domingo, 9 de agosto de 2009

A boba da corte

Olha, devo dizer que, no final das contas, esses dias no spa me fizeram muito bem. Foi interessante retomar contato com algumas coisas minhas, e mais interessante ainda observar o comportamento das pessoas. Eu sempre aprendo alguma coisa com elas. No post anterior, comentei que iria falar sobre a boba da corte, mas a pauta caiu. Mas ela voltou!

Tem um tipo de gente que já me cansei de ver nessa vida: aquele tipo de gente que coleciona chavões, que esbanja frases-feitas cheias de pérolas de auto-estima, mas na verdade isso é um escudo para suas carências. Tive a oportunidade de presenciar uma triste figura assim no spa.

A mulher chegou uns 3 dias depois de mim. Chegou na hora do almoço. Estávamos todos nós lá, compenetrados, aproveitando as poucas calorias do dia, quando de repente escuta-se um berro: oooooooooooiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!! Todos se voltam para a porta e tem uma ilustre desconhecida, roupas tão berrantes quanto ela, fazendo um show na entrada. Juro, fiquei com dó. Ninguém respondeu. Quase se ouviam grilos fazendo cri! cri! Aí o maitre foi até ela, cumprimentou e acomodou a moça (bondade minha) em uma mesa.

Fiquei sabendo que ela é frequentadora habitual do spa. Os funcionários a conhecem. Pudera, ela causa. Tive o desprazer de fazer aula de hidroginástica ao lado dela duas vezes. Na primeira aula, minha vontade foi esmurrar. Prof. Caio deu um exercício, aonde tínhamos que contar o número de movimentos. Era para tentar fazer 40 repetições. A palhaça interrompia ele, dizendo com voz infantil: "professor, fiz 130, tá bom?". E ria, achando engraçadíssimo atrapalhar a contagem dos outros. Coitado do profi... ele é pago para isso, tem que dar sorrisinho amarelo...

Mas o ridículo foi na aula do dia seguinte... depois de 20 minutos de exercícios, de repente sai a figura de dentro da piscina, chorando... e lá vão uns 3 para consolar. Profi vê a ceninha, e ainda vai atrás dela para saber o que aconteceu. Vejo ela se enrolando no roupão, abraçando ele e chorando copiosamente. Gente, eu sou curiosa! Fui perguntar o que aconteceu com a mulher. Sabe o que foi? ela perdeu um óculos de sol de grande valor sentimental, e ficou desestruturada.

Aí eu te pergunto: perdeu dentro da piscina coberta e aquecida? precisava fazer 20 minuto de aula para fazer uma saída emocionante? ai, meu cooo... não ando com saco para esses fricotes! Nos dias que se passaram, eu fiz questão de não ter muito contato não... evitava as rodinhas que ela estava. Esse tipo de gente gruda, te adiciona no orkut, te fuça, te manda 200 emails de powerpoint por dia... fora!

Ver esse tipo de pessoa em ação sempre me faz repensar meu comportamento. Porque eu sou expansiva, faço amizade fácil, não é raro numa mesa com as amigas eu soltar as maiores bobagens e brincadeiras. Sempre me policio para não passar de alguns limites. Mas nunca na vida entraria numa sala gritando, ou ficaria interrompendo uma aula, ou forçando as pessoas a se lembrarem de mim.

Acho que hoje estou muito ácida também. Provavelmente o certo seria eu ter compaixão dessa pessoa. Sei lá.

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