terça-feira, 20 de maio de 2014

A foto

Em outubro do ano passado, eu estava em Frankfurt, trabalhando. Atendi pessoas o dia inteiro. Minha mente transtornada por tanto idioma que ouvia ao mesmo tempo: português, inglês, alemão, espanhol, japonês, chinês. Tentando entender e se fazer entender. Com alegria vi que ia conseguir almoçar e dar uma espairecida. Desci os 3 andares do pavilhão de exposições e fui no andar térreo, tomar ar e vento frio de 4 graus. Comprei um sanduíche caprese, porque não aguentava mais as comidas alemãs, e sentei na pracinha para comer. Tinha uma feirinha na minha frente. Fui lá e me presenteei com um colar de prata. Andando mais um pouco, gostei muito de uma echarpe, toda colorida. Paguei os 10 euros e já coloquei no pescoço (os 4 graus tiveram influência nisso).

Voltei pro evento. Passei antes no banheiro para escovar os dentes, pentear o cabelo. Me olhei no espelho. Lembro que sorri e gostei da imagem refletida. Estava num good hair day. A pele estava boa, e a echarpe ficou super bonita mesmo, combinou com a blusa e o casaco que estava usando. Ao sair do banheiro, resolvi fazer uma coisa que quase nunca faço: tirar uma foto. A tal da selfie. Passei um gloss na boca, posicionei o iphone e pronto. Gostei da foto, e atualizei meu perfil do Facebook.

E hoje escuto o gato dizer que quando viu aquela foto, no meio de tantas outras, teve vontade de me conhecer. Que gostou da energia que sentiu na foto. Que gostou dos meus olhos. Que torceu para que eu o respondesse.

Fiquei pensando naquele dia frio de outubro, quando eu nem sabia que ele existia. Um dia tão nada a ver, tão distante, eu num momento tão de bem comigo mesma faço uma coisa tão corriqueira que influenciaria tanto um futuro próximo? O acaso, o destino... caixinhas de surpresas!


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