terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aversão

Minha amiga Aninha quase perdeu a visão. Teve uma série de problemas, cirurgia de emergência. Teve que adiar o casamento marcado. Quando a coisa estava se reordenando, o noivo terminou o relacionamento, sem grandes explicações. De todo drama vivido, ficou grudada na minha mente uma frase que ela disse:

- O que será que eu não estava vendo?

Nunca me esqueci disso. Ela acreditava firmemente que a cegueira física dela estava associada a alguma cegueira subconsciente. Quando ela começou a ver as coisas, começou a resolver a vida dela. Matando dois coelhos com uma cajadada só, ela ainda reformulou seu trabalho para algo mais prazeiroso. Grande Aninha.

O fato é que não suporto mais fazer uma certa tarefa do meu trabalho. Antes eu não gostava. Hoje não dá mais. Simplesmente. Preciso fazer um relatório há 15 dias. Cada dia arrumo uma desculpa para não fazer. Não consigo. Sento e começo a fazer outra coisa. Até louça eu lavei. Enrolo nas redes sociais. Faço esse post aqui. Deito na cama e rolo de culpa. Mas é incrível: todos os poros do meu corpo rejeitam isso. Meu olho dói. Meu pescoço não vira. Minha tendinite me impede de digitar. Impressionante. Estou como minha amiga Aninha: ficando cega, torta, deficiente da mão. Tudo porque não quero admitir que não aguento mais fazer isso. Ou admito, mas não consigo achar uma solução e passar essa bucha para frente.


Preciso me libertar. Juro que vou cuidar disso.

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