domingo, 20 de abril de 2014

Jogos de amor são pra se jogar

Uma música antiga do Paralamas do Sucesso começou a tocar no rádio do carro...

Eu sei, jogos de amor são pra se jogar
Ó por favor não vem me explicar o que eu já sei e o que eu não sei...

Primeiro ri porque lembrei da Mara com 15 anos, sofrendo pela sua primeira paixão platônica, e chorava na parte onde dizia o seu exército invadiu o meu país (porque o rapaz em questão estava servindo o exército...perfect timing, Herbert Vianna!)

Depois pensei sobre essa coisa de jogos de amor e o quanto a Mara de 42 anos está cansada. A Mara hoje, calejada de tanto sofrimento, quer se proteger. Mas ela quer amar. Mas ela quer ter certeza que não está perdendo tempo, que tem chance. Veja bem, Mara trabalha na área do planejamento, das estatísticas, das probabilidades.

O coração da Mara diz que a probabilidade existe. Que tem como chegar. Que pode dar certo. Que pode ser divertido. Que eles podem se completar e ser felizes, pelo tempo que tiver ser. Sem pressão, sem expectativa. Como deve ser. Já o cérebro da Mara... afffff! Esse não tem sossego! Ele procura indícios o tempo todo do que pode dar errado. Para protegê-la. Para dizer "eu te disse" quando naufragar. Ele não quer que ela se exponha, implora, chore, reclame, sofra.

Aí vem a coisa do jogo de amor. Que eu, que sou meu coração e meu cérebro ao mesmo tempo, não sei conciliar. Eu quero ligar. Mas os jogadores dizem para não ligar, para fazer mistério, para não ser disponível, que isso desinteressa. Mas é certo eu parecer ser quem eu não sou? Se eu estou apaixonada, porque não dizer para ele? porque ter que disfarçar? só porque não sei se sou correspondida? Não é melhor ser eu mesma, com minhas inseguranças e paixão avassaladora, do que parecer blasé?

Por outro lado, os jogadores estão certos em me avisar disso. Posso parecer carente. Posso parecer desesperada. Não estou desesperada não. Não pretendo me humilhar ou fazer nada que não tenha vontade. Mas tenho vontade de mostrar para ele quem eu sou. Que posso ser sua melhor amiga. Que posso ser sua amante. Que posso ser sua namorada. Que posso ser sua companheira. Que não estou preocupada em casar, em aliança, em filhos, em alterar o status no facebook. Quero apenas desfrutar da sua companhia deliciosa, que veio tão inesperadamente na minha vida. Que eu adoro o papo dele, as teorias dele, as ideias dele, o jeito dele ver o mundo. E eu quero ir mais fundo. Sem planos. Sem jogos. Sem máscaras.


Um comentário:

Regina disse...

Eu também detesto jogos! Não sei jogar!!! Só sei sentir...
(sou pisciana, lembra? Lua em Câncer, na 4ª casa(casa de Câncer) e tônica canceriana no mapa......sou só sentimento!!!!)