sexta-feira, 9 de maio de 2014

Filme real

Hoje de manhã, enquanto minhas mãos e olhos trabalhavam roboticamente no computador, minha mente voava. Estava lá longe. Procurava, sem resposta, uma comunicação telepática com alguém. Procurava saber o que fazer, o que não fazer, o que dizer, o que calar. 

Na tv, passaram 2 comédias românticas. Que eu já tinha assistido. Mas não importava, a tv só estava ligada para me fazer companhia e tentar calar a gritaria dentro da minha cabeça. Li alguns emails, autorizei pagamentos no banco, mas o foco estava muito distante. Parei para olhar os filmes. Nos dois, o amor acontece. Aí o cara vai embora, porque estava com medo de se apaixonar, ou porque achava que existia mulher mais nova, mais bonita. Aí a mocinha come o pão que o diabo amassou. Ela chora, se descabela, se reinventa. Levanta, enxuga as lágrimas e segue em frente. Até arruma outra pessoa. Aí o cara reaparece e percebe que ela é tudo que ele sempre quis. Pede pra voltar, ela titubeia mas o amor é mais forte e o final é feliz.

Esse tipo de filme faz você achar que isso vai acontecer. Que você deu um basta e vai se recompor, mas ah, ele vai te procurar. Tudo vai ficar bem. O amor é lindo. Só que o que acontece em 90 minutos de filme é o que acontece em 6 meses, 1 ano, 2 anos, 5 anos na vida. E isso significa que os 10 minutos que a mocinha chorou pode representar 6 meses de chororô na vida real.

Acreditar no final feliz não faz o meio do filme ser mais fácil.




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