quarta-feira, 17 de junho de 2009

A blusa do tempo

Quando eu tinha 15 anos, fui convidada para uma festa de debutantes. Era junho, estava frio. Eu tinha um conjunto de saia e blusa de veludo azul (sem comentários), e fui a uma loja com minha mãe, que comprou uma malha de lã bem gostosa, com listras azuis, vermelhas e cinzas.

O fato é que ainda tenho essa blusa e uso todo inverno. Daí você pode ter duas reações:

1. Uau, Mara! você ainda tem o corpinho de 15 anos??
ou
2. Uau, Mara! com 15 anos você já tinha esse tamanho todo??

As duas respostas são verdadeiras. Nesses anos, eu fiz todos os acordes da sanfona, então tem épocas que a malha fica mais larga, outras mais apertadas. Mas sempre na área. Concluímos então que essa malha foi um ótimo investimento. Ela não tem nada de especial, mas tem cores alegres, cai bem e é quentinha. E veja bem, mais de duas décadas firme e forte não é pouca coisa não, heim?

Essa malha tem uma característica: ela é muito quente. Então, eu não posso colocar outra malha por baixo, esquenta demais. Tem que ser uma camiseta ou segunda pele. E a camiseta debaixo não pode ser grandalhona, pois fica empapuçada. E como a malha é volumosa, não cabe uma jaqueta por cima. Então ela é uma malha que você veste com qualquer coisa embaixo, e está tudo certo.

Tudo certo? não! Hoje eu comprovei algo que suspeitava desde o inverno passado. Toda vez que eu uso essa malha, o tempo esquenta, e eu estou com algo ralé, ridículo ou justo demais por baixo, e não posso tirar a malha, daí passo o dia suando.

Ontem, no processo de separação litigiosa com o guarda roupa, achei a danada. Hoje estava bem geladinho, achei que era dia de usar essa malha. Depois do almoço, começou a esquentar, tive que ir ao banheiro tirar a blusa de baixo para ficar mais suportável.

Então é isso... eu passei essas semanas todas sofrendo com o frio, sendo que eu tenho o instrumento para melhorar o tempo! Frio, a partir de hoje, você não me pega mais!

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