quinta-feira, 11 de junho de 2009

Egoísmo

Quando eu tinha 2 anos de idade, minha mãe comunicou sua segunda gravidez. Foi falar comigo cheia de dedos, pois era filha única e mimada por todos. Reza a lenda que, ao ouvir a notícia, tirei imediatamente a chupeta da boca e entreguei para ela guardar para minha irmã. E nunca mais usei, apesar da insistência dos meus pais.

Acho que isso diz um pouco da minha personalidade. Sou canceriana, sou emotiva, gosto das pessoas à minha volta, amo minha família, troco uma balada por um joguinho de buraco com as tias. Egoismo nunca foi um defeito meu. Eu não costumo ser apegada às coisas materiais, compartilho com os outros na maior tranquilidade. Estou muito longe de ser a Madre Tereza de Calcutá, sim. Mas desde criança, toda vez que brigava com minhas irmãs, elas me chamavam de egoista. E cara, isso mexia demais comigo. Pois quem convive comigo sabe o quanto eu carrego o problema dos outros, o quanto eu divido, o quanto eu me dôo, o quanto me preocupo.

Só que às vezes somos obrigadas a tomar algumas decisões na vida que, para os outros, podem soar como egoísmo. Chega uma hora que o doar-se para o outro está tirando um pedaço de você. Chega uma hora que você percebe que a importância que o outro tem na sua vida não é a mesma que você tem na vida dele. As prioridades são outras.

Fui obrigada a expor meu ponto de vista para pessoas que amo. E fui interpretada como despeitada, ou egoista, ou pior, "coitada da Mara, está vivendo um momento díficil". Alto lá! meu momento difícil num aspecto da minha vida não me faz misturar as coisas! eu não sou invejosa, e sei muito bem ficar feliz pelas conquistas das pessoas que amo. Bom, ficarei quietinha aqui, aguardando o tempo levar embora essas sensações ruins.

Nenhum comentário: