terça-feira, 17 de maio de 2011

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Eu sempre fui preocupada com esse negócio de morte. Desde sempre. Mesmo antes da minha mãe partir tão subitamente. Talvez eu já desconfiasse de como esse trem dá encheção de saco para a família, então o melhor a fazer é deixar as coisas o mais em ordem possível.

Vou confessar um TOC antigo: SEMPRE que eu vou viajar, naquela correria de deixar tudo em dia, eu ainda me preocupo em organizar extratos de banco, apólices de seguros, auxílio-funeral, números de emergência para os familiares acharem... Ok, sei que é mórbido, mas a vida é assim. Minha mãe morreu numa viagem, conheço esse filme.

Daí um dia eu li esse texto da Carolina Mendes, e poxa, achei ele tão verdadeiro. A minha família vai saber onde está meu dinheiro (e minhas dívidas, rá!), vai achar escrituras, apolíces, documentos. Vai abrir minhas gavetas, mexer nas minhas fotos, caixinhas, bijuterias e jóias, descobrir o local secreto do vibrador (hahahaha wtf?). E a minha vida virtual, onde fica?

Sempre que eu fico uns dias meio afastada do twitter (acontece uma vez a cada ano bissexto!), quando volto tem sempre alguém perguntando "onde anda a @marinha?" E eu respondo, dias depois. Mas um dia pode ser que eu não volte para explicar. E quem vai avisar os queridos amigos virtuais? quem vai fazer um post final aqui no blog? tenho gente tão querida que vem me ler aqui.

Talvez eu deva deixar mesmo um testamento de senhas. O saco vai ser atualizar isso no cartório todo mês, porque a gente está sempre atualizando...