terça-feira, 29 de junho de 2010

Cápsula do tempo

Semanas atrás, assisti um quadro no Fantástico muito interessante. Uns estudantes escreveram cartas para si mesmos sobre o que gostavam, o que estavam fazendo, e aonde estariam daqui há 10 anos. E chegou o momento de abrir a cápsula do tempo. Teve gente que fez exatamente o que previu, teve gente que mudou de idéia. Teve uma menina, que me emocionou muito, que estava arrependida de ter escrito tanto sobre Backstreet Boys e não ter falado de sua família, e neste meio-tempo ela perdeu a mãe, que ela não percebia a imensa importância que tem na sua vida. É, amiga. Perder a mãe é um divisor de águas na sua vida.

Estar reunida com minha família a cada 2 anos é uma verdadeira cápsula do tempo também. Quando venho aqui e vejo a vida que meus primos, de mesma faixa etária que eu, levam, imediatamente começo a refletir sobre a minha vida. Vejo muitos trabalhando, outros desempregados. Muitos casados, poucos solteiros como eu e minhas irmãs. Quase todos tem filhos. E eu começo a pensar se eu não estou atrasada, se eu perdi tempo, o que estou fazendo da minha vida.

Engraçado. Quando estou em São Paulo, gosto da minha vida, das minhas coisas, do meu ritmo. Acredito que as coisas vão acontecer no seu tempo. Me sinto jovem. Aqui, me sinto de meia-idade, encalhada, sozinha, sem solução. Quase fazendo bobagem e desistindo do meu sonho, que eu tanto acredito e acho que tenho direito.

Adoro estar aqui. Mas é péssimo para minha auto-estima.


sexta-feira, 25 de junho de 2010

O sítio


Eu tenho uma família enorme. Entre pais, filhos e netos, 115 pessoas. A cada 2 anos nos reunimos todos (ou quase todos) no sítio do meu avô, em pleno sertão nordestino. É uma festa linda. É delicioso reencontrar todos aqueles primos com quem brincamos na infância, com quem aprendemos a beijar na adolescência, com quem trocamos idéias na fase adulta. É muita história.

No sítio, a eletricidade chegou há 10 anos. Ou seja, as memórias mais gostosas são de noites iluminadas por candieiros, sono na rede, banho gelado sem chuveiro, jogando água no corpo com uma caneca. Sem Tv. Mas com o luar mais lindo do mundo. Com céu estrelado todas as noites. Muita risada. Muita alegria. E muita fofoca, não podemos negar.

Estar aqui, e amar estar aqui, me faz ter contato com uma realidade que não é minha. Mas que foi a história de vida do meu pai. Aonde ele se criou, formou seu caráter e se tornou o homem que ele é. Viver essa vidinha calma, pacata e sem luxo me faz parecer distante a minha vida de shoppings, restaurantes, carro com ar condicionado, seriados americanos, internet. Minha vida de patricinha.

Hoje tem luz. Algumas coisas mudaram. Outras gerações vão chegando. Mas o sítio resiste em se modernizar. O celular não pega em lugar nenhum, apenas embaixo do pé de juazeiro. Esse lugar é um exercício de desapego. E olha, faz bem se desligar do mundo de vez em quando.

Ontem foi São João. Tinha uma fogueira acesa. Joguei meus pedidos nela. Meu tio soltou rojões. Fizemos cantigas e dançamos em volta. Como crianças. Tem coisa melhor?

Saudade da minha mãe por essas bandas...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Não é fácil prá ninguém!

Sabe aqueles momentos que você se decepciona com o sexo oposto? Que a concorrência é grande, que homens são canalhas, que homens são de Marte e mulheres são de Vênus, etc e tal. E arremata no final: "acho que vou virar lésbica, é mais fácil".

Então que eu tenho uma prima lésbica. Que tem uma namorada há 2 anos. E esta prima veio para São Paulo para o casamento do irmão. A namorada? não entendeu, não aceitou. Achou que a prima tinha que dar uma "prova de amor" e faltar ao casamento do irmão só para não deixá-la sozinha (por 4 dias, vejam só!). Nestes 4 dias de inferno, a namorada ligava a cada hora, chorando, reclamando, fazendo beicinho, abandonada. E a prima aqui se explicando, conjecturando, passando raiva. Não curtiu nada da festa nem da viagem.


Então eu acabo de concluir: virar lésbica não é a solução. A não ser, claro, que se goste da coisa, o que não é o meu caso. Encheção de saco por encheção de saco, melhor ficar com o sexo oposto mesmo.

(até porque, chatice não depende de orientação sexual, né?)

domingo, 20 de junho de 2010

Plimmmmmm! *******

A vida é interessante. A velha dualidade das coisas. Sim e não, bem e mal. Quando achamos que está tudo bem, acontece alguma coisa que estraga. Quando estamos com problemas, sempre tem alguma coisa positiva acontecendo, E parece que a vida sempre nos dá uma chance de melhorar, evoluir, mudar de opinião.

Neste post, escrito num "momento difícil", após uma ótima sessão de terapia, achei que eu era a Malévola, tendo dificuldade de me alegrar com a alegria dos outros. E daí que você leva um tempo para assimilar que você não é uma má pessoa. E depois que aceita isso, parece que as coisas voltam ao normal. Você volta a se alegrar com coisas que não são suas.

Eu e minhas 2 irmãs fomos madrinhas de casamento de meu primo, e sem querer, cada uma comprou o vestido de uma cor: verde, rosa e azul. Quando percebemos, viramos as fadas-madrinhas Flora, Fauna e Primavera. Com varinhas de condão e tudo (claro, não íamos perder a oportunidade!). É a vida, sutil e certeira como ela é, me tirando do posto de Malévola. Virei Fauna!


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Assentando os trilhos

Ontem, numa noite fria e solitária (ops! o cachorro fiel conta?), assisti, depois de muito tempo, na HBO o lindo filme "Sob o sol da Toscana". Tem filmes que a gente precisa rever de tempos em tempos. Na minha lembrança a Francesca sofria muito mais com a reforma da casa. E acho que não havia dado atenção devida à uma certa cena do filme. Francesca, aterrorizada com a presença de uma cobra em casa, pede ajuda ao corretor, que vai socorrê-la. Depois, ela chora arrependida por ter largado a vida estabelecida nos Estados Unidos para morar na Toscana, pelo trabalhão de reconstruir aquela casa, de solidão, do propósito daquilo tudo.

O corretor, gentilmente, pede para ela parar de chorar "senão ele será obrigado a fazer amor com ela, e ele nunca traiu a esposa". E diz:

"Entre a Itália e a Áustria há uma região de alpes muito íngreme. Mesmo assim os trilhos da estrada de ferro que ligam a Veneza a Viena foram assentados muito antes que houvesse trem para percorrer o trajeto. Por algum motivo, alguém pensou que algum dia o trem passaria por lá. Mesmo que demorasse."

E Francis, ou Francesca, assentou seus trilhos. Consertou sua casa, abriu espaço para a vida, para os amigos, para o amor. E quando o trem chegou ela estava pronta.

domingo, 13 de junho de 2010

Não perca a fé!

1. Santo Antônio ainda vai operar milagres, para mim e para você
2. Eu ainda vou atualizar o blog.

Não perca a fé!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

YOUR POST

Ele é sem graça. Ano passado ele ganhou esse post aqui. Aí, pidão e cabido como só ele sabe ser, me mandou um email dizendo assim: "Acabei de reler a homenagem que você fez em seu blog ano passado. De presente em 2010 pode ser mais um texto que só você sabe escrever? Se não for pedir demais, pode colocar mais uma daquelas músicas de presentinho? Um beijo, André."

Tonto! Odeio quando nego estraga surpresa. Vai ganhar post mas não vai ganhar música. Porque, para quem não sabe, o fato é o seguinte: Mara é roqueira, e André curte MPB e bossa-nova (coisas do amor...). Mas existem umas 20 músicas - do repertório dele - que eu curto secretamente... Uma delas eu revelei de presente de aniversário no post do ano passado. Ele implora para saber as outras. Mas tem que merecer. Não é o caso agora.

Andrézinho para mim é porto seguro. É com quem posso ser eu mesma, com quem posso desabafar, com quem posso rir, chorar. É ex-marido, mas não é ex-amor. Fez, faz e fará parte da minha vida. Tem gente que não entende. Mas não tem que entender, só tem que aceitar. E deixar a gente viver feliz. E para você, meu Dézinho, só desejo felicidade e liberdade.

E não vou te dar uma das músicas que você queria, mas agora vou pedir licença e parafrasear Elton John:

and you can tell everybody this is your post
it may be quite simple but now that it´s done
I hope you don´t mind
I hope you don´t mind that I put down in words...
how wonderful life is while you´re in the world!


André, how wonderful life is while you`re in the MY world...