sábado, 17 de dezembro de 2011

Dia do julgamento

Tem um filme, que vi há muitos e muitos anos atrás, que marcou minha memória. Não que seja relevante, digno de Oscar. Meryl Streep, linda como sempre, atua nesse filme. Mas ele nem se enquadra na sua lista de filmes famosos. Tive até dificuldade de lembrar o nome do filme e achar informação aqui.


Mas achei. O nome do filme é, na versão brasileira, "Um visto para o céu". Mas gosto mais do nome em inglês, "Defending your life" - defendendo sua vida. Nesse filme, de 1991 (20 anos, então perdoem lapsos de memória) Albert Brooks morre e vai para o outro lado. E o outro lado é surpreendente (não com aquela aura espírita de Nosso Lar). É um lar transitório, onde as pessoas moram em hotéis, comem em restaurantes, de acordo com seus merecimentos. Elas ficam lá até o seu julgamento final. E são avaliadas pela porcentagem que usam o cérebro.

O personagem de Albert Brooks fica completamente encantado com a personagem de Meryl Streep, que foi uma mulher amorosa, feliz, altruísta. Ela mora num hotel com mais estrelas que ele.Os superiores a adoram, e torcem o nariz para ele. E ele tem que lidar com o seu julgamento, e todo filme que passa da vida dele é ele sendo medroso, fugindo, se anulando... claramente indo para um lugar diferente dela.

Não vou contar o final. Claro que foi feliz, nos anos 90 tudo era final feliz. Mas não esqueço desse filme. Eu sofri com ele todas as aflições. E olha, sinto sempre.

Tem coisas que acontecem e eu me calo. Me calo porque não vou ser desrespeitosa com os mais velhos. Porque tento entendê-los. Porque não quero perder sua afeição. Também não quero ser desrespeitosa com quem trabalha comigo. Aguento tanta coisa. Para mim, é muito fácil gritar com um atendente de telemarketing. Dizer para um parente ou para um colega de trabalho, mesmo com educação, que não concordo com uma coisa, é quase tirar um rim.

Juro. Uma das coisas que mais espero, quando o meu julgamento chegar, é que, apesar do meu medo, eles reconheçam que não faço nada para prejudicar ninguém. Só a mim mesma.

3 comentários:

fádia disse...

Siricoticando por aqui!
Olha... faço minhas as suas palavras. Difícil, viu?!!!
Mas pelo jeito, a gente vai acabar ficando no mesmo hotel do lado de lá. E melhor companhia de viagem do que você não há!!!
Beijinho...

Mara disse...

Ai que bom que vamos dividir a eternidade... será que tem thunder por lá?
love you!

fádia disse...

Na minha eternidade... lóóógico que vai ter thunder!
Love you too!!!