domingo, 19 de junho de 2011

O preço das coisas

Esses dias assisti o filme "O amor acontece", com a Jennifer Aniston e o gatón Aaron Eckhart. O filme é assim, assim... sei lá. Mas ele teve um aspecto que me pegou pesado. Burke perdeu a esposa num acidente de carro, e escreve um livro de auto-ajuda sobre como lidar com perdas. E fica famoso, e dá palestras, programas intensivos, negocia programa de TV. Ele, todo compreensivo e acessível, ajudando as pessoas a lidar com a morte. Menos ele. Porque ele, sempre que está sozinho, está contido e reprimindo suas reações.

E no meio de uma palestra, aparece seu ex-sogro. Que pergunta como ele consegue enriquecer, ficar famoso, com a dor de alguém. Com a morte da filha dele. E até quando ele iria mentir para si mesmo?

É uma coisa que eu evito de falar em voz alta, mas sempre martela minha cabeça. Eu estou tão feliz com meu apartamento. E qual o custo dele? o seguro de vida da minha mãe. É tão difícil aceitar que você realizou um sonho com um preço tão alto. Como ser feliz com isso? Aí eu minto que considero esse apartamento um presente dela. Mas eu não queria o presente, eu queria ela de volta. Mas eu não quero abrir mão do meu apartamento. Talvez uma coisa não tem nada a ver com a outra, talvez eu precise dar uns gritos daqui da janela, talvez precise rezar uma missa, não sei.

Essa semana sonhei com ela quase todos os dias. Será que vai ser esse buraco para sempre no coração?

2 comentários:

Fabi disse...

É um assunto delicado, tanto pra quem vive, quanto pra quem estar de fora dar o tal do pitaco...
Mas uma coisa é certa, nada nada nada nessa vida acontece fora de hora.
E com certeza ela está feliz com sua felicidade, porque mãe é assim, fica feliz com a felicidade da gente.
Beijo grande e minha admiração, por saber tocar em assuntos delicados de forma tão leve... ;)

Iara disse...

Oi minha linda, minha nossa que tempão fazia que eu não vinha aqui, não pergunta porque. To me perguntando até agora e não sei, correria, ando perdida, sei lá.
Amiga, o buraco no coração precisa de tempo para fechar, não é rápido assim, afinal, suprir a falta de uma das pessoas mais importantes de nossa vida não é tarefa para pouco tempo.
A falta que ela nos faz na verdade é eterna, mas o tempo vai cicatrizando a ferida, fechando o buraco, substituindo a saudade doída pela saudade gostosa, a lembrança que machuca pela lembrança que consola. É um processo lento, que se dá aos poucos, mas acontece, não te cobres demais por ele, não queira apressar demais as coisas,elas vem naturalmente, o tempo é sábio na arte de nos consolar e confortar.
Seja e viva da melhor maneira para que ela se orgulhe sempre de ti, é esse o legado que as mães querem dos filhos.
Afinal elas são eternas porque vivem eternamente em nós.
Beijos querida