sexta-feira, 22 de junho de 2012

O souvenir

Nesses dias em New York, sabe, me sinto ridícula escrevendo New York. Mas não concordo em escrever Nova York, pois fica uma palavra em português e a outra em inglês, e Nova Iorque nem pensar, um horror. Então vai na grafia correta, mas me sinto pedante. Aff!. Anyway, fugi do assunto. No último dia em NY, conversei com a minha amiga sobre aquela minha ex-amiga, que resolveu que eu era a pior pessoa do mundo por mera loucura da sua cabeça. De como foi tudo tão doido, como eu fiquei do lado dela, e ela não entendeu, como ela pensa que ser amigo é ser fútil. E não, amigo tem que dar toques, tem que pegar no pé, e tem que fazer cafuné também. Mas, que pena, passou, segue ela na vidinha dela e eu na minha aqui. Coitada, trocou de Facebook, atravessou a rua pra não me encontrar. Mal sabia ela que podia seguir a vida tranquilamente pois eu não corro atrás. Eu não forço a minha presença. Não precisava do teatro todo, bastava me dizer e me deletar.(não corro atrás de homem, vou correr de mulher? é ruim, heim?!!)

Nesse dia, mais tarde, assistimos o lindo show "The Lion King" na Broadway. De lá, fomos pra Times Square jantar e depois nas trocentas lojas de cacarecos de lá, comprar as lembrancinhas de quem ficou aqui.


Nesses últimos 9 meses, onde esta é a 3a viagem internacional que faço, e o 5o. país que visito, comprar cacareco fica complicado. São as mesmas coisas, só muda a cidade. Ou você compra um Big Ben, ou uma Torre Eiffel, ou uma Estátua da Liberdade. Ou um Coliseu. As canetas são as mesmas, do mesmo fabricante chinês. Nada é do país que você está. Só na Alemanha consegui comprar um boné "made in Germany" pro meu tio. O resto é tudo um grande mundo Xing Ling. 

Com este meu grande saco cheio de ver as mesmas coisas e comprar por "obrigação", somado à minha mão-de-vaquice sempre presente, levei minha listinha de pessoas e fiz as compras: canetas, borrachas, camisetas, moletons, chaveiros... tudo aquilo que não pode faltar.

Tarde daquela noite, no hotel, sentando em cima da mala pra ela fechar e eu ir embora no dia seguinte, comecei a praguejar que aquela mala estava entupida de cacareco, que saco, que droga, que porcaria de mundo capitalista! Aí me veio um pensamento: nossa, estou aqui reclamando de levar presente para umas 20 pessoas, na mais enxuta das listas? E se eu fosse levar coisinhas pra todos que eu amo e me amam e eu não convivo, quantas mais teria que levar? E essa minha ex-amiga aí de cima, que não tem quase ninguém? perdeu o pai, a mãe, não tem família, e a amiga que foi amiga foi deletada? pra quem ela compra presentes?

De repente, me senti muito presenteada por Deus, por ter tanta gente com quem me importo, que estão à minha volta me amando, me provocando, me cutucando, me enchendo, mas existindo na minha vida. A mala ficou bem mais leve depois disso.


Um comentário:

Regina disse...

E não é que é verdade!!!! Recebi um sms me dizendo: "Faz uma falta absurda! Bjs"
Amizade é tão bom...enche o coração de alegria!
Beijos minha querida!!!