segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Seis meses...

Hoje assisti uma palestra, e a mesma terminou com o vídeo abaixo, o Everybody´s free (to wear sunscreen) - Todos são livres para usar filtro solar. Conheci esse vídeo há uns 8 anos atrás, e não tem como não me emocionar cada vez que o vejo.



Hoje comecei a chorar na frase: "Saiba entender seus pais. Você nunca sabe a falta que irá sentir deles"

E hoje faz 6 meses que te deixei de ter por perto, mãe. Eu acho que te entendi no tempo que te tive por perto. Eu aproveitei cada momento com você. Poderia ter aproveitado mais, mas aproveitei. Mas eu não estava preparada para te perder.

A vida continuou, mãe. Algumas coisas na nossa casa mudaram. Eu voltei para lá, acredita? você ia adorar morar comigo de novo. Ou não, porque eu voltei bem rabugenta. A empresa segue, nossas vidas seguem. A gente se diverte, é feliz sim. E você é lembrada em cada um dos momentos felizes. Porque você faz tanta falta. É tão gostoso pensar qual seria sua reação com as coisas que acontecem. Ontem, por exemplo, acabou o horário de verão. Você ia passar o dia celebrando, pois passou cada dia do horário de verão reclamando.

Sorte de que aonde você está é sempre primavera. Sempre clima ameno, gostoso. Aonde você está você é feliz. E quer a gente feliz. E nós seremos felizes por você, mãe.

PS: ah, tem dia que na correria eu esqueço de usar o filtro solar. Mas na maior parte dos dias, eu uso.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Água

Este post deveria ter sido escrito dia 02 de fevereiro, dia de Iemanjá. Eu estava com saudade da água.

Em janeiro de 2009, estive em Viña del Mar, no Chile. Foi a primeira vez que coloquei meus pés nas águas azuis do Pacífico. Nesse dia, o André tirou essa foto, cheia de poesia, que gosto muito.

Aí passou todo um ano esquisito, e agora, na última semana de janeiro de 2010, estive no Rio de Janeiro. Num hotel delicioso em plena praia do Leblon. Estava a um passo de mudar meu nome para Helena e sair gritando pelo Maneco! #perdendofocodopost

Mas o importante foi a sensação de entrar no mar de novo. Foi aí que percebi que fiquei um ano sem contato com o mar. Muito tempo para uma canceriana.

Eu tinha decidido não me pressionar mais com resoluções, decisões de ano novo. Mas naquele momento, percebi que preciso de muita água na minha vida. Estar na água elimina as tensões, relaxa, tira a zica, dá sensação de leveza, de liberdade. Eu não sei porque eu parei de fazer algo que gostava tanto. Porque a gente se poda assim?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Realidade

Então eu fico aqui nesse blog, desfiando meu rosário de lamentações: minhas carências, medos, saudades, raivas, indagações. Reclamo que deixei de ter minha casa temporariamente, perdi minha privacidade. Que coitadinha que eu sou...

Daí recebo a notícia que a Cida, a minha ex-faxineira que apresentei para vocês neste post, teve a casa derrubada pelas chuvas malucas em São Paulo. Perdeu absolutamente tudo. Está morando de favor na garagem de sei lá quem, até o Sr. Kassab liberar um vale-sei-lá-o-quê até ela conseguir alugar outro barraco.

Não posso fazer muita coisa. Ofereci R$ 500,00 e alguns utensílios domésticos que eu vou tirar de casa. E ela me responde: "não me dá nada ainda, nem tenho aonde guardar essas coisas e não quero gastar esse dinheiro".

Esse tipo de coisa é um soco no estômago. A gente reclama tanto da vida, mas tem cama, casa, carro, lazer. Claro, saber que o outro sofre mais que você não invalida seu sofrimento, mas pelo menos te faz refletir. E ver o quanto a vida tem sido generosa com você.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Amigo é coisa prá se guardar...

... debaixo de sete chaves, mesmo que o tempo e a distância digam não!

O sete anos que não nos vimos, os sete anos que não ouvimos a voz uma da outra, tantos anos que não trocamos confidências com riqueza de detalhes e os cerca de 800 km que nos separam não apagam o que a Fernanda representa para mim. E o que eu sei que represento para ela.

Nessa minha curtíssima viagem para o Rio arrumei um tempo para vê-la. Foi só uma tarde. Mas sabe a sensação de voltar para casa? a sensação de estar com alguém que te conhece? você não vê há tempos, a pessoa está desatualizada da sua vida, você está desatualizada da vida dela, mas quando se encontra parece que nada mudou? Parece que voltamos aos nossos 15 anos, de uniforme de colégio de freira, tomando milk-shake e sonhando com o futuro?

Hoje é aniversário da Fernanda. E o que vou dar para a Fernanda? Daqui de longe, não posso fazer muita coisa, mas posso dar um post de presente. E olha que ela merece muitos posts. Pois Fernanda é mulher de verdade. A vida dela deu tantas voltas, umas boas, outras nem tanto. Mas ela tem esse sorriso no rosto sempre. E o seu semblante transmite paz interior. Nem parece que sofreu o tanto que sofreu. Pois a Fernanda tem uma característica que admiro muito: ela sempre seguiu seu coração. SEMPRE. E quando deu errado, ela não chorou e amaldiçoou. Ela foi adulta e aceitou o resultado das suas escolhas com serenidade. E é por isso que está fadada a ser feliz. Eu tenho certeza disso.

Amiga, amo você. Isso aqui é muito pequeno para tudo que você é.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Too much

Tem dias que cansa. Sabe aqueles dias que você quer ser mulherzinha?

Fui agraciada com um pai maravilhoso. Ele formou meu caráter, me ensinou a ser trabalhadora. Mas nunca me deu um carro. Nunca me ajudou a escolher um carro, no sentido mecânico da coisa. Nunca foi no posto abastecer, calibrar meus pneus, cuidar disso para mim. Sempre fui eu que tive que ir em oficina ou concessionária sem uma figura masculina ao lado.

Também tive um namorado/marido, que hoje é amigo, por muito tempo. Mas no mundo dele, por opção ele não dirige. Então a Mara dirige. A Mara busca, a Mara leva, a Mara resolve. Aí o casal aluga um apartamento e é a Mara sai com corretor, quem assina, que cauciona, que é responsável. A Mara cuida das contas. Ele colabora, lógico, mas a administração é dela.

Então sua mãe morre. E você quer um ombro para escorar. Não, não vai escorar em ninguém. Você é que vai negociar o cartão da sua mãe, mudar as titularidades das contas de consumo, fechar conta corrente, providenciar documentos de seguro, dar pitaco em inventário (sorte que sua outra irmã é advogada, senão também estaria sob sua tutela, certeza), cuidar das contas do seu pai viúvo. E você resolve voltar a morar com sua família por um tempo, e descobre que seu cachorro se apegou demais a você, e quando você viaja ele não come. E vamos dispensar a empregada, e quem vai dar a notícia é você.

E a sua nova casa é barulhenta. Sempre foi, mas você tinha esquecido. E depois de 3 anos morando sozinha, difícil se reacostumar. Mas tudo bem, você vai comprar um apartamento. Daí você se lembra que não olhou um único imóvel sequer. Tudo porque, saco, tem que procurar uma imobiliária. E não tem praga maior neste mundo que corretor de imóveis te ligando. E você sabe que vai ter que procurar esse imóvel SOZINHA. Não tem um pai ou namorado para ajudar nas decisões técnicas. Se o dinheiro não der e precisar de empréstimo, você é quem vou procurar e negociar. E ainda se preocupar com cachorro, se não vai ter depressão com sua saída.

É gratificante sim ser dona de seu nariz. De tomar decisões. Mas tem dias que tudo que eu queria era ter um marido que me mimasse muito e cuidasse de tudo para mim.