domingo, 26 de dezembro de 2010

Depois sou eu que aguento...

- Vocês aprontam, depois sou eu que aguento...

Essa era a frase que eu ouvia minha mãe dizer sempre. Porque ela era tipo o penico da família: aquela que escuta toda a porcaria, aquela que tem que resolver, aquela que tem que amenizar e harmonizar as relações. E eu, do alto da minha grande sabedoria, dizia para ela:

- mãe, você aguenta porque quer. é só não dar trela, é só deixar que eles resolvam seus problemas entre si.

Aham. Muito fácil falar e dar palpite na vida do outro.

O fato é que, 1 ano e 4 meses depois da partida da minha mãe, eu sinto na pele o que ela passava. A pobre aguentava marido, filhas, irmãs, sobrinhos, empregada, todos sugando a energia dela o tempo todo. E ninguém quer ceder em nada. Todos querem que as coisas funcionem, mas não estão minimamente dispostos a ceder.

Este Natal foi o Natal dos egoístas. Cada um fez o que quis, na hora que quis. E a Mara é quem cuidou de acertar detalhes, encomendar comida, buscar comida, comprar os presentes. As irmãs só tinham que aparecer nos eventos e sorrirem. Aí uma delas apresentou o namorado, e a trouxa aqui passou a véspera de Natal inteira acalmando o pai ciumento. A outra ia mais cedo no restaurante reservar lugar, mas mudou de idéia no meio do caminho e foi visitar um amigo. E a mãe de todos aqui acalmando o pai para esperar a outra para comer. Vejam, todo evento que deveria dar prazer dá stress.

E quando acabou tudo, voltamos para casa. 23hs. Eu ia para a casa de uma amiga passar a meia noite. E o cachorro estava histérico de solidão. Então eu abri mão do programa, e fiquei com o cachorro, sozinha com a internet. Todos se divertem, e eu presa pelo bem estar da nação.

Hoje entendo minha mãe. Desejo do fundo do meu coração que ela tenha se sentido feliz com essa vida tumultuada. Porque eu não estou gostando nem um pouco do lugar dela.

PS: ganha um doce quem adivinhar quem vai ter que comprar as carnes e tudo o mais do churrasco de ano novo!

2 comentários:

Nós disse...

Ô dureza!!! Olha, se eu me proponha a fazer a coisa, faço. Mas tbm DETESTO qndo me jogam responsabilidades que não pedi, que não me ofereci. Pq se vc faz e fica razoável, vc fez de má vontade. CLARO, uai! Vc fez de má vontade pq ngm ajudou! Era pra todo mundo, pq só vc tinha q fazer? Não gosto... acho chato tbm...
Esse ano eu me propus ficar em casa no dia 24 pra fazer o jantar pra família e não quis ajuda. Ponto. Mas só faço qndo quero! hehehe
Beijo e boa sorte no ano novo...

Patricia Daltro disse...

Amiga, como te entendo. Passei por um processo desses após a morte da minha vó. Juro que segurei as pontas durante uns anos, mas depois que casei e principalmente, depois que o Dani nasceu, rompi com tudo e hoje, meu natal é mais feliz e tranquilo, só com meus dois queridos.
Para você, desejo um 2011 repleto de felicidades e sucesso. Um ano onde essa dor que ainda mora em seu coração, possa ser minimizada.
Beijos.