quarta-feira, 30 de maio de 2012

Coração partido no elevador

Entrei no elevador do meu prédio, e tinha um aviso na parede. Fui ler e era um recado de uma moradora, dizendo que estava fazendo um curta metragem sobre o amor, e gostaria de depoimentos espontâneos e reais sobre o amor, e que estava lá no apê 102 de câmera pronta para quem quisesse abrir o coração.

No curto caminho do 5o andar até o subsolo, refleti sobre isso e não tenho história de amor com final feliz para contar. Não tenho nem mesmo uma história de amor de mim comigo para contar. Sinto que o amor me abandonou, e isso é uma injustiça tão grande, e que mundo é esse que até um elevador provoca feridas no meu coração?


terça-feira, 22 de maio de 2012

Tempo perdido

Tem uma moça que trabalha comigo que é uma fofa. Doce de tudo. E casada. E coloca o marido em 9 das 10 frases que coloca. Casada há 2 anos e a foto do Facebook dela ainda é a de noiva. Você percebe em tudo que ela fala o orgulho e felicidade de ser casada, de aprender receitas para mimar o maridinho. Aquele tipo. Uma vez brinquei com ela que era um pecado uma menina de 20 anos já estar assim, devia ter terminado a faculdade, viajado um pouco. Mas ela parecia feliz com isso. Que bom!

Hoje encontro ela no corredor toda borocoxô. Logo eu que sou desligada, não percebo essas coisas. Ela olha pra mim, toda inchada e desaba em lágrimas. O tal do marido, bipolar, saiu de casa na sexta, sem falar nada, só xingando que ela dá despesa para ele, e dando prazo para ela desocupar a casa para ele devolver o imóvel, que não vai mais sustentar. Só liga para xingar. Não deu uma justificativa plausível. Só quer encerrar esse casamento. A menina, óbvio, está transtornada. O sonho acabou, o mundo caiu.

Lembrei de uma outra mulher que conheço, casada com um engenheiro da Petrobrás. Ele viajou para o Rio para um projeto de uma semana. Chegou lá, mandou um sms dizendo que chegou e fim. Ela não conseguiu mais falar com ele por 6 meses. Por fim, chegou uma notificação extra-judicial pedindo o reembolso dos valores que ele gastou na reforma do apartamento que eles moravam, que era da família dela. Nenhuma conversa, nenhuma justificativa, nada.

Vejo essas coisas e fico perplexa. Lembro muito do meu processo de separação. Que não foi fácil. Mas conversávamos. Ficamos amigos. Eu ficava magoada por ele não se empenhar em manter o casamento. Ele parecia sofrer, mas não tinha interesse. A resposta levou uns 2 anos para aparecer. Não doeu mais, aliás fez sentido e me fez sentir livre. Mas conheço essa sensação de "e aí? acabou assim?".

Seria tudo tão mais fácil e honroso se todos fizessem como meu primo. Ele resolveu assumir a alfa 2, e terminou com a esposa. Falou para ela, fez a separação, pagou a pensão, ela ainda é beneficiária da apólice de seguro ele. Acho isso certo. Resolveu seguir a vida e foi honesto com a ex mulher. Claro que doeu. Doeu até para nós da família que amamos a ex. Mas ainda assim foi honesto. Ela perdeu o marido e não ficou com elocubrações mentais tentado juntar peças do quebra-cabeça.

Meninos e meninas, façam um favor: sejam honestos da hora do pé na bunda. Dói, mas é melhor.

domingo, 13 de maio de 2012

A falta que Potira que me faz

Esse negócio de dia da mães é muito esquisito. Não acho que esse é o pior dia desde que ela se foi. Tem dias piores. Tem dia que eu queria chorar no ombro dela. Tem dia que eu queria bater perna no shopping com ela. Queria muito saber como ela estaria reagindo à nova lei da proibição da sacolinha plástica no supermercado. Ela faz falta todo dia. Faz falta ligar pra ela quando viajo, avisando que cheguei bem. E comprar a lembrancinha dela. É uma lacuna permanente no coração. E, ao mesmo tempo, uma presença permanente. Falta, mas não falta. Sinto ela perto o tempo todo.

Essa semana fui buscar um remédio numa farmácia de manipulação. Paguei e ia saindo, quando a atendente correu atrás de mim trazendo uma rosa, presente de dia das mães. Comecei a chorar na loja. A moça não tem culpa. Ela devia olhar pra mim e supor que eu já fosse mãe. Ou que tinha mãe. Fiquei pensando nessa coisa do comércio. Como isso é invasivo. Ontem fui comprar um presente para uma amiga, e após escolher e tals, o vendedor perguntou se eu já tinha comprado o presente da minha mãe. Ok, é o trabalho dele. Mas e se eu não tenho? e se fui abandonada? e se odeio minha mãe? Nem toda relação é um mar de rosas, a vida não é perfeita, e vem o comércio fazer você expor seus sentimentos. Ou você abre seu coração para um estranho, ou você reage com raiva/indiferença/silêncio. Fica chato de qualquer maneira.

Não sinto falta nenhuma de comprar presente de dia das mães. Mas hoje fiquei sem programa. Não é um domingo qualquer, tem algo diferente no ar. E eu sou uma outsider. Vou almoçar na casa de uma amiga - que ficou orfã uns 7 anos, detestando esse dia, e então ano passado ela virou mãe, e resolveu voltar a comemorar. A vida tem desses ciclos mesmo.

domingo, 6 de maio de 2012

Duran effect

Eu virei fã deles quando eles eram assim...


...culpa da minha amiga de colégio, Patrícia, que amava o Roger e assinava Patrícia Taylor. Pat me emprestou um disco (LP... tô velha?) e claro que eu comprei os outros. Aí eu também assinava Mara Taylor, mas era por causa do John. Coisas de adolescente. Isso era mais ou menos 1984...

2012 está aí e o amor continua o mesmo:


Esta semana fui ao show deles, e é tudo tão maravilhoso! O Estadão publicou uma nota malcriada dizendo que o repertório não muda, e eu aqui achando ótimo! Bom demais esquecer o mundo e gritar como uma histérica no programa do Chacrinha!

Mas o que acho mais legal é a minha empolgação que eu passo pra frente. No show de 2008, levei minhas duas irmãs. Elas curtem porque eu curto (claro, moravam comigo quando crianças e a irmã mais velha ouvia o tempo todo). Adorei ir com as duas e cantarmos juntas. Ter isso em comum. No show desse ano, uma das irmãs foi e levou uma amiga. Essa amiga confessou no carro que também gosta por minha causa, que ia quando adolescente lá em casa, me via ouvindo e pimba. Aproveitei e levei minha Fadinha comigo. Fadinha conhecia mas não era fã. Foi muito engraçado vê-la de boca aberta babando por Simon le Bon. Sim, fiz mais uma vítima.

Tão bom saber quando a gente influencia "positivamente" as pessoas... :D

(quase 30 anos se passaram e eu não sei se gosto mais do John Taylor ou do Simon le Bon - ok, daria para os dois!)