quarta-feira, 16 de março de 2011

Night from hell

Cumbica, São Paulo, 23hs. Táxi pro aeroporto. Fila do Check in. Tirar o cinto para passar no detector de metais. Sala de espera. Embarque. Gente atravancando o corredor para acomodar as bagagens (avião deve ter a maior % de egoísmo por m2, concordam?). Senta. Afivela o cinto. Pausa para celebrar que a bunda coube na cadeira. Instruções de vôo. Localiza a saída de emergência mais próxima. Aprende a usar a máscara de oxigênio. As poltronas são flutuantes (pergunta que nunca quer calar: na hora do aperto, esses assentos são facilmente removíveis?). E o bicho não decola.

Então o piloto avisa que uma luz que deveria acender não acende, então eles vão dar uma checada. Vai atrasar uns 30 minutos. Quinze minutos depois, o piloto avisa que o problema é mais sério, que os mecânicos vão interferir, e o procedimento vai levar de 3 a 4 horas. Vão lá aguardar no saguão!

Saguão, meia noite. Corrida para pegar as cadeiras sem braço para tirar o cochilo esperto. TAM dando uma de joão sem braço. Aí a galera se une, e grita em uma só voz: LANCHE! LANCHE! LANCHE! e habemus lanche. E, que absurdo, ninguém apaga a luz do saguão para a gente dormir naquela cadeira tão confortável...

Então somos convidados a reembarcar no avião. E cadê confiança para acreditar que o bicho foi consertado? Durante o dia anterior, fiz umas 3 piadas sobre o avião cair. A realidade não é nem um pouco engraçada.

Prós para eu entrar no avião: 1. a tripulação não confiaria a própria vida se não tivessem certeza que estava tudo certo 2. mecânicos são pessoas treinadas para arrumar coisas. se um carro é consertado em 5 minutos, porque não um avião 3. meu pai e irmãs achando tudo muito tranquilo

Contras para eu entrar no avião: minha mente em total polvorosa, achando que íamos morrer todos, e eu queria descer e todo mundo achava bobagem eu estar incomodada. Aí eu pergunto: quando é aquele tal momento que devemos dar mais atenção à intuição do que à razão?

Totalmente desconfiada, entrei no avião. O povo lá dentro de boa (com exceção da tiazinha lá da frente que tinha 5 terços enrolados no braço - essa era das minhas!). Não conseguia controlar meus pensamentos, e acabei dormindo. Acordei com um belo por-do-sol em Natal. Foi tudo uma grande tempestade num copo d´água dentro da minha mente. Que bom!

Pela atenção, obrigada.


Um comentário:

Telma Maciel disse...

Ó, eu provavelmente ficaria assim tbm... piadinhas sobre o avião cair? Sem graça... se eu fosse sua irmã ia ficar neurada, lembrando dos Mamonas Assassinas, daquele ruivo lá que sonhou que o avião estava caindo e... poft! Caiu e morreram todos! Ai, que horror!!! Ainda bem que vc tá bem!!!
Bjks