sábado, 15 de setembro de 2012

A (difícil) arte de assumir a culpa

Então que, munida da raiva e paralisação do post abaixo, fui me queixar na orelha da minha terapeuta. Mimimi que eu não tenho ninguém que me ajuda, e ainda por cima atrapalha. Mimimi que todo mundo me cobra. Mimimi que o final de semana não é meu. Mimimi que não consigo ser dona da minha vida.

Ela corta, e diz: Mara, então você vai ter que parar de ser fofa e não querer desagradar todo mundo. A viagem estava quase fechada? a mulher se meteu? avisa então que você dará o prazo de 2 dias para que ela responda, senão fará do seu jeito. Porque cada um tem o seu tempo, para ela provavelmente 15 dias é um prazo normal para dar resposta, e não tem idéia do quanto essa demora está te angustiando. É você que deveria colocar a situação na mesa, mesmo com toda delicadeza e "fofura" que você gosta de tratar as pessoas.

Isso fez muito sentido. E colocou a culpa no meu colo de novo. E está certo mesmo: eu deixei os outros decidirem por mim. Eu aguardei o tempo do outro. Então a culpa é minha!

Cheguei em casa no maior gás, entrei no site de vendas de bilhetes de trens, fiz a cotação, salvei em PDF e mandei para ela, dizendo que tinha aquele preço, e iria fechar amanhã, pois não podia mais ter prejuízo. Floreei as palavras, fui fofa, chamei de querida, mandei beijinho no final, mas falei o que queria. Duas horas depois, já tinha a resposta dela: ela não conseguia bater meu preço, então eu podia fechar por conta própria!

Ao som de "We are the champions", finalizei a transação. Veio SMS do cartão avisando o débito. Aí descobri que, ao contrário dos bilhetes de Paris e Londres que comprei pelo mesmo site e imprimi em casa, bilhetes da Áustria não podem ser impressos no computador. Levam 8 dias úteis pela DHL para chegar ao Brasil, e na sequência o tempo de correio brasileiro. Eu não tenho 8 dias úteis, eu viajo antes disso. Entrei de novo no site, tentei reverter a compra, tentei alterar o endereço de entrega para o do meu amigo de Viena, nada foi possível. Nenhum SAC, nenhuma forma de contato disponível, mil frescuras para devolver o dinheiro, se ELES julgarem correto. Desesperada, ligo no Itaú e peço para não autorizarem o débito, que não reconheço a compra, etc e tal. A moça vai ver o que pode fazer. Meu estômago embrulha, que ódio! Não posso perder esse dinheiro! Ah, se essa $%*#@ não tivesse demorado 15 dias, eu teria comprado antes, e teria o prazo deste bilhete ter chegado a temp... NÂO, MARA, A CULPA É SUA, NÃO DELA.

Difícil esse exercício, viu?


3 comentários:

Penny Lane disse...

Menina, lendo seu post fiquei morta de raiva da mulher da agência!

Se a pessoa não tem capacidade de ajudar que não atrapalhe! Eu hein...

E sua terapeuta falou tudo.Você não pode mesmo permitir que usem da sua boa fé para tirarem vantagens. Só não concordo com o que ela diz, que as coisas são sua culpa.Você fez o papel que qualquer um faria.Deu uma carta de confiança.Se a pessoa não foi digna disso, a culpa não foi sua.Todos estão sujeitos a isto.A vida tem dessas coisas.
Acho que se culpar nem é saudável.Faz a gente se cobrar mais do que já nos cobramos.Mas isto sou eu, uma garota de 22 anos que não estudou psicologia .Enfim.

Boa sorte com a viagem ^^

bjs

fátima disse...

eu tenho um imã de geladeira que diz assim:
"A CULPA É MINHA E EU COLOCO EM QUEM EU QUISER".
adoro!!

Mara disse...

Essa culpa que falo em assumir é aquela que me tira do papel de vítima da outra que me enrolou, entende?
É assumir as rédeas da situação, ser responsável pelo que der certo e pelo que der errado!

obrigada, meninas!
Fatima, adorei o imã!