quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Nasci pra me incomodar

O que você faz quando percebe que a pessoa está embarcando numa furada? Que ela está se tornando submissa, Amélia mulher de verdade? Mas que, mesmo assim, trabalha, paga tudo, e o bonitão apenas desfruta todo o padrão de vida que ela proporciona? E que, com isso tudo, ela está FELIZ? Tão feliz que não enxerga um palmo na sua frente, que esse amor que hoje é um machão fofo vai se tornar um machista insuportável daqui uns anos? Como dizer SAI FORA, VOCÊ MERECE ALGO MELHOR??

Comecei a escrever esse post em 10 de novembro de 2012 e parei. Deixei salvo no rascunho para terminar outra hora. E não consegui retomar mais. E não consegui retomar mais porque simplesmente resolvi não pensar mais assim. O relacionamento sim, me incomoda enquanto espectadora e por amar a Amélia em questão. Mas, caramba, eu sou ESPECTADORA. Tenho que parar de sofrer com as burrices alheias. Se é que é burrice, né? Pois eu, a sabichona, cheia de regras, estou sozinha há tanto tempo que nem me atrevo mais a contar.

Tomei a decisão de tentar ser mais leve, de não julgar as escolhas das pessoas. Falei disso neste post. E mudei meu modo de pensar, mesmo. Cara, a vida ficou tão melhor! Não falei nada disso com ninguém, apenas fiquei na minha. Sobre esse relacionamento acima, que tanto me estressava, tive uma prova: comecei a conversar mais com o rapaz, a brincar, a baixar minhas defesas. O resultado disso foi minha Amélia querida mais perto de mim e uma paz no coração. Vou me preocupar sempre, eu sei. Mas tenho que aceitar, como uma mãe aceita o destino de uma filha.

Mas aí a vida... ah, essa malandra! Me faz voltar à estaca zero quando eu menos espero!

Nessa vibe Marinha Paz e Amor fui me encontrar com uma amiga, que casou com um cara escrotíssimo. Tratava ela mal, ameaçou de bater uma vez, usou o coração dela como pano de chão. Mas, no ano passado, aparentemente melhorou, casou com ela, segundo ela tudo estava lindo e maravilhoso. E meu coração amoleceu e eu achei que o amor era lindo e tudo construía. Agora ela me anuncia que estava grávida, que o sonho dela agora estava completo. Abracei, feliz, desejei tudo de melhor. E vamos jantar. Ela pede pro marido pegar um sei o quê na geladeira. O FDP responde: você quem quer, vai lá pegar você. E assim foi por toda a noite: ridicularizando-a, não ajudando em nada, mandando ela calar a boca se falasse em cima dele. No dia do aniversário dela, na frente dos amigos dela, na semana que ela descobriu que estava grávida!

Fiquei olhando incrédula. Sério, gente, não tem homem no mundo não? Tudo que consigo pensar são naqueles chavões do antes só que mal acompanhada, etc e tal...

(e lá se vai por água abaixo meus planos de amar quem meus amores amam...)


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mirror, mirror

Esse janeiro de 2013 começou com tudo. No primeiro dia útil de 2013, logo cedo, recebo a ligação do meu RH que a pessoa que falei nesse post contenhe probrema estava pedindo demissão e qual era minha posição. Quase gritei no carro: ACEITAAAAAAA!!! Desliguei o celular e não conseguia desarmar o sorriso do meu rosto. Só pensava no quanto estava te amando, 2013, seu lindo!! Não é absolutamente maravilhoso a pessoa pedir demissão antes de você mandá-la embora e sofrer por achar que vai causar algum tipo de mal?

Isto posto, comecei o ano fazendo auditoria e reestruturando o departamento antes de fazer a nova contratação. O que significou que não tive tempo para mais nada, nem para as resoluções de ano novo, tais como começar a ginástica, ou escrever no blog ou, pior ainda, retocar a raiz branca do cabelo.

Sábado estava num jantar delicioso na casa da Sil, e fui ao banheiro. Na hora de lavar as mãos, me olhei no espelho, e não gostei do que vi: estava com o cabelo preso, tal qual uma evangélica descuidada, na esperança que o branco não aparecesse, mas ele aparecia. Minha pele estava manchada. Fiquei olhando a minha imagem refletida e me prometendo que amanhã mesmo pintaria o cabelo (o que fiz) e na segunda-feira iria dar um novo corte (o que não fiz) e ligar para agendar a dermato (o que também não fiz).

Assim que voltei pra sala, eles olham pra mim e dizem: "Mara, estávamos falando sobre autoestima, e como você tem uma ótima, que isso transparece em você". Fiquei olhando sem saber se ria ou se chorava, depois do que tinha acabado de pensar sobre mim mesma no banheiro, segundos atrás. O papo foi bem interessante: A Sil acha que eu, mesmo com meu sobrepeso, ando com segurança, tiro muitas fotos, que é uma coisa que ela quase não faz. Pensando bem, é por aí. Eu estou insatisfeita comigo sim, mas não me acho feia. Nunca me achei. Nunca achei que fosse o fim da linha, por mais desanimada que estivesse. Será que autoestima é isso aí?

Vou cuidar disso com mais atenção. Mas é bem interessante como o olhar do outro é tão diferente do seu.