segunda-feira, 19 de maio de 2014

Autoconhecimento é tudo

Autoconhecimento é tudo. Eu já sabia disso. Me conheço há muito tempo. Vivo comigo mesma há 42 anos. Eu sabia que era tudo uma questão de tempo. Mesmo nos dias de maior desespero. Quando fiz Vigilantes do Peso, anotava tudo que comia, o que sentia. Consegui entender os dias de maior ansiedade. Percebia que engordava 1 semana antes de menstruar. Não resolvi os problemas do peso, mas pelo menos entendi o modus operandi do meu organismo. Não preciso mais anotar nada, sei qual será o desfecho. (claro, a não ser que eu resolva tomar vergonha na cara e voltar a emagrecer - mas isso é assunto para outro post).

Autoconhecimento é tudo. Quando a minha mente viaja pra Marte, pensa no pior. Já sei que é mecanismo de autodefesa. É a mente imaginando o pior para que o real não doa tanto assim. Por exemplo, se alguém querido está doente, minha mente imagina a morte, o velório, o adeus. Aí a pessoa melhora mais ou menos, mas para mim está ótimo, pois eu esperava o pior. Coisas de uma cabeça delirante.

Autoconhecimento é tudo. Só que desde fevereiro eu me sinto numa areia movediça. A dinossaura aqui não se apaixonava desde 1989. Naquele tempo não existiam redes sociais, celulares. Só o telefone da casa do moço, e você tinha hora para ligar, falar com a mãe, etc. Imagina, eu, que tenho blog, twitter, instagram, facebook, whatsapp, totalmente conectada, de repente não sabia lidar com essas coisas na vida afetiva!

Na vida real, entendo você mandar um sms e a pessoa receber e responder horas depois, quando tiver tempo. Eu faço isso. Entendo a pessoa receber um email e responder dias depois. Eu sou a rainha de não responder emails. Entendo demorar para responder uma inbox do facebook, eu faço isso. Entendo não responder um tweet, eu faço isso. Entendo ignorar uma, duas, três ligações, pelo simples fato de que não está a fim de falar com ninguém. Deus, como eu faço isso! Daí o gato faz o mesmo que eu sempre fiz, e eu fico transtornada! Como assim ele leva 2 horas para responder um sms? respondeu meu email apenas no fim do dia? O quê? dormiu e não atendeu minha ligação? Mas como assim o mundo não gira ao meu redor? (esse post chama-se Autoconhecimento é tudo, mas poderia perfeitamente chamar-se Provando do próprio veneno)

Mas voltando ao autoconhecimento. Eu já desisti de ter controle do meu coração. Mas eu sabia que em algum momento eu iria retomar a minha sanidade mental. Que eu iria ficar menos ansiosa. Eu tinha uma recordação nebulosa na minha mente. Naquele ano de 1989, eu também fiquei doida por amor. Transtornada, ansiosa. Lembro que durou uns meses. Lembro que brigamos, terminamos, e quando voltamos a coisa ficou mais tranquila, e seguiu como um namoro normal. Liguei pro ex e perguntei: "André, eu era assim transtornada?" "era", foi a belíssima resposta que recebi. "Quando fiquei normal?" "quando você teve segurança do meu sentimento por você".

Esse fim de semana teve de tudo. Teve eu surtando de ansiedade achando que ele ia cancelar nosso encontro. Daí ele liga confirmando, eu fico feliz e fico puta comigo mesma por deixar ele ser motivo de felicidade. Mas isso é assunto pra outro post. Aí a gente sai e cada minuto com ele é uma delícia. Combinamos de sair no sábado, espero por ele o dia todo, e ele fura. Ansiedade level hard. Mas ficamos 2 horas no telefone, eu perdoo e durmo tranquila. 

Então ele vem tomar café da manhã comigo no domingo. Passeamos pelas ruas, pelo parque, almoçamos. Voltamos pra minha casa. Namoro no sofá. Delícia namorar no sofá. Conversamos muito. Percebi ele me colocando na vida dele. Ele disse que precisamos nos ver mais vezes. Obrigada, querido, era isso que eu queria desde sempre! Um dia ele me disse que se sentia seguro comigo. Respondi que tudo que não sinto é segurança com ele. Depois do dia de domingo, comecei a sentir um pouco. Dormi feliz. Acordei tranquila no dia seguinte. Vou voltar ao normal. Seguirei apaixonada, mas voltarei a ser dona da minha vida de novo, eu sinto. Autoconhecimento é tudo.


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