domingo, 29 de abril de 2012

Vazio

(já vou avisando: este post contém grande dose de exagero e abanicos abertos)

Semana passada fiquei bem doente. Gripe, daquelas que derrubam, que tiram a vontade de viver, de respirar, de tudo. Uns 5 dias sem dormir, de tanto tossir. Em uma madrugada, entreguei os pontos e me levei ao hospital, com medo da minha família encontrar meu cadáver sozinho no apartamento, dias depois. Injeção, inalação e repouso. De volta pra casa.

Nos dias que se seguiram, tentando me recuperar, me dediquei a todas as coisas chatas. Responder 1.500 emails, fazer relatórios, imposto de renda, atazanar contador e todo mundo à minha volta. Eu parecia ligada na tomada. Resolvi tudo. Absolutamente tudo. 

Uma amiga escreveu no meu facebook, me desejando melhoras, e para eu tirar aqueles dias, ficar de manha na cama, vendo filmes com o George Clooney. Eu li aquilo e me joguei no trabalho. E fui melhorando. Mas internamente me perguntava porque não me permitia ficar sem fazer nada, vendo George Clooney. Ou meu amigo Javier Barden. Ou qualquer gato gostoso. Não, eu trabalhei. Eu não podia parar.  Eu não parei.

Este fim de semana não tinha nada para fazer. Tinha um convite para uma festa, mas não tive vontade. Não tinha mais email para resolver. Sim, eu passei o rodo. Antes de virar o mês, eu estou tranquila. E estou aqui, roendo as unhas. Alterei minha programação da NET e acrescentei os canais HBO. E fico aqui deitada no sofá completamente inquieta. 

O que está acontecendo comigo? Não sei mais ter a mente vazia? ou é minha mente, meu coração, minha alma que ficam vazios se eu não tenho nada pra fazer? Tudo perdeu o sentido? Qual o segredo de Tostines?


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Mara Javier Lisboa

Antes de falar sobre o que realmente importa, vou situar o leitor.

Houve um tempo que, toda vez que eu viajava de avião, algum famoso estava nele (Hoje também deve acontecer, mas provavelmente naquele nível subcelebridade que eu nem reconheço...). Uma vez, indo de São Paulo a Buenos Aires, voei com a Rita Lee alguns bancos a frente. Num vôo Natal - São Paulo, bem mais dramática, veio a vocalista de uma tal de Banda Mel (era naquele tempo das lambadas...) sentada do meu lado. O problema é que ela tinha medo de voar, e eu fiquei o vôo todo segurando a mão dela e a acalmando.

Mas a cereja do bolo foi um avião São Paulo - Recife que eu peguei e o avião quebrou na Bahia, e tivemos que trocar de aeronave. Aquele saco, aquela tensão, pega ônibus interno para mudar de asa, sei lá. Sento no ônibus e para um cara enoooooorme na minha frente, bloqueando o sol. Olho meio de lado, e continuo a conversa com a moça com quem estava falando. Qual não foi meu susto quando o cara grita: "tá me achando sexy???" Viro assustada e reconheço a figura: Falcão. Sim, o cearense doido cheio de margaridas (que estava a paisana, mas não aguentou muito tempo). De volta pro avião, ele passou a viagem levantando da cadeira, me mandando beijo.

Então essa é a situação. Só senta mulher ou homem xarope nos meus vôos. 

Mas a vida, ahhhh essa linda... mal sabia que minha sorte ia mudar! Mas antes de mudar, veio bastante azar. A TAP resolveu ler no seu sistema que 2 passagens eram 1 só, e fez a maior confusão no nosso vôo de volta da Itália para o Brasil. A rápida escala em Portugal se transformou em escala na Alemanha e daí Portugal. Foram quase 36 horas de aeroportos e aviões. Na chegada em Lisboa, estafada, vou lá brigar com a TAP e pedir hotel. Eles dão. Surpreendentemente ainda me deram 170 euros de indenização. Vou lá embaixo esperar a van pro hotel. Estou lá, numa porta, em estado de alerta para reconhecer a tal da van, e minha irmã de plantão na outra porta. E me passa ele...


sim, ele...


Javier Barden. Cabelos compridos, calça pescador, algo que lembrava uma papete. E toda aquela testosterona impregnando o aeroporto de Lisboa. Olhei. Ele olhou pra mim. De repente meu cérebro deu o aviso pro meu olho que era o Javier, e eu presumo que fiz uma cara de susto. Javier começou a rir da minha reação e sorriu. Sorriu para mim. Sorriu.para.mim. Para mim. Eu. Euzinha (Odeio quem fala euzinha, mas nesse caso cabe um euzinha). E andando, exalando testosterona, com as mãos no bolso, provavelmente esperando eu ir falar com ele, pedir autógrafo, tirar a foto. Sorrindo pra mim. E eu embasbacada. Petrificada. Acompanhando ele com o olhar. E ele sorrindo pra mim. Já disse que o Javier Barden sorriu pra mim?

Já me disseram que eu menti. Porque inclusive o timing foi perfeito. Cheguei no hotel e contei no twitter e facebook, e não sabia que no Brasil estava passando Vicky Cristina Barcelona na Globo e 20 milhões de brasileiros babavam nele naquele momento. Mas não posso fazer nada. Não tirei foto. Só tenho Deus de prova e a imagem gravada na minha memória do Javier Barden sorrindo pra mim. Não sei se contei que o Javier Barden sorriu pra mim...

E que essa mudança de celebs de aeroporto seja sinal de boas coisas vindo na minha vida.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Down

Quase 2 meses sem postar. Não por falta de assunto. Tenho tranquilamente uns 7 posts engatilhados na minha cabeça. O que faltou foi tempo, disposição, ou sei lá o quê.

Estou desde ontem me arrastando. Toda a energia sumiu do meu corpo. Primeiro da gripe descomunal que me pegou na última semana, mas que me fez ficar em casa e resolver cada relatório, responder cada email, fazer Imposto de Renda, conferir extratos...

Segundo são as coisas externas que me atingem. De promessas não cumpridas, de relações esquisitas e porque a danada da vida sempre me faz, de tempos e tempos, ter que separar as relações, rotular as pessoas, colocar cada uma no seu quadrado. Eu queria ser aberta, eu queria ter um milhão de amigos (#oi Roberto), mas as pessoas confundem. 

Mas o que está me doendo o coração desde ontem foi a notícia que recebi. A filha da empregada da casa do meu pai MATOU o marido. A nossa empregada veio pedir ajuda, licença, orientação. E a gente fica com cara de q/. A "assassina", é uma menina linda e doce, não consigo imaginar como teve coragem. Parece que foi briga passional, disputaram uma faca, ela pegou e enfiou nele. Caramba. Tudo que eu sinto é estarrecimento por isto acontecer ao meu redor, dó pela mãe dela que tanto sofre. Tristeza por tudo que podia ter sido, por um ato imbecil e a pessoa ferra sua vida pra sempre. Simples assim.

Há 2 anos, fechamos um contrato na empresa com uma senhora. Que tem câncer. E ela usava esse câncer para atazanar a gente de toda forma, criando exigências, prazos doidos. Uma pessoa bem difícil de conviver. E que, como ela dizia que ia morrer, já tinha deixado tudo em ordem em nome da filha. Os pagamentos já era feitos para a herdeira e tals. Mas a gente sempre brincava com essa morte dela, que ela sempre ameaçava, mas que nunca acontecia. Aham. Ela faleceu hoje. Quando recebi o email, fiz uma pequena oração e senti pela filha. Que está passando pelo que passei há quase 3 anos. Será que todo esse preparo da mãe valeu alguma coisa? Ou dói igual?

Agora a noite, estava vendo o noticiário e vi que o ator do interior de São Paulo, que na Páscoa interpretou Judas e se enforcou por engano, morreu. Quando ouvi esta notícia, comecei a chorar. De novo, não conheço, nada tenho a ver. Mas não consigo não me emocionar, lamentar.

Ao que parece, estou um verdadeiro para-raio de energias ruins e dolorosas. Estou sentindo a dor do mundo. Amanhã vou no centro espírita dar uma limpada e reenergizada, senão vou ter um treco.