.

Interessante como, cada vez que reflito sobre alguma coisa que quero mudar, olho para esta imagem e é incrível como alguma frase salta aos meus olhos e me responde o que preciso. O STOP OVER ANALYSING (Pare de analisar tanto) tem sido uma coisa meio fundamental que estou tentando fazer.

Esses dias, estava meio insana atrás de chocolate, e li WHEN YOU EAT, APPRECIATE EVERY LAST BITE (quando comer, aprecie cada pedaço), e olhei para mim e vi que estava comendo sem pensar.

IF YOU DON´T HAVE ENOUGH TIME, STOP WATCHING TV (Se achar que não tem tempo, veja menos TV). Fiz isso com a redes sociais. Tirei 4 dias de folga. Nossa, não morri nem ninguém morreu! E consegui resolver coisas pendentes.

Tem uma frase aí, que não vou dizer qual é (RÁÁ!) que está me pegando. Estou tentando fazer. Só sei que estou repensando minhas posturas. Esta semana, depois de meses de mágoa com uma pessoa, resolvi dar um passo de conciliação. Recebi de volta um carinho tão inesperado que me desestruturou. Acho que estava muito apegada nesse círculo da mágoa. Sair dele foi bom. Não sei se seremos felizes para sempre, mas é bom se libertar de maus sentimentos.

E você? que frase te pega nessa figura?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O desleixo

Eu acredito na lei do retorno. Aquela do aqui se faz, aqui se paga. Por isso, sempre tento ser uma pessoa melhor. Claro que tropeço bastante. Mas tento sempre entender o lado do outro.

A internet é terra de louco e gente desalmada, que acredita na impunidade do anonimato. Então, encontramos declarações insanas de homofobia, de ódio a nordestino, ridicularização de gente gorda, feia, desdentada, velha. E quem nunca riu que atire a primeira pedra.

Mas, como eu ia dizendo, eu não gasto muito neurônio com esse povo porque eu acredito na lei do retorno. Acredito que cada imbecil homofóbico irá um dia ver algum ente querido se assumindo, e terá que lidar com isso. Acredito que a pessoa possa um dia ser ajudada por um nordestino, ou conhecer a região a fundo e ver como são pessoas boas e como é a realidade (difícil) deles. Acho que em algum momento a pessoa, que tanto se vangloria de seu corpo, e julga os gordos, pode um dia engordar, ou ter alguém próximo e querido sofrendo este preconceito, e começar a ver a pessoa como um ser humano, não um monte de pelanca ambulante. Ou seja, meu pensamento é esse: se você sentir na sua pele, você vai respeitar.

Aí eu abro o UOL e vejo a seguinte notícia em destaque:

PQP. Tantos avanços tivemos com a ciência e a medicina garantindo que a coisa não é tão simples assim. Tem questão de genética, é uma doença, etc e tal. E que a TV oprime, a moda oprime, a mídia oprime, que as pessoas que as propagandas mostram são irreais. Aì vem essa senhora, lá do limbo do quase esquecimento. Ex-miss, atriz que engordou muito após gravidez, resolveu se aproveitar do excesso de peso e volta a TV. E na oportunidade que ela teria de mostrar ao mundo que é possível ser feliz do jeito que é, se achar bonita do tamanho que estiver, ela solta essa pérola e diz que só engordou por desleixo, e aproveita para marcar ainda mais a crença de que os obesos são desleixados.

Para que colaborar se pode ferrar ainda mais, né?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Avon chama!

Semana passada faleceu a Carminha, prima do meu pai. Muito amiga da nossa família, estava sempre por perto. Carminha falava alto, se intrometia em tudo, sem noção, mas era daquelas pessoas sem maldade e folclóricas, que a gente relevava tudo. Além disso, desde que me entendo por gente, ela vendia Avon. Nos últimos anos, incluiu Natura e tupperwares no seu portfólio. Sua maior e absoluta cliente? Minha mãe. Nunca tive coragem de perguntar, mas tenho certeza que o padrão de renda da Carminha caiu vertiginosamente após a morte da minha mãe.

Na última vez que vi Carminha, a gente discutiu. Por uma bobagem: eu não consegui ligar o vídeo para o meu pai, e ela gritou que eu tinha má vontade com ele. Dei risada, achando que era uma brincadeira, quando percebi que não era, fiquei tresloucada de ódio. Bati boca. Meu pai mandou deixar pra lá. No mesmo dia, mais tarde, ela brigou com outras 2 pessoas. Daí percebi que não era pessoal. E mais um tempo depois entendemos que já era a doença dela tomando posse de seu cérebro. Hoje damos risada daquele dia de brigas com todo mundo da família.

Carminha morreu, e fui na missa de sétimo dia. Converso com o filho dela, ofereço apoio, etc e tal. Ele diz que está bem, e que tem certeza que a mãe está contente no céu com seu catálogo da Avon reconquistando todo o mercado perdido. Olho para minha irmã e dizemos na mesma hora:

- Ufa! mamãe finalmente vai ter o que comprar por lá, depois de 1 ano e 11 meses de abstinência!


Amanhã, dia 26, é aniversário da minha mãe, vai ter lasanha no céu, e chegou mais um para comemorar com ela.

Feliz aniversário, mãezinha. Você nunca sai do meu pensamento. Te amo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Da arte de aguardar uma resposta de email


Das coisas mais pavorosas de se fazer no mundo: mandar um email. Após algum tempo, mandar um torpedo avisando que mandou o email. Avisar no Twitter que mandou email. Avisar no Facebook que mandou um email.

Queria aqui escrever um manual prático do MEU método de resposta de emails.

1. Partimos do pressuposto que o email chegou. Pode confirar. Principalmente se nós nos conhecemos e trocamos emails, ou seja, conhecemos e confirmamos nossas @.com.br, então ele chegou, não há dúvidas. A não ser que você entupa meu email de correntes, orações, teorias da conspiração, eu não te moverei para a pasta SPAM.

2. Sobre a Pasta SPAM: Encheu meu saco com power-points, correntes, piadas do século passado, povo que perdeu o rim na banheira? SPAM. É uma pessoa querida, de meu convívio? Não vai pro SPAM, mas esses emails eu não responderei. Não vou ler. Não clico. Nem vou mandar de volta para ver o que acontece. E tenho certeza que não acontece nada.

3. Eu recebi seu email sobre um assunto que eu devo responder, e não respondi? Segue abaixo o que pode acontecer:
a. Eu não considerei uma prioridade responder, e foi pro fim da fila. Ele será respondido quando for possível.
b. Eu ainda estou refletindo sobre o assunto, estou estudando alternativas, e não tenho uma decisão tomada.
c. Eu não quero responder.

Sim, eu sei que é angustiante. Já mandei emails que esperei muito por resposta. Já mandei carta de amor por email e fiquei esperando um sinal. Masvocê tem que entender que as coisas não acontecem na sua velocidade. Você mandou o email, a bola está com o destinatário. Aguarde. Ou não aguarde e siga com sua vida sem essa resposta. Mas pelo amor de Deus, não mande outro email ou SMS ou tweet ou telefonema para cobrar essa resposta!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Midnight in Paris


Woody Allen é assim, uma coisa ame ou odeie. Bom, eu amo. E estava aqui doida para ver "Meia noite em Paris", pelo simples fato que vejo tudo do diretor, e segundo porque em outubro estarei em Paris, e nada como babar com antecedência.

Momento confete: que homenagem linda ele faz aos artistas dos anos 20: Hemingway, Fitzgerald, Gertrude Stein, Picasso, Dali, Monet e tantos outros. Não sou intelectual e não conheço toda a obra dessas personalidades, mas é tocante ver a humanidade que Allen os trata, e o efeito que conhecer essas pessoas causa em Gil.

Mas acho que o mais legal foi ver que Gil precisou viajar no tempo para ver que ninguém nunca está satisfeito com sua vida, com seu tempo, e sempre idealiza outros tempos, outras situações, outras realidades. Melhor ainda foi ele fazer essas viagens no tempo, e quando voltava pra realidade ele percebia o quanto o relacionamento dele era abusivo, e o quanto ele se anulava, com aquela noiva chata dos infernos (É, eu costumo ficar do lado das meninas, mas essa não merecia não!). E melhorias a gente faz nessa vida, não na passada nem na futura!

Além disso, Paris como cenário para uma mudança de vida, né? Amei. Quero pra mim!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ouvido seletivo

Meu pai escuta a TV cada vez mais alto. E nós sempre reclamando. Até que minha irmã se cansou e marcou uma consulta no otorrino com ele, para averiguarmos a situação. A escolhida da vez para acompanhá-lo fui eu.

Primeira consulta: Explicamos à médica a situação. Ela diz que isso é muito comum, e muito provável pela idade dele. Pede uma audiometria pra sabermos a dimensão da perda. Aproveita e dá uma olhada em ouvido, nariz e garganta, e diz para ele que fisicamente está tudo certo, agora precisamos saber com o resultado do exame se funcionalmente está tudo bem.

Na saída do consultório, ele vira pra mim e diz:
- viu como estou bem? fui elogiado.
- pai, você ouviu o que ela disse? que está tudo bem, mas precisamos saber se o ouvido escuta, por isso o exame.
- não, ela disse que está tudo certo.

E fim de papo. Passou o mês, fez o exame, marca retorno, e hoje vamos lá. Na sala de espera ele já ameaça:
- se mandar usar aparelho, eu não vou usar. Não preciso, é desnecessário que nem o óculos para dirigir!
- se o senhor não vai fazer o que a médica pedir, para que estamos aqui?
- para ela ver que eu estou muito bem.

Entramos no consultorio. A médica constata uma perda auditiva moderada. Explica que é normal da idade. E sugere o uso de aparelho auditivo. Indica 5 lojas, dá uma carta de encaminhamento onde iremos emprestar o aparelho para ele ver qual se adapta melhor, daí fazer um teste com ele, e apenas então comprar o aparelho. Ele então pergunta qual a porcentagem de audição perdida. Ela diz que não dá para quantificar, mas diz para ele não se preocupar, que está no nível normal, só requer uma atenção. E que em termos de compreensão das palavras entende 100% do que é dito, mas precisa que seja mais alto. O que não afeta muito o convívio social dele, que é o mais importante. Ele só teria problemas, por exemplo, ao assistir uma novela, onde muitas pessoas falam ao mesmo tempo.

Saímos do consultório, entramos no elevador e ele diz:
- viu como estou bem? não preciso mudar nada na minha rotina!
- pai, você estava no mesmo lugar que eu? não ouviu o que ela disse?
- ela disse que eu precisava do aparelho para ver novela. Eu não vejo novela, não preciso.

Fim.

(Não sei se me preocupo ou se fico inveja do meu pai, pela capacidade de ouvir só o que lhe interessa...)

sábado, 9 de julho de 2011

40 and fabulous!

Posso falar?

Eu gosto do dia do meu aniversário. Acho 09/07 uma data cabalística. E é feriado em São Paulo, é nome de avenida. Gosto mesmo. Gosto de receber o carinho das pessoas e gosto de comemorar com quem amo. Coisa de canceriana mesmo.

E eu tô pouco me lixando com a idade. Entrei nos enta mesmo, gente. Eu sempre achei que meus trinta foram mais legais que meus vinte. Então, quero crer que nessa década que inicia muita coisa boa vai acontecer comigo.

Tive dias bem difíceis nos últimos tempos, mas esse inferno astral veio mais como um céu astral. Não que grandes coisas tenham acontecido. Mas estou conseguindo que algumas coisas na minha vida fluam melhor, pareço estar mais organizada, mais consciente de algumas coisas. E quando a gente tem consciência a gente lida melhor com as coisas boas e ruins. Então, inicio esta década cheia de esperança.

Feliz aniversário pra mim!


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Síndrome de Potira

Estava eu no supermercado fazendo a compra das bebidas pra festa de aniversário. Apreensiva, pois eu só bebo refrigerante, então não sei a melhor marca de vinho, de cerveja, a quantidade normal. Noção zero. Mas graças a Deus a internet está aí para facilitar a vida de ignorantes como eu. Achei um site que diz a quantidade de bebida por pessoa. Desconfiada, cliquei em mais dois, que confirmaram a informação. Ok, então: 73 pessoas x 400ml de refrigerante = 30 litros de refris. Ou 15 garrafas de 2 litros.

Pego as 15 garrafas. Olho pro carrinho, dá medo que falte. Pego mais 4 cocas-zero. Só por precaução. Vou pegar cerveja e água. E resolvo pegar mais 4 guaranás. Daí eu grito: "Potira, sai desse corpo que não te pertence!" e devolvo os guaranás na prateleira.

Potira, minha saudosa mãe, era o exagero das compras em pessoa. Tinha 5 pessoas pra jantar e ela pedia 4 pizzas com medo que não dessem. Sobravam 2. Para ela sempre tinha que sobrar do que dar certo. O momento mais absurdo foi na 1a festa que fiz no meu antigo apartamento, no meu 1o ano de casada. Inventei de servir salgadinhos. Escolhi 5 tipos. E claro, fui me aconselhar com minha mãe sobre quantidades. Filha, são 6 salgadinhos por pessoa. Se são 5 tipos, então é 30 por pessoa. Confiei na minha mãe e fiz a encomenda.

Quando fui buscar na padaria, com meu antigo Clio e seu porta-malas ridículo, e começou a sair 956.278 bandejas lá de dentro, comecei a me desesperar. A festa foi uma piada: eu comecei a obrigar todo mundo a comer sua cota de 30 salgadinhos. No final, ainda fizemos gincanas e brincadeiras de adivinhação, e quem perdesse comia um salgadinho. Salgadinho virou castigo. A empregada foi embora com 8 bandejas lacradas. O porteiro idem. Os mendigos da rua ganharam vários. Foi assim. Uma orgia salgada.

E quando me vi hoje, absolutamente enlouquecida querendo levar 50 garrafas de 2,5l de refrigerante, percebi o tanto de Potira que tenho dentro de mim. Que bom. Que saudade daquela insana para eu pegar no pé.

sábado, 2 de julho de 2011

Por isso eu fico sóbria

Sabe quando eu falo das mentiras que a pessoa conta no Facebook e afins? É disso que estou falando (de novo). Mas é que eu não aguento. E eu preciso escrever este post pra não sair dando uma de louca e falando as verdades para idiotas.

Aí no Facebook (naquele processo de orkutização que já já vai me expulsar) está essa moda de escrever frases de efeito e todo mundo copiar e colar no seu mural. Tem a dos salários de professores, da melhor amiga, do pai. E agora apareceu essa dos irmãos:

Dei um print na tela. Falei semana passada com a irmã deste cidadão que postou isso. Ela teve um problema no útero e teve que retirá-lo, há 2 meses. E nesse interím o marido foi embora de casa. Está passando por problemas terríveis. E na nossa conversa ela revelou a mágoa de que tudo isso aconteceu e ela não recebeu sequer um telefonema do irmão. Sim, esse mesmo que posta no Facebook que está junto para segurar a mão e ama de coração.

Meu filho, você não está segurando nem um telefone, que dirá segurar a mão de alguém. Idiota.

(acho que é por isso que eu não bebo. acho que se bebesse eu ia sair apontando essas coisas na cara das pessoas e alguém me assassinaria. Certeza.)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Julho


Quando o dia do meu aniversário vai se aproximando, eu sinto uma ansiedade quase incontrolável. E meio que uma paralisia também. Não sei o motivo. Talvez pelo fato de meu aniversário ser nas férias. E você sabe, quem faz aniversário em julho não tem festinha na escola. Quando eu era pequena, como eu queria um bolo na escola! Sim, algumas mães faziam a festa tardiamente. Mas a minha mãe provavelmente nunca pensou nisso (por ter a agenda absolutamente cheia) e eu nunca fui de pedir as coisas. Tenho certeza de que se tivesse falado com ela dessa minha vontade, ela teria atendido. Mas eu sou assim mesmo, bundona: quero que as pessoas PERCEBAM o que eu sinto. Coisa de canceriana mesmo, desde sempre.

Então quando eu fiz 15 anos, não tive nem festa. Naquele ano, a nossa casa estava caindo aos pedaços, e meus pais precisaram comprar todos os móveis de novo, além de uma super reforma. Ninguém tinha grana para uma festa. Ainda mais em julho, né? todo mundo viajando...

Aí eu prometi que faria uma super festa de 30 anos. Faltava 2 anos e eu bradava aos quatro ventos da minha super mega blaster festa de 30. E os 30 vieram... e estão indo embora e nada de festa. Quando vai chegando perto volta o sentimento da menina que não tinha festa, e o aniversário ainda cai em dia de feriado em São Paulo, não sobra um. Mas eu acho que a minha grande questao é a timidez e o medo de ser rejeitada.

Bom, dia 09 de julho faço 40. E galera geral cobrando a festa. Inclusive porque este é meu primeiro aniversário no meu apartamento novo, e ele tem salão de festa. Mas o salão é pequeno e cabem apenas 40 pessoas. E minha lista básica tem 78. Sofri com isso por dias, e por fim dividi a festa em 2 dias: uma para amigos, e outra para família. Mas ainda assim estou tensa. Muito tensa.

E, como aquela menina da escola triste por não comemorar com a classe, fico tão chateada com alguns amigos optando por não passar esse dia comigo. Sim, eu sei que o mundo não gira ao meu redor, que não é pessoal, mas o que eu posso fazer? Sentimento é coisa que a gente sente. Eu deveria me apegar aos que dizem SIM, mas os NÂOS pegam pesado em mim. Alguns NÃOS eu compreendo, outros eu fico buscando o porquê.

Tudo o que eu desejo para mim nessa nova década da minha vida é que eu seja mais leve. Que eu não pense tanto, especule tanto. Uma coisa meio aquela canção dos Beatles: live and let live.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Repensando a maternidade

Eu sempre quis ser mãe. Mas o destino não quis (até agora, pelo menos). Já engravidei uma vez, mas perdi. A criança teria 14 anos hoje e estaria me enlouquecendo, eu sei.

O fato é que sou mãe de um bebê (de 12 anos) cocker spaniel. Ele foi tão mimado por mim, e pela minha mãe, que agora não conseguimos domar este monstrinho lindo. Minha mãe deixava de sair para ele não ficar sozinho. E eu achava minha mãe exagerada. E agora, que não moro mais com ele, fico atazanando minhas irmãs para saber que horas elas chegam para ver quantas horas o menino vai ficar sozinho.

Eu acho que quando elas lêem meu nome no celular ligando, elas suspiram. Aì elas não atendem. E aí eu vou lá ficar uma horinha com ele. E quando eu chego ele chora, esperneia, faz todo aquele drama com aquela cara de chantagem emocional que só um cocker tem. E devo admitir: isso me abala. Quando falo TCHAU, ele se enrola no sofá e fica desolado. Juro, meu coração fica junto dele. Não o levo para morar comigo por culpa DELE, que não sabe se comportar no elevador e late que nem... um cachorro!

Ontem minha irmã disse que chegaria em casa às 18hs. Fiquei tranquila, seriam só 3 horas de "solidão". Às 18:30 liguei em casa e ela não atendeu. Já me bateu o pânico: liguei para ela, e ela disse que apareceu uma emergência e ainda ia demorar mais 1 hora. Bastou para meu stress começar. Comecei aquela briga comigo mesma: uma parte de mim me mandava ficar quieta na minha casa, que as minhas irmãs são co-donas do bebê e elas tem que ter responsabilidade. A outra parte de mim queria ir correndo lá para pegar ele no colo, beijar, pedir desculpas pelo abandono.

Venceu a parte durona de mim. Com muito sofrimento e peso na consciência. Ah, quero mais não esse negócio de ser mãe. Eu vou ficar assim cada vez que o filho sair de casa?

domingo, 19 de junho de 2011

O preço das coisas

Esses dias assisti o filme "O amor acontece", com a Jennifer Aniston e o gatón Aaron Eckhart. O filme é assim, assim... sei lá. Mas ele teve um aspecto que me pegou pesado. Burke perdeu a esposa num acidente de carro, e escreve um livro de auto-ajuda sobre como lidar com perdas. E fica famoso, e dá palestras, programas intensivos, negocia programa de TV. Ele, todo compreensivo e acessível, ajudando as pessoas a lidar com a morte. Menos ele. Porque ele, sempre que está sozinho, está contido e reprimindo suas reações.

E no meio de uma palestra, aparece seu ex-sogro. Que pergunta como ele consegue enriquecer, ficar famoso, com a dor de alguém. Com a morte da filha dele. E até quando ele iria mentir para si mesmo?

É uma coisa que eu evito de falar em voz alta, mas sempre martela minha cabeça. Eu estou tão feliz com meu apartamento. E qual o custo dele? o seguro de vida da minha mãe. É tão difícil aceitar que você realizou um sonho com um preço tão alto. Como ser feliz com isso? Aí eu minto que considero esse apartamento um presente dela. Mas eu não queria o presente, eu queria ela de volta. Mas eu não quero abrir mão do meu apartamento. Talvez uma coisa não tem nada a ver com a outra, talvez eu precise dar uns gritos daqui da janela, talvez precise rezar uma missa, não sei.

Essa semana sonhei com ela quase todos os dias. Será que vai ser esse buraco para sempre no coração?

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Casamento # amor # felicidade

Já falei mil vezes aqui o quanto essa vida de comercial de margarina nas redes sociais me incomoda. Não porque a felicidade alheia me incomode. Mas porque a gente sabe que nem todo mundo achou sua alma gêmea, todo mundo tem problemas. E pessoas como eu, que não mascaram a realidade, começam a questionar porque todo mundo é feliz, menos eu.

Aí hoje tive mais uma prova. Estava eu no Facebook, e aparece uma "pesquisa" sobre sua situação nesse dia dos namorados, recomendada por uma amiga. Apareceu assim na minha página:

Quatro conhecidos responderam esta pesquisa. Uma delas respondeu "solteira vivendo a vida", e eu acho que é isso mesmo. Um rapaz respondeu "solteiro procura". Ah, e ele procura MESMO. Ele ataca toda e qualquer mulher que passa pelo facebook, já adicionou 3 amigas minhas que ele não conhece.

Das duas que clicaram na opção CASADA E FELIZ: Uma já levou uns belos sopapos do marido, e só aceitou não fazer B.O. porque ele pagaria seu mestrado, o que ele fez. Ou seja, negociou o casamento. A outra casada e feliz está no 5o. amante, cujas peripécias sexuais ela me contou com riqueza de detalhes. E eu ouvindo com cara de espanto.

Daí eu fico pensando: isso é ser casada e feliz? ou elas são felizes apesar de serem casadas? ou a felicidade não vem do casamento? Ou sou eu a romântica incurável que quer acreditar que pessoas que seguem casadas QUEREM estar casadas? Que o casamento é uma união de almas, não de interesses?

E, além das pessoas que fingem que são casadas e felizes, tem aquelas que estão sozinhas e estão em absoluto desespero com a chegada do dia dos namorados. Recebi uns 15 emails, posts e mensagens com a frase: "eu não fico com índio no dia do índio, eu não abraço uma árvore no dia da árvore, então não preciso de um namorado no dia dos namorados". Eu fingi que achei engraçado, mas não achei. Que bobagem. Porque esse ar blasé? Quem não quer estar com o coração apaixonado? Qual o problema de admitir isso? E porque também dar importância ao dia dos namorados? isso é data comercial. Restaurantes, motéis, tudo fica lotado e caro nesse dia.

Amor a gente vive todo dia. Não precisa de data comercial para isso. E não precisa fazer de conta que não quer. Chega na hora que tem que chegar.
(e eu, que não tenho vergonha nenhuma, quero que o meu amor venha logo!)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Jogando a vaca da torre

É, o mundo dá voltas. E na correria dessas voltas, a gente nem percebe as voltas acontecendo.

Era uma vez uma mulher. Vamos chama-la de Mara * (*nome fictício, rá!). E ela estava vivendo uma enorme crise no seu casamento. E o casal tinha uma amiga, vamos chamá-la de Vaca (Le Vaquê, carinhosamente falando). Le Vaquê era francesa. Mara e seu marido deram total guarida a Le Vaquê. Foram amigos. Emprestaram panelas, edredon, seu tempo precioso. E o casamento da Mara em crise. Daí Le Vaquê volta para França. E só depois disso, Mara fica sabendo que Le Vaquê deu em cima de seu marido o tempo todo, dentro de sua própria casa. E Mara não percebeu isso porque confiava na Vaca, no marido e estava totalmente absorvida com seu problemas, e não percebia os sinais que estavam no ar.

Mara quase em depressão com a traição de Le Vaquê (porque uma coisa é desejar o marido de uma pessoa, outra é se fazer de amiga para roubar informações), e marido propõe que se faça uma viagem, para salvar o casamento. Para Paris, a cidade do amor. Mara entra em histeria, e grita que NUNCA, NUNCA, NUNQUINHA, NEVER, EVER irá pisar na terra de Le Vaquê. Que uma bomba caia naquele país.

Cinco anos se passam. Casamento acabou, vida seguiu. Mara vai ter que fazer uma viagem a trabalho para uma cidade européia. Filha de Deus, resolve que vai tirar mais uma semaninha e conhecer outra localidade. E escolhe Paris. Porque Paris é linda, precisa conhecer. Conversa com pessoas, vê sites, escolhe coisas.

Mara conta seus planos de viagem para sua terapeuta. E esta começa a rir e pergunta: Mas não era você que nunca pisaria na França?

Mara olha para a terapeuta com cara de tacho... tinha ESQUECIDO do acontecido... É... quando a coisa perde importância, a gente foca no que realmente importa: nossa felicidade e sonhos.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Betty, a feia.

E faz uma semana que eu coloquei aparelho nos dentes. E dói, incomoda, machuca, arranha, aperta. E nada de me fazer perder a fome. A única vantagem é que pensamos 20 vezes antes de comer pelo saco que é escovar, mas quem quero enganar? Gordinha sempre prefere escovar do que não comer.

E aí o povo amigo pede foto, e eu enrolando. E ontem foi aniversário do André, e ele quis tirar uma foto minha no restaurante, que tinha uma decoração bonita. Quinze shots depois, toda foto eu saia com cara de fiofó ou bocuda. Se tiro de boca fechada, o sorriso fica torto por causa do aparelho. Parece que tenho uma batata escondida lá dentro. Se tiro de boca aberta, o lábio prende no aparelho, e fica um sorriso tão falso e sem graça...

Desisti de tirar foto. Aliás, não pretendo mais tirar foto nenhuma. Estou igualzinha a Betty, a feia. Inclusive, parece que só falta a minha cirurgia de miopia de 10 anos atrás expirar e eu voltar a usar óculos, seria a cereja do bolo!


Fazendo o jogo do contente, talvez eu devesse usar esse 1 ano e meio de Betty para emagrecer, fazer plástica, puxar aqui e alí, para quando tirar o aparelho: tcharam!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

I´ll send a S.O.S. to the world...

E o post anterior foi o POST DA DEPRESSÃO. Nem sei porque precisei gritar aquilo. Podia ter escrito no Twitter. Mas no twitter me sinto vigiada, sei lá. Mas eu precisava naquele momento dizer aquilo.

Mas a ironia foi que neste dia que escrevi essas palavras depressivas no blog e no meu Facebook escrevi uma mensagem bem motivacional, falando para as pessoas não darem importância ao que não tem importância e serem felizes. Tive várias respostas e botões "curtir" desta mensagem. E depois que disse aquilo, meu dia foi tranquilo. Eu esvaziei minha caixa de emails (alguém me aplaude, por favor?), resolvi várias coisas que estavam truncadas e terminei o dia bem tarde, mas de bem comigo mesma.

Quando chego em casa, tarde da noite, descubro que deixei o gás ligado. Casa fedendo, abre as janelas no meio do frio para sair o cheiro. Teria sido um acidente. E poderia ter sido sério. E eu só conseguia pensar nas minhas mensagens virtuais naquela manhã, e como as pessoas teriam achado que foi uma despedida, um bilhete suicida virtual.

Enfim, só para esclarecer que enquanto canceriana pré-inferno astral eu fico bem melancólica às vezes, mas nunca vou tirar minha vida, ok? Pretendo ficar na área por um bom tempo!

I´ll send an S.O.S. to the world
I´ll send an S.O.S. to the world
I hope that someone gets my
I hope that someone gets my
message in a bottle...

(The Police - Message in a bottle)

terça-feira, 31 de maio de 2011

...

Cada dia sem perspectiva a gente morre mais um pouquinho...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bazinga. Sem graça nenhuma.


Tem um episódio do seriado "The Big Bang Theory", que eu adoro, onde a Penny (a loira "burra"), com medo de perder seu namorado cientista nerd Leonard (que eu acho bem gostoso, não me julguem!), pede ajuda a Sheldon (outro cientista nerd neurótico lunático e milhares de outros adjetivos) a explicar para ela o que exatamente seu namorado trabalha, pois ela queria surpreendê-lo com seu conhecimento na área.

E Sheldon resolve ajudar a moça. Não porque é boa pessoa. Mas porque encara o "projeto" como um estudo de caso, pois se é possível ensinar linguagem de sinais para um gorila, é possível ensinar Física para Penny. E ele começa a explicar a origem da Filosofia, na Grécia antiga. Penny levanta a mão e pede para ele avançar um pouco mais no tempo, pois não precisa voltar na origem do universo. Ele faz uma pergunta, ela não sabe responder, e ele volta para Platão, Aristóteles, etc.

E tem dias que me sinto uma Penny rodeada de Sheldons. Que sabem o que fazem, mas não sabem tratar o ser humano. Não tem objetividade. Você faz uma pergunta, e eles recapitulam desde o tempo das cavernas. Não importa que eu trabalho com eles o mesmo tanto de tempo (ou mais) e sei do histórico. Vivi o histórico. Eles vão falar assim mesmo.

E se você pede objetividade, você está interrompendo o fluxo de idéias. Se você resolve escutar, em menos de 5 minutos já está totalmente fora de seu corpo, fazendo outras coisas, pensando no que vai jantar, no email que precisa mandar, no post que vai escrever, na música que vai baixar. E o Sheldon, totalmente alheio ao mundo externo, nem percebe que não tem ouvinte. Provavelmente ele está falando para si mesmo.

E no fim, não vem nenhuma Bazinga. É tudo chatice mesmo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

OBI - Objeto Bucal Identificado


Então eu coloquei aparelho nos dentes. Eu sabia que esse dia chegaria. Na verdade, até queria que ele chegasse, pois não curto postergar problemas. Meus dentes da frente não encostam, e os de trás ficam sobrecarregados. Nunca liguei para isso. Até agora, quando comecei a ter que fazer tratamento de canal em todos eles. E depois, me vi num vídeo. Que horror! Como a gente não tem noção de si mesma! Me achei dentuça, e falo soprando, comendo palavras. Desde que eu me vi na telinha, comecei a ter vergonha da minha boca. Então, colocar aparelho é o caminho para resolver o problema. Em um ano e meio, prometeu a dentista. #Oremos que seja só isso...

30 horas de aparelho e não consigo morder nada direito. Dói para ficar parada. Dói para beber água. Meus lábios estão arranhados. A única esperança que tenho é que eu emagreça uns quilinhos. E você, querido leitor, não venha me desiludir!! Preciso bancar a Poliana e ver o lado bom da coisa!

domingo, 22 de maio de 2011

Não se reprima

Eu estava na 7a série. Primeira aluna da classe, sempre. Gordinha, sempre. Provavelmente sofri bullying, mas sinceramente, não lembro. Um histórico escolar impecável. Aí desembarcaram no Brasil esses 5 meninos de Porto Rico. E virou meu mundo de cabeça pra baixo.


De repente eu era uma menudete histérica, que tinha que comprar todos os discos, todas as revistas, andava na rua com broches, gel new wave no cabelo. No quarto, tinha posters até o teto. Tinha vergonha de me trocar lá dentro porque estava cheio de homens!

Nessa época, passei a mentir para meus pais, a dizer que ia estudar na casa de amigas e ia para porta de hotel esperar eles saírem na janela, fui escondida ao programa do Gugu e apareci na TV (sim, a Lei de Murphy existe há muito tempo - minha mãe estava assistindo e me viu!). As médias escolares cairam, porque quem tinha tempo para estudar? Me filiei a fã-clube, fui a encontros pagos com a economia de um ano de dinheiro do lanche da escola - tem idéia de como isso é difícil para uma gordinha???

Quando olho para esse tempo hoje, olho com imensa saudade. Para mim, o Menudo marcou a passagem da infância para a adolescência. Me fez deixar de ser a filhinha sonsa do papai para virar a garota que luta pelo que quer, que adia as datas de viagem da família porque ia ter show no Morumbi. Acho que foi nessa época que descobri que podia ter voz, ter vontades. E que é muito bom realizar um sonho.

Hoje ganhei um DVD do Menudo de uma amiga. Passei o dia aqui assistindo, lembrando dos passos - ridículos - das músicas. E sentindo uma saudade imensa da época que não sentia todo o peso do mundo nas minhas costas e podia cantar "Não se reprima" para os adultos, me achando a dona da razão!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Refém


Redes sociais não são de Deus. A gente entra nelas para socializar e acaba virando prisioneiro.

Uma vez li em algum lugar (infelizmente não salvei o link, nem o localizei) que a rede social é o pior coisa para a pessoa com o coração partido: ela fica sabendo o que o ex fez, com quem, a felicidade no rosto, a sensação de ter sido substituída rapidinho. Não que antes não fosse assim. Sempre foi, só que a gente não monitorava isso.

Você faz parte de um grupo de amigos, e um deles não te convida para um evento - sabe lá Deus o motivo, e convida os outros. Tempos depois, tá lá a foto no facebook, todo mundo se divertindo feliz, e você com cara de tacho se perguntando o que fez de errado para não ter sido convidada.

O inverso pode acontecer: eu faço uma reuniãozinha secreta na minha casa, e convido os mais chegados. Quando você vê, pimba! nego já colocou a foto lá e os excluídos querem saber quando eu vou fazer o jantar para eles. Em breve, eu respondo. Nunca, eu penso. E assim vamos levando...

Claro que tem o lado bom: você cutuca os amigos, joga conversa fora, dá risada de uma foto engraçada, relembra bons momentos.

E agora eu senti na pele mais uma faceta cruel da rede: a roupa! Quem tem 15 vestidos de festa no armário? Eu não! Antigamente, a gente tinha aquele básico, que vai trocando de acessórios, lenços, echarpes, etc. Lembro que teve um ano que tivemos uns 4 casamentos na família. Mamãe comprou roupa para ela e as filhas, e usamos a mesma roupa nos 4 casamentos. Não eram pessoas relacionadas, dava para fazer isso.

E na era do Facebook? acabou essa farra! Em junho de 2010, fui madrinha de um casamento, comprei um belo vestido. Em novembro fui em outro, tirei a capa do vestido e coloquei uma echarpe, ficou ótimo. Sábado tenho um outro casamento, ia repetir a roupa, pois são de turmas diferentes. Daí lembrei que as fotos dos 2 casamentos estão lá, no meu mural. Para quem quiser ver eu e o vestidão verde. Não tem para onde fugir. E aí? fico me sentindo mal por repetir roupa (e afinal, quem inventou essa regra, heim?) ou compro uma roupa nova que não quero comprar?

E não adianta falar para sair do Facebook. Se eu sair, as pessoas continuam postando suas fotos. Porque elas estão falando delas, não de você. Então, melhor eu continuar lá para monitorar o que falam de mim (como se adiantasse...)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

No one cares


A vida inteira a gente vê filmes onde a mulherada manda o namorado/marido comprar modess. E o cara vai cheio de vergonha, sem saber como olhar na cara do balconista. Também tem filmes de meninas que vão comprar camisinha, lubrificante e se sentem a piranha da rua por causa disso. Tenho uma coisa a dizer: NINGUÉM LIGA.

Farmacêuticos estão preocupados com bater metas de vendas, não perder clientes para a concorrência, em apreender receitas de antibióticos e outros medicamentos controlados. E tem que se preocupar com assaltos, funcionários, reposição de estoques. Ninguém liga para o que você está comprando.

Uma amiga entrou em stress profundo ao comprar Viagra para o cachorro. Sim, o bichinho tinha um problema cardíaco que se controlava com Viagra. E a pobre toda sem jeito explicando pro povo a finalidade do remédio. Como se ela não pudesse ter arrumado um belo senhor e estivesse mandando ver (e tava certa ela!). Outra vez, eu estava com uma lesão na pele, de alergia ao meu suor, e comprei o remédio receitado pelo médico. Lendo a bula em casa, vi que ele era indicado para, além do meu caso, doenças venéreas. Quando fui comprar a outra caixa, vi que o balconista não mexeu nenhum músculo da face em reprovação ou gozação. No one cares.

E hoje eu fui na farmácia comprar escova de dente nova, e num impulso, comprei um pacote de camisinhas. Você sabe, estou jogando para o Universo que pode mandar um namorado aí que eu estou preparada!

A balconista nem ligou. Mas eu bem queria que ela batesse palmas para mim, comemorando meu desencalhe imaginário! \o/

terça-feira, 17 de maio de 2011

12345678

Eu sempre fui preocupada com esse negócio de morte. Desde sempre. Mesmo antes da minha mãe partir tão subitamente. Talvez eu já desconfiasse de como esse trem dá encheção de saco para a família, então o melhor a fazer é deixar as coisas o mais em ordem possível.

Vou confessar um TOC antigo: SEMPRE que eu vou viajar, naquela correria de deixar tudo em dia, eu ainda me preocupo em organizar extratos de banco, apólices de seguros, auxílio-funeral, números de emergência para os familiares acharem... Ok, sei que é mórbido, mas a vida é assim. Minha mãe morreu numa viagem, conheço esse filme.

Daí um dia eu li esse texto da Carolina Mendes, e poxa, achei ele tão verdadeiro. A minha família vai saber onde está meu dinheiro (e minhas dívidas, rá!), vai achar escrituras, apolíces, documentos. Vai abrir minhas gavetas, mexer nas minhas fotos, caixinhas, bijuterias e jóias, descobrir o local secreto do vibrador (hahahaha wtf?). E a minha vida virtual, onde fica?

Sempre que eu fico uns dias meio afastada do twitter (acontece uma vez a cada ano bissexto!), quando volto tem sempre alguém perguntando "onde anda a @marinha?" E eu respondo, dias depois. Mas um dia pode ser que eu não volte para explicar. E quem vai avisar os queridos amigos virtuais? quem vai fazer um post final aqui no blog? tenho gente tão querida que vem me ler aqui.

Talvez eu deva deixar mesmo um testamento de senhas. O saco vai ser atualizar isso no cartório todo mês, porque a gente está sempre atualizando...


domingo, 15 de maio de 2011

Tá tudo dominado!

às vezes eu acho que quando a gente vira blogueira, tenta achar assunto pro blog em qualquer coisinha. De vez em quando me sinto meio xarope, acho que penso demais. Mas eu sempre fui assim, sempre busco os significados escondidos nas palavras...

Então eu vou usar aparelho nos dentes. Sim, essa é a grande novidade. Já era para ter colocado há uns 2 anos, mas eu estava com perda óssea, então passamos esse tempo todo cuidando da minha gengiva que inflama com qualquer coisa, colocando coroas nos dentes de trás para ter mais estrutura na mordida, tudo para deixar a boca saudável para aguentar o aparelho e corrigir minha mordida cruzada. E o dia chegou.

Fui na ortodontista, que é uma amiga fofa que adoro, e ela foi me explicar timtim por timtim o que o aparelho ia fazer, o tempo, o custo, as opções. E por fim, ela detectou que eu tenho a língua um pouco solta demais, e que eu preciso enrijecer a musculatura, para dominar melhor a língua. Para ela parar de empurrar os dentes. Para ficar no lugar certo dela. E me encaminhou para tratamento fonoaudiólogo.

Não foi a intenção da dentista, eu sei. Mas aquelas palavras ficaram ecoando dentro da minha mente: "você precisa dominar sua língua!". Engraçado foi que dias atrás achei que fui indiscreta, que falei demais, que semeei coisas não tão boas, que dei palpite demais. E por causa disso, me sinto invadida, e me sinto indesejada. Se eu tivesse "dominado" a língua, talvez eu tivesse sofrido menos nos últimos tempos.

Mas aí eu não seria eu, né?

sábado, 14 de maio de 2011

Becky Bloom feelings


Eu estou possuída por alguma coisa, só pode ser. Eu abri alguma porta da insanidade. Eu não sou assim.

Passei o ano de 2010 inteirinho na casa do meu pai, juntando cada centavo para quando pegasse a chave do meu apê. Viajei pouco, saí pouco também. Juntei dinheiro. E mudei. E comecei a arrumar minha linda casa. Claro, mas nunca termina, a gente sabe. Sempre falta alguma coisa. Faz uns 2 meses que estava faltando a poltrona do quarto e o espelho do banheiro número 2. E eu enrolando.

Sábado retrasado eu resolvi comprar a poltrona e riscar a lista. Foi aí que devo ter aberto sem querer o portal do consumo. Vi o espelho que queria, comprei também. Acabou? Nãooooo! Já que eu rompi a barreira do parcelamento do cartão (eu nunca parcelAVA mais que 3 vezes, prefiro esperar para comprar do que ficar casada com a fatura), comecei a fazer TUDO em 10 parcelas! E fui embora: aspirador novo, secador de cabelo potente novo, notebook novo pois meu PC faleceu no tempo que ficou desligado. Bandeja de sofá, jogo de lençol, copos coloridos, velas, aparelho de DVD para a TV do quarto. Ah, e 4 pneus novos para meu carro. Tem também os travesseiros. Edredon novo para combinar com a parede roxa do quarto. E eu já estava me esquecendo do Blackberry também.

Passou? Acho que não. Acordei neste sábado com um furor insano de ir no Bom Retiro comprar roupas, pois nada está legal!

Alguém confisca meu cartão?

(estou tão louca do consumo que quase encomendei template personalizado pro blog... mas resolvi só mudar a carinha dele, curtiram?)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sapo para sempre

Conheço uma pessoa que trocou 6 por meia dúzia. Trocou o marido 1 pelo marido 2. Ambos são, como ela gosta de reforçar, ótimos na cama. Mas péssimos no trato com ela. Machistas, criaram filhos machistas. Minto. Ela não trocou 6 por meia dúzia. Ela trocou 6 por 3. Porque o número 2 agrediu fisicamente um dos filhos dela, é apaixonado pela ditadura, defende o armamento do cidadão e é o dono da verdade. E eu sou obrigada a conviver?

Aí eu estava conversando sobre ela com minha tia, e ela me disse a melhor frase do mundo. Se segurem:

"como dizia meu pai, mulher só não casa com sapo porque não sabe diferenciar o macho da fêmea".


Perfeito. E essa semana fui no aniversário de uma amiga. Festa deliciosa, música para dançar. Conheci o marido dela. Ela passou por uma crise no casamento na mesma época que eu passei no meu. Eu me separei, ela não. E eu conheci o cara na festa. Meio bronco, meio tímido, foi bem monossilábico. No meio da madrugada, a gente naquele mico fazendo uma coreografia do Abba, chega um amigo dela e a abraça. O marido aparece, no meio da multidão, bufando que nem um touro bravo e SOCA o cara.

Fim de festa: seguranças da casa tiram o marido, minha amiga senta e chora de decepção, por este imbecil ter estragado seu aniversário. Olhava para mim e para os outros com vergonha. Consolei, abracei e disse para ela não ligar, que era a bebida falando mais alto.

Mas eram só palavras para apaziguar. Dentro de mim eu estava louca da vida. Como pode um homem achar que a mulher é sua propriedade? Como pode, em pleno ano 2011, um cara vir bater em outro defendendo sua propriedade? E porque isso, a pessoa não sabe se defender sozinha? Aonde mulher é ser indefeso? Isso é tão pré-histórico que não se tem nem o que comentar! Mas isso deve estar virando moda, um rapaz foi morto esta semana em Jaraguá do Sul por "flertar" com a namorada de um Fred Flinstone desses daí.

Olha, nem tem muito o que falar. Quero terminar este post deixando um beijo enorme no André, meu ex-marido, mas meu melhor amigo até hoje. Mesmo com todas as dificuldades que passamos, que foram insuperáveis e nos levaram ao fim do casamento, NUNCA me desrespeitou, nunca gritou comigo, foi sempre um gentleman.

Toda mulher merece ser bem tratada. Aliás, todo ser humano merece. Não aceite menos que isso.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Até quando esperar?

Essa noite eu tive um sonho muito doido. Estava numa espécie de hotel, e tinha um monte de gente em volta. Espíritos misturados entre as pessoas. Numa espécie de menino do filme Sexto Sentido, só eu os reconhecia. E ia acontecer o casamento de uma prima. E minha mãe chegava toda pimpona e sentava na mesa da frente, e ria para mim: o bom de ser espírito é que a gente senta onde quiser, e ninguém enche o saco.

Daí acabava a festa e eu ia para o quarto. E estava cansada com alguma coisa da minha vida profissional. E eu olhava para aquele bando de espíritos e perguntava se um dia eu ia ter sossego, se ia resolver. E eles responderam que sim. E daí eu gritei histérica:

- Ah é? como vou confiar em vocês? quanto tempo eu espero por um amor e vocês me mandam sinais, e eu acredito, e não acontece? eu não aguento mais!

E eu acordei, não sabendo se gritei isso no sonho ou na vida real.


domingo, 8 de maio de 2011

Carta para minha mãe

Eu só podia estar procurando sarna pra me coçar. Resolvi mexer nas fotos da gaveta da minha mãe, procurando alguma foto legal para fazer com minhas irmãs aquela foto BACK TO THE FUTURE que a fotógrafa Irina Werning faz. Achava que nada mais iria me emocionar. Ah tá.

Achei um caderninho de capa dura marrom escrito "Lembranças". Abri e tinha uma introdução com a letrinha dela dizendo para as pessoas que escreveriam lá que as palavras deles ficariam de recordação até o último de seus dias. Comecei a folhear e a primeira pessoa que escreveu foi minha avó linda, dizendo para a filha uma oração e assinando Traudi (seu apelido, pois ela odiava seu nome Iolanda). Outras páginas para minhas tias, algumas amigas dela que eu conheci, e outros desconhecidos. Todos datados de 1965. Ela tinha 18 anos. O pai dela havia morrido dois anos antes, e dois anos depois ela conheceria meu pai. E mais quatro anos para frente nasceria sua primeira filha, esta que vos escreve.

E eu fiquei lendo aquilo tudo, o que as amigas desejavam para ela, dizendo que ela era ótima amiga e seria sempre uma professora excepcional (ela largou esta carreira logo logo e foi ser contadora - rá!). E lá pelo final do caderninho achei esta carta:


Essa era minha letra aos 7 anos. Caramba, aos 7 anos eu já falava que ela ia embora e eu não ia esquecê-la nunca? Ainda bem que levou mais 30 anos para isso acontecer, e eu pude conviver e muito com esta mulher maravilhosa. É difícil demais não ter ela participando da minha vida, não receber a visita dela no meu apartamento novo. Quando eu tiver meu filho, ela não vai pegar no colo. É uma lacuna que nada preenche.

Quando escrevi o post anterior, que falava dessa saudade que dói muito, voltei a dormir depois de postar. E no meu sonho ela apareceu, e eu a abracei e começamos a dançar. E eu a apertava tão forte... a gente sempre vai ter o mundo dos sonhos para se encontrar, mãe!

Já escrevi tanto sobre ela aqui no blog, e não sei se ela lê. Mas pelo menos o que eu escrevi aos 7 anos foi lido e guardado com carinho por ela...

Você tem sua mãe por perto? Abrace bem forte!

PS: A piada que corre por aqui é que eu, aos 7, já julgava dinheiro uma coisa importante... rs

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Um domingo como outro qualquer

Esta semana estava andando no shopping, pensando no tanto de coisas que tinha para fazer: nas últimas coisinhas que falta para comprar pro apê, trabalhos e pepinos a serem resolvidos, emails para serem respondidos. Enfim, tudo aquilo que consome minha mente desde sempre. Então notei que faz muito tempo que tenho vivido assim, com essa sensação de que falta tanta coisa para fazer. Nunca termina, nunca descanso. Quando faço o fechamento de um balanço, já vem vindo outro aí.

Lembrei da Mara de 2 ou 3 anos atrás. Nessa correria que é minha rotina, reclamava: caramba, tanta coisa pra fazer, ainda tem que achar tempo para ir em shopping lotado e comprar presente de dia das mães? ai, data comercial, odeio ter que dar presente assim, forçado. Vou comprar o quê? bolsa, sapato, roupa, camisola, cd do Roberto? ainda por cima minha mãe é fogo, a danada tem tudo, e o que ela gosta ela compra, não facilita nada a vida das filhas!

E eu olhei para mim no shopping esta semana e pensei que daria tudo para ter esse imenso problema de procurar presente para minha mãe. Olho para todos os lados e penso em como ela ficaria linda nesse blusa, como gostaria desse cheirinho, adoraria esse novo prato no restaurante, ia querer ver tal filme no cinema. Aquele sapato não, ia machucar. Vejo notícias na TV que ela ia vibrar, vejo ela reclamando do fim ou início do horário de verão.

O dia das mães é uma bobagem. Difícil é não ter ela em todos os outros dias.