
Estamos lá, no meio de um treinamento de RH. Buscando a motivação e engajamento da equipe num novo projeto. Galera interagindo. Acaba a palestra, todo mundo aplaude. Ele pede a palavra, e diz que tem uma dúvida que gostaria que a RH respondesse:
- Por que pessoas que andam a pé, ou pegam ônibus, chegam para trabalhar felizes, e pessoas que vem trabalhar em carro com ar-condicionado chegam mal-humoradas?
Não acreditei que ouvi isso. Ele, claro, o iluminado, anda de ônibus e é feliz. O mal-humorado do carro do ar-condicionado, não. Ele estava alfinetando alguém, que pode ser inclusive eu. Juro que invejo o jogo de cintura dos palestrantes em lidar com situações assim sem dizer para a pessoa que ela é sem noção, além de trazer uma coisa totalmente fora do assunto discutido. Ela educadamente respondeu que isso depende da motivação de cada um, e não de status, e além disso, as pessoas tem dias melhores e dias piores. Dã!
Minha vontade era virar e falar: Oi? Desde quando você compra um carro e adquire com ele um passaporte para a felicidade eterna? Todos seus problemas acabaram porque você tem um carro? As pessoas adoram olhar as conquistas dos outros e achar que é simples. Mesma coisa que eu hoje achar que, se eu ficar magra, serei feliz. Claro, mulheres magras não levam chifre, não ficam sozinhas, não perdem emprego, não choram, não ficam doente. É superestimar demais o poder das coisas. Menos, né?
Não tenho mais paciência para isso não.
3 comentários:
Que moço inteligente e simpático esse não? Deve ser muito bom ter um colega assim, mas deixo só pra você.
Quero não.
Bjs
Manda se lascar!!!
Eu sou prova disso: a felicidade não tem nada a ver com o exterior. Em caso de saúde, claro, porque na doença tudo muda de figura.
Em dias de saúde normal, sair a pé no calorão arrastando as sandalinhas e carregando pacote pesado de supermercado pode me dar a mesma felicidade que sair no carro importado com ar condicionado.
Tudo depende de como a gente resolve encarar o dia na hora em que acorda.
Costumo acordar e olhar para meu quarto. A primeira coisa que penso é: ai, que bom que acordei na minha cama e não num hospital!!! Juro, isso é um pensamento recorrente. E aí já fico bem animada e feliz para levantar e fazer tudo.
Beijoooo
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