E daqui a alguns minutos terá início uma nova relação de amor, companheirismo e apoio. Comprei um travesseiro novo.
Meu travesseiro deve ter uns 25 anos, pelos meus cálculos. E não, não faça cara de nojinho. Eu coloco no sol, eu troco capa protetora (até porque ele já se despedaçou inteiro...). O fato é que ele é o único que eu gosto. Ele é fino e durinho. E quando eu deito dá para dobrar a pontinha. Sim, eu entendo a afeição de crianças pelo seu paninho. As pessoas amam aqueles travesseiros enormes e plumosos de hotéis. Aquilo para mim é o inferno e só aguento por tempo determinado.
Minha faxineira vira e mexe dá sermão sobre ácaros. Meu ex-marido reclamava sempre. Mas as pessoas chegam e partem da minha vida e meu travesseiro fica. Me dando bons sonhos, segurando lágrimas de vez em quando, e até já presenciou momentos de felicidade, tão raros hoje em dia.
Hoje eu cedi. Vi numa loja um travesseiro mais fininho. Ele é molinho, mas acho que vai dar para fazer a dobradinha de ponta. Eu concordo que está na hora de me libertar e deixar o meu travesseiro seguir o curso da vida útil dele (a.k.a. LIXO), preciso reciclar a energia e blablabla wiskas sachê. A vendedora da loja aparentemente entende desse tipo de situação. Tanto que sugeriu que eu descartasse o antigo antes de dormir com o novo, senão o corpo vai e procura o conhecido. Ela bem tem razão, né? não se dorme com marido e com o amante na mesma cama!
Me desejem sorte e uma relação feliz e duradoura com meu travesseiro!
3 comentários:
Sei bem como é isso, tenho uma camisolinha (a.k.a. trapo) desde os 15 anos.
Boa sorte com o novo travesseiro, que daqui há uns anos, ele tenha boas histórias pra contar!
hahahahaha, gente, um objeto de transição ETERNO.
hahahahaha, gente, um objeto de transição ETERNO.
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