sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A hipocondria nossa de cada dia

Eu já tinha sacado isso há um tempinho. Meu arquivo de faturas do cartão de crédito não deixa mentir: o gasto mensal de farmácia sobe a cada primavera. Não que eu gaste com remédios "sérios", como diabetes, colesterol, pressão. O gasto fica nas pomadinhas, nas vitaminas, anti gripais, analgésicos... tem sempre alguma coisinha pra estar tratando.

Ontem estava na farmácia, fui comprar uma pomada para uma unha que insiste em não sarar. Saí de lá com 5 produtos + 1 desodorante. Então pedi um remédio para descamação do couro cabeludo pro farmacêutico, e ele não tinha. Aí eu pedi o genérico, ele achou, eu coloquei na cestinha.

Pensei na minha mãe. Ela sabia tudo de remédio. Eu só sabia que Dorflex tomava pra dor de cabeça, Ponstan pra cólica e Luftal pra estômago. Só. Eu já cheguei a ligar para ela numas férias, descrevendo alguma dor, para ela me dizer o que tomar. Toma um Voltaren, filha. E eu achava a minha mãe o máximo, ela sempre sabia o que tomar, nem precisava de médico. E eu pensava: nunca, mas nunca, que eu vou saber dessas coisas!

Aí você repara que uma amiga reclama de cólica, e você diz pra ela tomar um ibuprofeno. Você já sabe que o remédio que você tomou pro tratamento de canal do dente serve pra dor nas costas. O farmacêutico não tem o Betaderm, mas você o tranquiliza e pede para ele olhar como valerato de betametasona. Você está vendo Olímpiadas, e a atleta foi retida no anti-dopping por ter detectado indícios de furosemida, e você SABE que furosemida é diurético, que você já usou.

Ou seja. Não apenas sei o mesmo que a minha mãe sabia, quanto seu a SUBSTÂNCIA do remédio. Acho que é um meio caminho andado rumo a hipocondria.

Tenho cura, doutor?

Um comentário:

Ana S. disse...

hahahaha!!!! E a coisa só tende a aumentar com o tempo!!! :)