domingo, 9 de novembro de 2014

Sobre blogs, sutiãs e outras zicas

Liguei pra minha amiga e disse que ia viajar com o gato. Ela responde: "ué? Achei que essa história já estava encerrada há séculos, pelo que li no seu blog!". Uma outra amiga disse a mesma coisa. Expliquei então que às vezes posto sem compromisso temporal, apenas para registrar um sentimento que tive. 

Mas ela tinha razão. Teve um post que fiz aqui onde declarava minha felicidade, minha entrega. Estava tão feliz quando postei... E nesse mesmo dia tivemos uma briga (que achei que era o fim) onde se seguiu 3 semanas de escuridão e uma viagem pra Disney para não se matar de tristeza. Teve dia que postei desalento, coração partido, e o dia terminou com mensagens fofas e convites para jantar e amassos deliciosos no carro depois.

Então lembrei do meu sutiã de oncinha. Desde que começamos a sair, todas as vezes que estava com ele as coisas deram errado. E eu tentei não culpar o pobre sutiã. Quis provar para mim mesma que um sutiã não tem esse poder. Até que um dia ele ligou que estava vindo. Tomei banho, passei creme, perfume, fiz uma oração para "desmacumbar" o sutiã e o coloquei. Não tinha como dar errado. E deu. Dormi sozinha e chorando. Quase terminei a noite queimando sutiã, não pelos direitos feministas, mas pela zica mesmo.

Resolvi aceitar que tem coisas que não dominamos. O sutiã de oncinha agora é usado pra trabalhar, pra fazer yoga, pra ir no supermercado, para dias aleatórios. Não vai de jeito nenhum para minha mala de viagem. 

E o blog? Não digo mais nada se estamos juntos, se não estamos, se vai, se fica, se foi.

Desculpaê.

sábado, 18 de outubro de 2014

:(

Minha amiga,

Hoje você disse coisas lindas a meu respeito. Disse que me admirava muito, que eu era bonita, doce, inteligente, e que não fazia sentido eu estar sozinha. Que se você fosse homem casava comigo. E aí você perguntou se eu estava chorando. Eu disse não.

Mas eu estava sim. Não por pena de mim. Mas por você. Porque você também é tudo isso e muito mais. E você não merecia os homens que passaram na sua vida. E mais que tudo, você não merece esse maldito câncer que está te levando pra longe da gente, dia após dia. 

Fico sentada assistindo você resistir a tudo isso de pé, com bom humor. Aguentando as químios, as rádios, os enjôos, as dores, sem se vitimizar. Já faz 7 anos que assisto esse filme, e tento fazer o jogo da Poliana e acreditar na melhora, mas fica cada vez mais difícil. Você desabafa comigo suas dores, eu tento levantar o seu astral, mas por dentro estou dilacerada. Você não merecia isso. Não merecia.

E, no meio desse furacão, você ainda acha tempo para pensar em mim, nas minhas dores de coração e me desejar felicidade. Felicidade é ter uma pessoa como você na minha vida. Por favor, fique mais tempo por aqui.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Recomeço

Acho que eu sabia que você era um sonho. Quando vejo hoje, acho que até eu sabia que não ia durar. Mesmo sentindo que você era tudo que eu queria. Mesmo me lamentando por ter levado 42 anos para te encontrar. Acho que eu não acreditei. Por isso salvei tantas mensagens, fotos, recadinhos. Acho que eu mesma precisava de provas que você existia, que não foi loucura minha. Que eu não arrumei um "namorado imaginário" que nunca ninguém viu. Guardei recados, fotos. Mas não tem como engarrafar os beijos para usar nos dias frios. Não tem como guardar os olhares carinhosos, os abraços apertados, as mordidas na nuca. Não deu para gravar as palavras doces. Senti falta de uma foto de nós dois juntos. Queria saber como ficava ao seu lado. Mas não vou saber. 

Era amor. Eu sempre soube. Mas em algum momento o amor tem que ser uma via de mão dupla. O amor deveria trazer felicidade e alegria, não tristeza e ansiedade. Então chega o momento que a auto estima tem que ser maior. Vou seguir seu conselho, nesse seu recado tão fofo...


Vou tomar as rédeas, vou voltar a sorrir. E vou ser sempre grata por ter morado um pouquinho no seu coração. Sou grata a você, você sabe os motivos. 

Te desejo toda a felicidade do mundo. Te amo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Calendário

Neste domingo, resolvi trocar o celular. Para trocar o celular, precisa fazer backup das 2.500 fotos do celular, e ver se todas estão salvas no computador antes de deletar. Precisa atualizar o IOS, e pra isso tem que deletar foto pois não tem espaço. Estou enrolando com sido há meses, e hoje isso acaba!.

Baixa no computador. Salva em pastinhas, uma por uma: selfies, família, cachorro, empresa, amigos, Amsterdam, Paris, NY, Julinho. Vai salvando pra depois fazer upload, pra então poder deletar do celular.

Olhar 2.500 fotos foi uma viagem no tempo. Revivi as viagens, vi dias que estava bonita, dias felizes. Revi a alergia horrível que tive que deixou meu pescoço em carne viva. Vi fotos que não entendi o que estavam fazendo ali. Revivi o nascimento do Julinho, o susto, os 40 dias de incubadora, a primeira vez que peguei no colo, tão frágil. Até hoje, piscando pra mim com 2 dentinhos. Lindo.

E cronologicamente, vi documentado o dia que você entrou na minha vida. Dei print na tela da primeira vez que nos falamos. E todas aquelas fotos antes do dia 06 de fevereiro de 2014 são fotos AN. E todas depois são DN. Depois de você. Depois de você meus olhos tem outro brilho. Tem fotos que estão tristes. Ansiosa. Apaixonada. Feliz. Triste de novo. Esperançosa.

Nos conhecemos, nos conectamos. Nos entendemos, nos beijamos. Saímos. Transamos. Terminamos. Sofri. Silêncio. Fuga. Saudade. Volta, reconstrução. Voltamos. Voltamos? Sim. 

Não sei onde estamos. Mas é uma alegria olhar e te ver no meu presente. Receber seu telefonema. Seu beijo de boa noite. Sentar de mão dada no cinema. Olhar você dormir no cinema. E seu beijo de língua de gato na porta da sua casa.

Tem horas que eu olho pra trás e não acredito que você ainda esta aqui. Ainda bem. :)


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Hope

Nada acontece. E ao mesmo tempo, tudo acontece. E é tão bom. Tão bom não se reconhecer, tão bom não saber como o dia vai terminar. Escrevo que acabou, mas não acabou. Escrevo que voltou, mas acabou. Nada está como eu queria. E, estranhamente, está tudo bem. Dentro de mim, uma certeza de que está tudo certo. Que tudo vai dar certo. Que o melhor vai acontecer.

Deve ser isso a tal da esperança.


terça-feira, 29 de julho de 2014

Hear the sirens

Hear the sirens... hear the sirens...
hear the sirens... hear the circus so profound...

É... você disse que eu saberia quando tivesse acabado. Que não tinha acabado ainda. Que você seria claro e direto e me contaria. Mas você não me contou como seria o durante. Que eu deveria sufocar, que eu deveria prender, que eu deveria esperar. Que eu deveria colocar você e seus desejos de solidão acima de tudo, até de mim. Desculpa, isso eu não posso. Não posso perder minha essência. Não posso me perder de mim mais uma vez. Tudo o que tenho sou eu mesma, não posso abrir mão.

Foi bom te ver mais uma vez. Deve ter sido a última. Pelo menos provei seus lábios mais uma vez. Senti suas mãos quentes nesse dia frio em São Paulo. Dormi sorrindo. Mandei e recebi mensagem carinhosa, isso aquece o coração. Mas alguns dias depois a realidade bate na porta, não tem como ignorar.

Já que não tenho botão DEL no coração, ataquei tudo que é tangível. Emails, mensagens, whatsaps, inbox do face, fotos. Não vou ler mais promessas antigas. Não tenho mais seu telefone para te ligar, nem por engano. Não vou mais sonhar com reconciliações, pedidos de desculpas nem com o seu corpo na minha cama. Não vou fazer planos. Vou seguir. Vou esquecer. Life goes on, diz o ditado. Let it go, diz a música. Entrega, confia, aceita e agradece, diz a yoga. Ok, vou obedecer.

Oh, it´s a fragile thing, this life we lead
If I think too much I can´t get over...

A dor que vou ter que superar é de ter tido a sensação da minha alma ter reconhecido a sua. E é muito triste isso acontecer na vida e você ter que abrir mão. Você sempre será um capítulo na minha vida. Fui feliz, me senti completa. E quando gostamos não queremos que termine. Mas se o outro lado não quer, não gosta, se sentiu preso, não está pronto, não reconheceu, não há muito mais o que ser feito. Se humilhar não é bonito, sofrer não é sexy. E minha natureza é ser feliz, é brincar, é dar risada.

Queria ser malcriada e dizer aqui que um dia você vai se arrepender de ter me dispensado, que um dia vai ser tarde demais. Mas realmente não penso isso. Você é uma pessoa muito especial, e eu espero que não se arrependa de nada. Espero que seja feliz. E se um dia eu passar pelos seus pensamentos, dê um sorriso. E siga em frente.

Por tudo que significou, eu te amo.

Want you to know that should I go

I´ve always loved you, held you high above true
I study your face, the fear goes away...

(Sirens - Pearl Jam)

https://www.youtube.com/watch?v=qQXP6TDtW0w


domingo, 6 de julho de 2014

After

Não sei se é motivo de orgulho ou de preocupação, mas eu nunca fui boa em disfarçar emoções. Quem me conhece vê na hora, pelo meu rosto, meus olhos, se eu estou triste, feliz, preocupada. Canceriana, né? Porém, além do meu corpo dizer tudo, eu ainda gosto de falar. E falo mesmo. Sabe o tal do livro aberto? Prazer, Mara.

Isso funciona bem quando as coisas vão bem. Mas descobri nos últimos tempos que devemos guardar algumas coisas apenas para nós mesmos. É bom falar com os amigos, pedir conselhos, ser consolada, conhecer outros pontos de vista. Mas tem coisa que só a gente sabe, só a gente viveu, só nosso coração sentiu. E chega uma hora que não adianta mais ficar explicando. Acene com a cabeça e siga em frente.

Foi bom esse tempo ter passado. Achei que ia me despedaçar mais. A gente escuta tanta coisa: "se for seu, volta" "o que é seu está guardado" "não apresse o rio" "o mundo dá voltas". E tudo isso é bem verdade, mas quando estamos no meio do problema não conseguimos esperar essa volta do mundo. Queremos saber quem guardou aonde o que é meu. Mas sim, existe vida. Sempre.

Não sei se é a yoga, se é o tempo, se é esperança no coração, se é o mês de julho que chegou... estou bem.

domingo, 15 de junho de 2014

Da aceitação

Aí aparecem os mal entendidos. Que não sei bem se não mal entendidos ou se no futuro ficará claro que foi apenas um pretexto. Ou que foi medo. Ou que foi precipitação. Minha. Dele. Dos dois.

Esses dias foram extremamente difíceis. Coração partido. Muita coisa entalada na garganta. Muita opinião alheia. Eu feito barata tonta, sem saber o que fazer. Mas de alguma maneira termino me achando vitoriosa: liguei, escrevi, procurei quando tive vontade. O resultado não foi o que eu queria, mas como já falei antes, o que eu sinto é de verdade, e com sentimento não se joga. Sentimento não se esconde. Se isso não agrada, o Universo um dia vai me mostrar a pessoa que vai entender [e não se assustar e corresponder com] meu jeito de gostar.

Os dias ainda estão doloridos,  mas cuidei de mim. Aceitei sentir a dor. É só assim que a gente supera. Supera que quis demais, esperou demais, ansiou demais, gostou demais, quis repetir demais. Às vezes o timing está errado. Às vezes ninguém está errado, cada um está vivendo seu momento, suas próprias batalhas. O momento é de agradecer pela lições aprendidas, pelos bons momentos vividos. Pelas risadas, pelos beijos, pelos orgasmos, pelo frio na barriga. Como diz meu Precioso, em vez de lamentar que acabou, ser grato pelo que viveu. E foi bom estar viva de novo!

E vamos seguir em frente que o mundo não pára por causa de um coração partido!


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Sua foto

Numa brincadeira, tirei sua foto. Você não quis, colocou a mão na frente do rosto. Demos risadas e continuamos o almoço. Esqueci da foto, que obviamente não tinha prestado.

Mais tarde, em casa, mexendo no celular, achei sua foto. Meu coração teve um sobressalto. Tudo que eu amo estava lá. A mão, que eu adoro ver gesticulando enquanto fala. As pontas do seu cabelo despenteado, ficando cada dia mais comprido. Esse cabelo que eu gosto tanto de passar a mão. A pequena costeleta grisalha, que charme. As linhas que saem de seus olhos, sempre tão expressivos. Tem uma pequena covinha, provavelmente cobrindo um sorriso de leve. E, por entre os dedos, seu olho. Lindo. Com toda a força que tem o seu olhar. Com todas as coisas que seu olhar diz. Com seu olhar olhando para mim.

Já tinha roubado uma foto de seu facebook. Mas essa é diferente. Essa é MINHA. Olhando para mim. E eu me pego agora dando bom dia e boa noite para sua foto, já que não tenho você aqui todos os dias.

Tenho medo do tanto que gosto de você.




terça-feira, 20 de maio de 2014

A foto

Em outubro do ano passado, eu estava em Frankfurt, trabalhando. Atendi pessoas o dia inteiro. Minha mente transtornada por tanto idioma que ouvia ao mesmo tempo: português, inglês, alemão, espanhol, japonês, chinês. Tentando entender e se fazer entender. Com alegria vi que ia conseguir almoçar e dar uma espairecida. Desci os 3 andares do pavilhão de exposições e fui no andar térreo, tomar ar e vento frio de 4 graus. Comprei um sanduíche caprese, porque não aguentava mais as comidas alemãs, e sentei na pracinha para comer. Tinha uma feirinha na minha frente. Fui lá e me presenteei com um colar de prata. Andando mais um pouco, gostei muito de uma echarpe, toda colorida. Paguei os 10 euros e já coloquei no pescoço (os 4 graus tiveram influência nisso).

Voltei pro evento. Passei antes no banheiro para escovar os dentes, pentear o cabelo. Me olhei no espelho. Lembro que sorri e gostei da imagem refletida. Estava num good hair day. A pele estava boa, e a echarpe ficou super bonita mesmo, combinou com a blusa e o casaco que estava usando. Ao sair do banheiro, resolvi fazer uma coisa que quase nunca faço: tirar uma foto. A tal da selfie. Passei um gloss na boca, posicionei o iphone e pronto. Gostei da foto, e atualizei meu perfil do Facebook.

E hoje escuto o gato dizer que quando viu aquela foto, no meio de tantas outras, teve vontade de me conhecer. Que gostou da energia que sentiu na foto. Que gostou dos meus olhos. Que torceu para que eu o respondesse.

Fiquei pensando naquele dia frio de outubro, quando eu nem sabia que ele existia. Um dia tão nada a ver, tão distante, eu num momento tão de bem comigo mesma faço uma coisa tão corriqueira que influenciaria tanto um futuro próximo? O acaso, o destino... caixinhas de surpresas!


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Autoconhecimento é tudo

Autoconhecimento é tudo. Eu já sabia disso. Me conheço há muito tempo. Vivo comigo mesma há 42 anos. Eu sabia que era tudo uma questão de tempo. Mesmo nos dias de maior desespero. Quando fiz Vigilantes do Peso, anotava tudo que comia, o que sentia. Consegui entender os dias de maior ansiedade. Percebia que engordava 1 semana antes de menstruar. Não resolvi os problemas do peso, mas pelo menos entendi o modus operandi do meu organismo. Não preciso mais anotar nada, sei qual será o desfecho. (claro, a não ser que eu resolva tomar vergonha na cara e voltar a emagrecer - mas isso é assunto para outro post).

Autoconhecimento é tudo. Quando a minha mente viaja pra Marte, pensa no pior. Já sei que é mecanismo de autodefesa. É a mente imaginando o pior para que o real não doa tanto assim. Por exemplo, se alguém querido está doente, minha mente imagina a morte, o velório, o adeus. Aí a pessoa melhora mais ou menos, mas para mim está ótimo, pois eu esperava o pior. Coisas de uma cabeça delirante.

Autoconhecimento é tudo. Só que desde fevereiro eu me sinto numa areia movediça. A dinossaura aqui não se apaixonava desde 1989. Naquele tempo não existiam redes sociais, celulares. Só o telefone da casa do moço, e você tinha hora para ligar, falar com a mãe, etc. Imagina, eu, que tenho blog, twitter, instagram, facebook, whatsapp, totalmente conectada, de repente não sabia lidar com essas coisas na vida afetiva!

Na vida real, entendo você mandar um sms e a pessoa receber e responder horas depois, quando tiver tempo. Eu faço isso. Entendo a pessoa receber um email e responder dias depois. Eu sou a rainha de não responder emails. Entendo demorar para responder uma inbox do facebook, eu faço isso. Entendo não responder um tweet, eu faço isso. Entendo ignorar uma, duas, três ligações, pelo simples fato de que não está a fim de falar com ninguém. Deus, como eu faço isso! Daí o gato faz o mesmo que eu sempre fiz, e eu fico transtornada! Como assim ele leva 2 horas para responder um sms? respondeu meu email apenas no fim do dia? O quê? dormiu e não atendeu minha ligação? Mas como assim o mundo não gira ao meu redor? (esse post chama-se Autoconhecimento é tudo, mas poderia perfeitamente chamar-se Provando do próprio veneno)

Mas voltando ao autoconhecimento. Eu já desisti de ter controle do meu coração. Mas eu sabia que em algum momento eu iria retomar a minha sanidade mental. Que eu iria ficar menos ansiosa. Eu tinha uma recordação nebulosa na minha mente. Naquele ano de 1989, eu também fiquei doida por amor. Transtornada, ansiosa. Lembro que durou uns meses. Lembro que brigamos, terminamos, e quando voltamos a coisa ficou mais tranquila, e seguiu como um namoro normal. Liguei pro ex e perguntei: "André, eu era assim transtornada?" "era", foi a belíssima resposta que recebi. "Quando fiquei normal?" "quando você teve segurança do meu sentimento por você".

Esse fim de semana teve de tudo. Teve eu surtando de ansiedade achando que ele ia cancelar nosso encontro. Daí ele liga confirmando, eu fico feliz e fico puta comigo mesma por deixar ele ser motivo de felicidade. Mas isso é assunto pra outro post. Aí a gente sai e cada minuto com ele é uma delícia. Combinamos de sair no sábado, espero por ele o dia todo, e ele fura. Ansiedade level hard. Mas ficamos 2 horas no telefone, eu perdoo e durmo tranquila. 

Então ele vem tomar café da manhã comigo no domingo. Passeamos pelas ruas, pelo parque, almoçamos. Voltamos pra minha casa. Namoro no sofá. Delícia namorar no sofá. Conversamos muito. Percebi ele me colocando na vida dele. Ele disse que precisamos nos ver mais vezes. Obrigada, querido, era isso que eu queria desde sempre! Um dia ele me disse que se sentia seguro comigo. Respondi que tudo que não sinto é segurança com ele. Depois do dia de domingo, comecei a sentir um pouco. Dormi feliz. Acordei tranquila no dia seguinte. Vou voltar ao normal. Seguirei apaixonada, mas voltarei a ser dona da minha vida de novo, eu sinto. Autoconhecimento é tudo.


sexta-feira, 9 de maio de 2014

Filme real

Hoje de manhã, enquanto minhas mãos e olhos trabalhavam roboticamente no computador, minha mente voava. Estava lá longe. Procurava, sem resposta, uma comunicação telepática com alguém. Procurava saber o que fazer, o que não fazer, o que dizer, o que calar. 

Na tv, passaram 2 comédias românticas. Que eu já tinha assistido. Mas não importava, a tv só estava ligada para me fazer companhia e tentar calar a gritaria dentro da minha cabeça. Li alguns emails, autorizei pagamentos no banco, mas o foco estava muito distante. Parei para olhar os filmes. Nos dois, o amor acontece. Aí o cara vai embora, porque estava com medo de se apaixonar, ou porque achava que existia mulher mais nova, mais bonita. Aí a mocinha come o pão que o diabo amassou. Ela chora, se descabela, se reinventa. Levanta, enxuga as lágrimas e segue em frente. Até arruma outra pessoa. Aí o cara reaparece e percebe que ela é tudo que ele sempre quis. Pede pra voltar, ela titubeia mas o amor é mais forte e o final é feliz.

Esse tipo de filme faz você achar que isso vai acontecer. Que você deu um basta e vai se recompor, mas ah, ele vai te procurar. Tudo vai ficar bem. O amor é lindo. Só que o que acontece em 90 minutos de filme é o que acontece em 6 meses, 1 ano, 2 anos, 5 anos na vida. E isso significa que os 10 minutos que a mocinha chorou pode representar 6 meses de chororô na vida real.

Acreditar no final feliz não faz o meio do filme ser mais fácil.




domingo, 4 de maio de 2014

Crônica da carangueja

O @Acuio postou no face e eu vou colocar aqui. Porque isso é ser canceriana.
Crônica da carangueja esposa de Ló.
*Por Priscila Merizzio.
Nem era amor o que foi embora. Era projeção pautada em idealizações internas irrealizáveis. Quis resolver as paixões conturbadas do passado em sua existência. Joguei sobre suas costelas responsabilidades que não eram suas –– nem de pessoa qualquer. Um vazio preenchido com outro vazio. Tropecei no buraco negro de alguma galáxia. Descobri que o sentimento que criei por você existe sozinho, então, renasço-o secretamente em algumas madrugadas. É fácil. Como a criança que se concentra com força e brinca com seus amigos imaginários. O céu é um espelho. A luneta é meu olho mágico. Olho para cima como se estivesse com portáteis projetores de fotografias antigos, daqueles que eram vendidos durante os espetáculos de circo. O ritual é esse, portanto: olho para cima e para trás Ad infinitum. A algazarra das crianças e jantares de família tira-me de minha concentração simbolista. Quero quebrar as luzes dos postes públicos da cidade. Quero caminhar no escuro, sozinha, em alguma avenida agora deserta. Quero entornar uma garrafa de vodca e dormir embolada com os cachorros de rua. Manchar a grama com o delineador que tenta imitar (de forma decante) as maquiagens de Françoise Hardy. Quero que um estranho me acorde e me leve até seu apartamento aquecido. Quero que ele me dê banho e me coloque para dormir. A princesinha do papai. Como Blanche Dubois, quero acreditar na bondade de estranhos. No entanto, desconfio de tudo. A carência e o fracasso maltratam minha ossatura coberta por carnes humanas desnecessárias.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Anônimo querido

O(a) Anônimo(a) deixou o seguinte comentário no post anterior:


Ainda bem que terminou o texto com "de nada". Obrigada!

Na verdade penso do mesmo jeito. Acho que tenho que ser como eu sou, amar do meu jeito. Se não rolar, em algum lugar desse planeta com 7 bilhões de pessoas deve ter alguém que aprecie. Fui aconselhada inclusive a parar de me expor aqui, já que ele leu (lê ainda? Nunca saberemos!) o meu blog. Que talvez eu devesse inclusive deletar os posts onde declaro minha paixão por ele. Me recuso. Nunca deletei um post. Esse blog existe muito antes de eu saber da existência dele. E ele serve para marcar meus sentimentos e pensamentos num determinado momento. O foco aqui sou eu, não ele. Provavelmente nem penso mais como eu pensava em posts antigos. O bom da vida é mudar, crescer, evoluir. E viver.

O relacionamento ainda é muito novo, nem sei se decola. Por mim, decolaria. Por ele, não faço a menor idéia. Não sei se sou uma transa, uma amiga, ou uma namorada em potencial. Na verdade, acho que ele nem pensa sobre isso, ele está curtindo o momento, sem expectativas, há tanta coisa no mundo dele para se preocupar. E no meu também, só que eu penso mais nele do que nas outras coisas. Invejo essa leveza dele. Eu devia ser assim. Eu não devia pensar tanto. 

O grande problema, querido anônimo, é que tivemos um stress semana passada. Aparentemente superamos, mas não tenho certeza. Eu quero ligar, mas tem dia que não tenho desculpa para isso que não seja dizer que estou com saudade. Ok, isso é fofo, mas ligar todo dia é over. E eu sinto saudade todo dia. Estou indo rápido demais? O que é rápido demais?

Ainda é pouco tempo. Ainda preciso me situar. Preciso de referências. Preciso relaxar. Preciso fazer yoga. Ommmmmmmmmmm...

terça-feira, 29 de abril de 2014

Não vou ligar

Não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar não vou ligar

Parabéns, Mara. Não ligou mas sua cabeça não fez outra coisa.


terça-feira, 22 de abril de 2014

Lost in translation

A primeira vez que vi esse filme, no Brasil chamado de Encontros e Desencontros, foi em 2004. Saí chorando do cinema. A pessoa que estava comigo odiou o filme, não entendeu nada, só gostou de ver o Japão. Eu senti tudo bem lá no fundo. É um filme sobre solidão, e de pessoas que se tornam cúmplices na solidão. No ano de 2004 eu estava casada, vivendo a época mais solitária da minha vida. Era 10 anos mais jovem, achava que tudo ia acontecer, achava que ia ser mãe, achava que ia amar e ser amada. E não foi o que aconteceu. Era tudo morno, era tudo solidão. E eu vivendo cada dia de uma vez, tentando melhorar. Nada.

Assisti esse filme outras vezes ao longo dos anos. Mas assisti ontem de novo. Me vi de novo lá. Duas pessoas que o acaso junta. Cada um imerso na sua solidão, cada um lutando como pode com suas questões pessoais, mas com aquela chama ardendo lá dentro. Ambos são casados e decepcionados com o casamento. E começa um envolvimento de almas. De um fazer companhia para o outro. Coisas no ar, coisas não ditas. 

Tive uma amostra agora do que era sair dessa solidão. E voltei para ela. Para minha vida feijão com arroz. Sem tempero. E vou viver sabe-se lá quanto tempo de novo presa naquele quarto de hotel do filme, procurando me divertir, me entreter, saindo com os amigos, mas vivendo de novo com aquele vazio bem conhecido.

[e uma parte de mim queria tanto acreditar que o final do filme ele sussurra alguma coisa no ouvido dela, e que isso seja uma nova chance de viver essa relação - ou de formar a banda de jazz - ou éramos nós que estávamos planejando uma banda?]



domingo, 20 de abril de 2014

Jogos de amor são pra se jogar

Uma música antiga do Paralamas do Sucesso começou a tocar no rádio do carro...

Eu sei, jogos de amor são pra se jogar
Ó por favor não vem me explicar o que eu já sei e o que eu não sei...

Primeiro ri porque lembrei da Mara com 15 anos, sofrendo pela sua primeira paixão platônica, e chorava na parte onde dizia o seu exército invadiu o meu país (porque o rapaz em questão estava servindo o exército...perfect timing, Herbert Vianna!)

Depois pensei sobre essa coisa de jogos de amor e o quanto a Mara de 42 anos está cansada. A Mara hoje, calejada de tanto sofrimento, quer se proteger. Mas ela quer amar. Mas ela quer ter certeza que não está perdendo tempo, que tem chance. Veja bem, Mara trabalha na área do planejamento, das estatísticas, das probabilidades.

O coração da Mara diz que a probabilidade existe. Que tem como chegar. Que pode dar certo. Que pode ser divertido. Que eles podem se completar e ser felizes, pelo tempo que tiver ser. Sem pressão, sem expectativa. Como deve ser. Já o cérebro da Mara... afffff! Esse não tem sossego! Ele procura indícios o tempo todo do que pode dar errado. Para protegê-la. Para dizer "eu te disse" quando naufragar. Ele não quer que ela se exponha, implora, chore, reclame, sofra.

Aí vem a coisa do jogo de amor. Que eu, que sou meu coração e meu cérebro ao mesmo tempo, não sei conciliar. Eu quero ligar. Mas os jogadores dizem para não ligar, para fazer mistério, para não ser disponível, que isso desinteressa. Mas é certo eu parecer ser quem eu não sou? Se eu estou apaixonada, porque não dizer para ele? porque ter que disfarçar? só porque não sei se sou correspondida? Não é melhor ser eu mesma, com minhas inseguranças e paixão avassaladora, do que parecer blasé?

Por outro lado, os jogadores estão certos em me avisar disso. Posso parecer carente. Posso parecer desesperada. Não estou desesperada não. Não pretendo me humilhar ou fazer nada que não tenha vontade. Mas tenho vontade de mostrar para ele quem eu sou. Que posso ser sua melhor amiga. Que posso ser sua amante. Que posso ser sua namorada. Que posso ser sua companheira. Que não estou preocupada em casar, em aliança, em filhos, em alterar o status no facebook. Quero apenas desfrutar da sua companhia deliciosa, que veio tão inesperadamente na minha vida. Que eu adoro o papo dele, as teorias dele, as ideias dele, o jeito dele ver o mundo. E eu quero ir mais fundo. Sem planos. Sem jogos. Sem máscaras.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Falta

Esses dias estão uma correria. Muita coisa acontecendo o tempo todo. Dentro do meu coração e fora dele também. Muita coisa para pensar, muita coisa para resolver, muita coisa para negociar. Minha cabeça parecendo uma panela de pressão. Aí chega esse dia 17 resolvendo [quase tudo] aquilo que estava incomodando. Eba!

Sentei no escritório e comecei a passar a régua, a fazer os cálculos, a resolver tudo, naquele sentimento de alívio. De repente, olhei pro lado e procurei você, mamãe. Fechei os olhos e um filme passou: naqueles anos que queríamos esquecer, como a gente adorava esses momentos de colocar a casa em ordem, de ter sossego, de ter estabilidade. Como você adorava cuidar disso!

São 4 anos e meio sem você. Sinto falta de colocar a cabeça no seu colo. Sinto falta de você falando SACO! E, mais que tudo, sinto falta de celebrar com você tantas coisas boas que aconteceram nesses últimos anos com a gente. Sim, eu sei que você nos vê. Mas falta o seu toque. Falta a sua opinião nas minhas decisões. Falta você mimando seu primeiro neto. Falta você fazendo o bacalhau para essa sexta feira da paixão.

Assisti Argo na tv a cabo. Pensei em você o tempo todo, até sei em que pedaço você daria um gritinho de excitação com a trama do filme e levantaria as pernas! Você ia achar o filme sensacional, ia comprar o DVD, e nunca assistir. E aí eu ia reclamar na sua orelha que você é uma compradora compulsiva e vamos parar de gastar dinheiro com bobagem, e iria confiscar seu cartão de crédito de novo.

Rotinas que só quem ama entende. 


sábado, 12 de abril de 2014

Não é você, sou eu.

Sete anos se passaram. Tanta raiva, tanta magoa, tanta decepção se passou. Tantas sessões de terapia, tantos posts, tantos ombros amigos se passaram. Tantos perdões se passaram. Tanta certeza de que tudo estava no passado.

Aí você finalmente consegue dar um passo. Sempre naquela sua certeza arrogante de que tem domínio de tudo, que sabe levar as coisas, que as coisas são como você quer. E olha, o Universo, Deus, sei lá qual força maior, fez a coisa ser boa pra você: te mandou um cara legal, gentil, que te trata da melhor forma e consideração. Que liga, que responde, que sai, que brinca, que te diverte, que transa.

E você não está bem. E descobre que não está bem por SUA CAUSA. Porque a relação está onde deve estar, no tempo dela. Sempre achei que o meu problema seria não confiar mais em ninguém. E, quando aconteceu, vi que tiraria isso de letra, que meu coração e intuição me ajudariam nisso. O que não esperava acontecer fosse um MEDO terrível de do fim. E, com medo de que isso acabe, cada ligação não atendida, cada SMS demorado para responder é como um pé na bunda.

Essa noite, enquanto ele dormia do meu lado, com as pernas apoiadas nas minhas costas, cheirei o seu ombro, profundamente. E pensei: quero guardar esse cheiro para quando ele não estiver aqui. Em seguinda me dei um tapa na cara mental e pensei: Mara, aproveita esse momento, não pensa no amanhã. Carpe diem, já dizia o filme.

Foi então nessa hora, ali, deitada do lado dele, que acho que entendi: eu já fui feliz. Eu já acreditei que os momentos felizes durariam sempre. E não foi. E descobri que momentos felizes acabam. E acabou, dolorosamente. Levantei, recompus meus pedaços, mas agora descubro que ainda existem rachaduras. Em mim. E o outro não tem nada a ver com isso. Ele não pode resolver isso pra mim. É um processo eu comigo mesma. Aprender que nem todo momento feliz tem prazo de validade.

Espero que reconhecer isso seja o primeiro passo para acabar com essa ansiedade. Não posso causar sofrimento gratuito em mim nem jogar nele o peso das falhas passadas. E eu estou gostando tanto da forma leve que ele tem de ver a vida...


quinta-feira, 10 de abril de 2014

The day after

Pronto. Você já se declarou verbalmente e por escrito para a pessoa. E qual o protocolo depois disso?

Quero falar com ele todo dia. Quero vê-lo todo dia. Quero fazer parte da rotina dele. Queria ter o poder de deixar a rotina dele feliz. Mas não posso, sei que não. E, caramba, também tenho vida, né?

Aí fico mal porque ele sabe do que eu sinto. E eu não sei o que ele sente. Mas daí acho ótimo que ele sabe o que sinto. Pois não preciso fazer de conta que não ligo. Mas daí fico mal de novo porque ele sabe o que sinto. Pois isso pode assustar e ele entender como pressão. Mas, ah que droga, não se pode sentir mais nada? Tem que fingir tudo?

Como manter a naturalidade, fazer ar blasé quando você liga e ele não atende? Como controlar as 500 elocubrações mentais dentro de sua pobre cabeça cansada? Porque tudo é lindo e tem explicação quando estou ao lado dele. Quando ele não está, é um mar de interrogações. Sinto uma batata quente entalada na minha garganta.  

Ele é um fofo. Ele é gentil. Ele é educado. Ele gosta de estar ao meu lado. Tenho a sensação que ele está se esforçando para gostar de mim. E poxa, tem que ser um esforço? Mas tem uma Mara aqui dentro que realmente acha que um homem não pode amá-la como ela quer. Sempre serei amada como amiga, como companhia. Eu não deveria achar isso, mas acho. Queria ser dona da maior auto estima do mundo. Mas não sou.

Talvez a minha ansiedade esteja estragando tudo. Que pena.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Para o N.

E chegou o dia que finalmente você conseguiu o link do meu blog. Sempre cumpro minhas promessas, não?

Espero que entenda meu suspense. Não era charme, era coração na mão. Pois aqui está a minha alma, e eu achava extremamente perigoso você ler isso tudo - ou o tanto que você vai ter saco de ler mimimi de mulherzinha - sem as coisas que pontuei pessoalmente.

Muitas Maras moram aqui. Tem Maras de todas idades: infantil, adulta, idosa, responsável, chata, boazinha e, no momento, uma Mara adolescente.

Por favor, não surte. Não me julgue. Eu sou exagerada. Eu sou canceriana e meu coração é assim, intenso. Não sei sentir mais ou menos. Mas juro que estou tentando aprender com você a ser mais leve, a não fazer [tantos] planos, a viver o dia de hoje.



quarta-feira, 2 de abril de 2014

A ---> B

Hoje levei um soco no meu estômago. No meu pobre estômago que estava cheio de borboletas. Que estava tentando se reacostumar com a alegria. Lembrando como era. Sim, eu sei, estou "monoassunto". Sim, uma hora vou falar de outra coisa. Sim, outras coisas me interessam. Mas agora essa é a novidade. E essa era a lacuna de tantos anos, então me deixa falar, sentir, pensar, viver.

Está tudo bem, exceto pelo fato de eu pensar demais. Overthink. O tempo todo. Eu crio histórias, eu sofro por elas. Sofrer por antecedência é meu nome do meio. Mas sei que terei que conviver com isso até saber onde estou pisando. Estou com muito medo de ser inadequada. Aliás, medo é a palavra de ordem aqui. Alterno esse medo com alguns arroubos de coragem: coragem de ligar, coragem de escrever, coragem de me expor. Se o retorno é bom, fico confiante. Se não, fico insegura, fico péssima. Mesmo sabendo que homens reagem diferentemente. Queria uma bola de cristal. Queria avançar o filme só pra saber se o final é feliz.

E se o final não for feliz? vou voltar para onde? para onde eu estava? E o que havia de bom naquele lugar?

Hoje o passado veio e bateu na porta. Bateu na porta, não. Escancarou. Jogou coisas na minha cara. Coisas já resolvidas, encerradas. Mas lembrar delas faz doer tudo de novo.

Então eu estou no meio da corda bamba. E a corda está balançando. A corda é território estranho. E já não dá mais para andar para trás, aquele lugar não me cabe mais. E eu não sei para onde estou indo. O que me espera lá. Não há segurança em nenhuma das duas pontas.

O exercício agora vai ser tentar fazer a travessia ser o mais tranquila - ou menos dilacerante - possível.





domingo, 30 de março de 2014

Play the game

No meio desse fogo que estou sentindo, há um mês atrás, postei no Facebook um trecho da música Play the game, do Queen, que tanto amo:

This is your life
Don´t play hard to get
It´s a free world
All you have to do is fall in love
Play the game...

Minha amiga, sabendo de quem eu estava falando, me disse:
- Mara, você não está indo rápido demais? Se entregando rápido demais? Se apaixonando rápido demais? Vocês nem transaram ainda! Você nem sabe se vai ser bom...
Respondi:
- Uma coisa tenho certeza: um homem que beija daquele jeito é impossível não ser bom na cama!

Voltei ao Brasil e vi que tinha razão... *-*

(não tem como colocar o som de um suspiro aqui, então vai a foto mesmo)




quarta-feira, 26 de março de 2014

Declaração de Dependência

Então eu cheguei em Barcelona. Fiquei encantada com a cidade, com o Gaudi, com tudo. E no meio do encantamento, um falecimento: o meu iphone. Em Madri ele resolveu não reconhecer tomadas, usbs. Não dei a atenção devida ao doente terminal. Em Barcelona, ele resolveu me abandonar. Não carrega mais a bateria.

E eu me vi como uma barata tonta. Eu, que sempre achei que se deve desplugar, que os celulares não devem ser extensões do nosso corpo. Me senti nua, me senti sozinha, me senti abandonada. Sério, fiquei com o humor alterado.

A gente se acostuma com o smartphone, com a dinâmica dele. Tinham 12 dias de fotos da viagem lá dentro - que eu ainda não sei se recuperarei! Tinha o whatsap, onde recebia fotos, vídeos e notícias diárias do meu lindo sobrinho. O mesmo whatsap que me mantinha conectada com o gato. Mas não era só isso: era a chance de ter uma dúvida, querer ver um lugar e olhar na internet, toda a conectividade que ele proporciona. E ser privada disso sem aviso prévio desestrutura.

Ok, a vida segue. Tenho a câmera digital - que não tem a mesma graça e agilidade. Tenho o email. Tenho o facebook pra me comunicar com o gato (ufa!). Mas ficou tudo muito estranho. Tudo meio dependente da boa vontade dos outros. Coisa que é difícil pra mim.

Sim, sou dependente. E a primeira coisa que farei na sexta quando chegar ao Brasil é ver o conserto dele. Alguém tem um AA para me indicar?


quarta-feira, 19 de março de 2014

E se?

Fiquei 17 anos com o meu ex-marido, entre namoro, casamento e tentativas de remendo no final. E o 18o ano inteiro esperando ele voltar, o que não aconteceu. Logo que terminamos, achei que a tal da fila andaria rapidinho. Não andou. Nada do que apareceu me interessou, o pouco que me interessou eu mesma me desinteressei por motivos bestas. A verdade é que estava fechada, descobri alguns anos depois. Só não esperava estar fechada por quase 7 anos.

Uma das coisas que sempre pensei era: "puxa, conhecer alguém? começar do zero? ter que contar tudo de novo? preguiça...". Aí chega alguém novo e você descobre que tem vontade de falar da sua infância, dos seus sonhos, do seu passado, dos seus amigos, das músicas que você ouve - ou seja, quer virar uma matraca até espantar o pobre candidato.

É difícil viajar quando se está no meio do olho do furacão. Quando a paixão inicial está com tudo. Quando você quer conhecer mais e mais a pessoa, e quando você quer que ela se interesse por você. Hoje estou em Madri. Penso nele. Quero falar com ele. Mas o danado é que não conheço ainda aquela linha tênue entre ser fofa e ser invasiva. Com o ex, sabia que podia mandar torpedinhos, emails, que não incomodava. E recebia de volta. Com ele, ainda não sei essa medida. Ou, melhor ainda, não sei se ele entendeu que eu sou carinhosa e gosto de fazer parte do dia a dia. Mando mensagem fofa, ele responde apenas com "bjosssssss". Eu broxo. No dia seguinte, ele manda mensagem perguntando como foi meu dia, para eu aproveitar a viagem e tals. Eu fico alegre de novo! Não é a coisa mais ridícula do mundo o seu humor variar de acordo com a atenção dele? [sim, é.]

Tenho medo de estar indo com muita sede ao pote. Tenho medo de parecer carente. Tenho medo de ESTAR carente. Tenho medo de criar expectativa. Mas como não criar expectativas? Estou amando esses dias aqui, mas penso todas as noites ao encostar no travesseiro que na próxima sexta estarei com ele. Que vou matar a saudade do beijo dele. E se ele não vier nesse dia? E se ele se desencantou? Mas não pode ser, estamos nos falando no whatsap todos os dias. E se? E se? E se?

Ai, como é difícil a vida de uma adolescente!



sábado, 15 de março de 2014

Love Roller Coaster

Eu tinha esquecido como era estar apaixonada (estou apaixonada? É isso mesmo? Vou rotular assim?). Não me apaixonava desde 1989! Depois a paixão virou amor, e virou rotina, onde se sabia o que o outro pensava, como o outro reagiria... A vida seguiria feliz, mas sem solavancos.

Aí eu me apaixono. Aí eu viajo. Aí eu não paro de pensar no fulano. Sinto frio aqui em Amsterdam e tudo o que eu queria eram os braços dele para me aquecer. Logo eu que sempre me virei sozinha, que cuido do meu auto aquecimento há anos! 

Li em algum lugar, algum blog, que infelizmente não me recordo qual, que às vezes devemos nos perguntar onde estamos. Ontem me perguntei 2 vezes: "Mara, você está aí?". Não, eu estava lá no Brasil. "Mara, volta pra cá, olha essa tulipa, você gosta de viajar, viva o presente!". Eu sei, Mara. Mas você tinha que se apaixonar agora? Porque você arrumou essa pra sua cabeça?

Me sinto feliz. Me sinto ridícula. Me sinto numa montanha russa. Tudo dentro de mim é intenso. E desconheço totalmente a intensidade do outro lado. E insegurança é uma coisa que desnorteia uma canceriana...


segunda-feira, 3 de março de 2014

Oi, blog!

Como você tem passado, querido blog, companheiro de tantas histórias e reflexões e, claro, bobagens? Mais de um ano que eu não venho aqui! Não que eu não tivesse o que dizer, pelo contrário. Mas acho que nesses últimos tempos quis guardar algumas coisas só para mim. E minha terapeuta.

Passou 2013. Trabalhei muito, passeei muito. Fui pra Paris e fiquei meses com o coração partido com saudades da Mara de uns 15 anos atrás. Fui para Chicago, fui para New York sozinha, e, nossa, adorei viajar sozinha! Ah, virei tia e meu sobrinho tomou meu coração sem que eu estivesse preparada. E tem outro sobrinho a caminho...

Aí entrou 2014 com aquela cara de ano velho. E eu não esperava que fevereiro fosse chegar com uma surpresa. Eu, que aparentemente achava que NUNCA MAIS ia conhecer alguém... conheci alguém. O gato chegou com um xaveco inteligente, escrevendo português correto (como resistir a isso?). Eu fui dura, coloquei umas mil dificuldades. Me convenceu a sair com ele. Então você sai com um estranho e quando você vê está abrindo seu coração, seus sonhos. E vice versa. Um café na livraria virou um jantar de 4 horas. Nos despedimos e ele me beijou... na mão!

No carro, vim pensando: "ferrou". Acho que eu já pressentia que ele ia me conquistar primeiro para depois rolar alguma coisa. O tal do beijo levou uns 4 encontros para acontecer. No dia que aconteceu, eu estava distraída, achando que nem rolaria mais, que já estava na friend zone. E o beijo foi calmo, carinhoso, doce. Fiquei tão passada que não sei se participei do beijo. No encontro seguinte pedi uma 2a chance, pois queria "participar ativamente" (rá!) e isso virou mais ou menos uma hora de pegação no carro, com vidro embaçando, mais clichê impossível.

Não me reconheço mais. Estou parada e lembro do sabor do beijo. Das mãos quentes no meu corpo. da boca macia. Da voz no meu ouvido dizendo "me dá a sua língua!" (eitcha, vai virar blog erótico?). E tudo o que quero é que a coisa continue. Quando vi, estava comprando lingerie nova. Estava fazendo planos. Criando expectativas. Sofrendo por expectativas criadas. Viajo daqui 8 dias para a Europa e, ao invés de fazer roteiros, estou pensando que ficarei 19 dias sem o beijo dele. 

Não sei se ele é disponível para relacionamentos. Não sei se ele quer namorar. Nem eu sei se quero (mentira, não quero agora mas sei que vou querer). Mas estou com vontade de viver o que for. De ir até o fim. Estou até com vontade que dê errado. Para sofrer. Para cantar músicas tipo I can´t live if living is without you e pensar em alguém. Por que isto é viver. E fazia muito tempo que eu não vivia.

Tenho vontade de ser doida, de me declarar, de fazer drama, de postar no face aquelas frases enigmáticas que irritam todo mundo, falando do amor, do sol, das estrelas (ah, as línguas que a gente paga...) Todas aquelas bobagens. Meu coração está cheio de dúvida, de insegurança e de... tesão. 

Vou aproveitar que esse blog está abandonado e não sobrou ninguém para ler para dizer: acho que estou apaixonada... e salve-se quem puder!