terça-feira, 31 de maio de 2011

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Cada dia sem perspectiva a gente morre mais um pouquinho...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bazinga. Sem graça nenhuma.


Tem um episódio do seriado "The Big Bang Theory", que eu adoro, onde a Penny (a loira "burra"), com medo de perder seu namorado cientista nerd Leonard (que eu acho bem gostoso, não me julguem!), pede ajuda a Sheldon (outro cientista nerd neurótico lunático e milhares de outros adjetivos) a explicar para ela o que exatamente seu namorado trabalha, pois ela queria surpreendê-lo com seu conhecimento na área.

E Sheldon resolve ajudar a moça. Não porque é boa pessoa. Mas porque encara o "projeto" como um estudo de caso, pois se é possível ensinar linguagem de sinais para um gorila, é possível ensinar Física para Penny. E ele começa a explicar a origem da Filosofia, na Grécia antiga. Penny levanta a mão e pede para ele avançar um pouco mais no tempo, pois não precisa voltar na origem do universo. Ele faz uma pergunta, ela não sabe responder, e ele volta para Platão, Aristóteles, etc.

E tem dias que me sinto uma Penny rodeada de Sheldons. Que sabem o que fazem, mas não sabem tratar o ser humano. Não tem objetividade. Você faz uma pergunta, e eles recapitulam desde o tempo das cavernas. Não importa que eu trabalho com eles o mesmo tanto de tempo (ou mais) e sei do histórico. Vivi o histórico. Eles vão falar assim mesmo.

E se você pede objetividade, você está interrompendo o fluxo de idéias. Se você resolve escutar, em menos de 5 minutos já está totalmente fora de seu corpo, fazendo outras coisas, pensando no que vai jantar, no email que precisa mandar, no post que vai escrever, na música que vai baixar. E o Sheldon, totalmente alheio ao mundo externo, nem percebe que não tem ouvinte. Provavelmente ele está falando para si mesmo.

E no fim, não vem nenhuma Bazinga. É tudo chatice mesmo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

OBI - Objeto Bucal Identificado


Então eu coloquei aparelho nos dentes. Eu sabia que esse dia chegaria. Na verdade, até queria que ele chegasse, pois não curto postergar problemas. Meus dentes da frente não encostam, e os de trás ficam sobrecarregados. Nunca liguei para isso. Até agora, quando comecei a ter que fazer tratamento de canal em todos eles. E depois, me vi num vídeo. Que horror! Como a gente não tem noção de si mesma! Me achei dentuça, e falo soprando, comendo palavras. Desde que eu me vi na telinha, comecei a ter vergonha da minha boca. Então, colocar aparelho é o caminho para resolver o problema. Em um ano e meio, prometeu a dentista. #Oremos que seja só isso...

30 horas de aparelho e não consigo morder nada direito. Dói para ficar parada. Dói para beber água. Meus lábios estão arranhados. A única esperança que tenho é que eu emagreça uns quilinhos. E você, querido leitor, não venha me desiludir!! Preciso bancar a Poliana e ver o lado bom da coisa!

domingo, 22 de maio de 2011

Não se reprima

Eu estava na 7a série. Primeira aluna da classe, sempre. Gordinha, sempre. Provavelmente sofri bullying, mas sinceramente, não lembro. Um histórico escolar impecável. Aí desembarcaram no Brasil esses 5 meninos de Porto Rico. E virou meu mundo de cabeça pra baixo.


De repente eu era uma menudete histérica, que tinha que comprar todos os discos, todas as revistas, andava na rua com broches, gel new wave no cabelo. No quarto, tinha posters até o teto. Tinha vergonha de me trocar lá dentro porque estava cheio de homens!

Nessa época, passei a mentir para meus pais, a dizer que ia estudar na casa de amigas e ia para porta de hotel esperar eles saírem na janela, fui escondida ao programa do Gugu e apareci na TV (sim, a Lei de Murphy existe há muito tempo - minha mãe estava assistindo e me viu!). As médias escolares cairam, porque quem tinha tempo para estudar? Me filiei a fã-clube, fui a encontros pagos com a economia de um ano de dinheiro do lanche da escola - tem idéia de como isso é difícil para uma gordinha???

Quando olho para esse tempo hoje, olho com imensa saudade. Para mim, o Menudo marcou a passagem da infância para a adolescência. Me fez deixar de ser a filhinha sonsa do papai para virar a garota que luta pelo que quer, que adia as datas de viagem da família porque ia ter show no Morumbi. Acho que foi nessa época que descobri que podia ter voz, ter vontades. E que é muito bom realizar um sonho.

Hoje ganhei um DVD do Menudo de uma amiga. Passei o dia aqui assistindo, lembrando dos passos - ridículos - das músicas. E sentindo uma saudade imensa da época que não sentia todo o peso do mundo nas minhas costas e podia cantar "Não se reprima" para os adultos, me achando a dona da razão!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Refém


Redes sociais não são de Deus. A gente entra nelas para socializar e acaba virando prisioneiro.

Uma vez li em algum lugar (infelizmente não salvei o link, nem o localizei) que a rede social é o pior coisa para a pessoa com o coração partido: ela fica sabendo o que o ex fez, com quem, a felicidade no rosto, a sensação de ter sido substituída rapidinho. Não que antes não fosse assim. Sempre foi, só que a gente não monitorava isso.

Você faz parte de um grupo de amigos, e um deles não te convida para um evento - sabe lá Deus o motivo, e convida os outros. Tempos depois, tá lá a foto no facebook, todo mundo se divertindo feliz, e você com cara de tacho se perguntando o que fez de errado para não ter sido convidada.

O inverso pode acontecer: eu faço uma reuniãozinha secreta na minha casa, e convido os mais chegados. Quando você vê, pimba! nego já colocou a foto lá e os excluídos querem saber quando eu vou fazer o jantar para eles. Em breve, eu respondo. Nunca, eu penso. E assim vamos levando...

Claro que tem o lado bom: você cutuca os amigos, joga conversa fora, dá risada de uma foto engraçada, relembra bons momentos.

E agora eu senti na pele mais uma faceta cruel da rede: a roupa! Quem tem 15 vestidos de festa no armário? Eu não! Antigamente, a gente tinha aquele básico, que vai trocando de acessórios, lenços, echarpes, etc. Lembro que teve um ano que tivemos uns 4 casamentos na família. Mamãe comprou roupa para ela e as filhas, e usamos a mesma roupa nos 4 casamentos. Não eram pessoas relacionadas, dava para fazer isso.

E na era do Facebook? acabou essa farra! Em junho de 2010, fui madrinha de um casamento, comprei um belo vestido. Em novembro fui em outro, tirei a capa do vestido e coloquei uma echarpe, ficou ótimo. Sábado tenho um outro casamento, ia repetir a roupa, pois são de turmas diferentes. Daí lembrei que as fotos dos 2 casamentos estão lá, no meu mural. Para quem quiser ver eu e o vestidão verde. Não tem para onde fugir. E aí? fico me sentindo mal por repetir roupa (e afinal, quem inventou essa regra, heim?) ou compro uma roupa nova que não quero comprar?

E não adianta falar para sair do Facebook. Se eu sair, as pessoas continuam postando suas fotos. Porque elas estão falando delas, não de você. Então, melhor eu continuar lá para monitorar o que falam de mim (como se adiantasse...)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

No one cares


A vida inteira a gente vê filmes onde a mulherada manda o namorado/marido comprar modess. E o cara vai cheio de vergonha, sem saber como olhar na cara do balconista. Também tem filmes de meninas que vão comprar camisinha, lubrificante e se sentem a piranha da rua por causa disso. Tenho uma coisa a dizer: NINGUÉM LIGA.

Farmacêuticos estão preocupados com bater metas de vendas, não perder clientes para a concorrência, em apreender receitas de antibióticos e outros medicamentos controlados. E tem que se preocupar com assaltos, funcionários, reposição de estoques. Ninguém liga para o que você está comprando.

Uma amiga entrou em stress profundo ao comprar Viagra para o cachorro. Sim, o bichinho tinha um problema cardíaco que se controlava com Viagra. E a pobre toda sem jeito explicando pro povo a finalidade do remédio. Como se ela não pudesse ter arrumado um belo senhor e estivesse mandando ver (e tava certa ela!). Outra vez, eu estava com uma lesão na pele, de alergia ao meu suor, e comprei o remédio receitado pelo médico. Lendo a bula em casa, vi que ele era indicado para, além do meu caso, doenças venéreas. Quando fui comprar a outra caixa, vi que o balconista não mexeu nenhum músculo da face em reprovação ou gozação. No one cares.

E hoje eu fui na farmácia comprar escova de dente nova, e num impulso, comprei um pacote de camisinhas. Você sabe, estou jogando para o Universo que pode mandar um namorado aí que eu estou preparada!

A balconista nem ligou. Mas eu bem queria que ela batesse palmas para mim, comemorando meu desencalhe imaginário! \o/

terça-feira, 17 de maio de 2011

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Eu sempre fui preocupada com esse negócio de morte. Desde sempre. Mesmo antes da minha mãe partir tão subitamente. Talvez eu já desconfiasse de como esse trem dá encheção de saco para a família, então o melhor a fazer é deixar as coisas o mais em ordem possível.

Vou confessar um TOC antigo: SEMPRE que eu vou viajar, naquela correria de deixar tudo em dia, eu ainda me preocupo em organizar extratos de banco, apólices de seguros, auxílio-funeral, números de emergência para os familiares acharem... Ok, sei que é mórbido, mas a vida é assim. Minha mãe morreu numa viagem, conheço esse filme.

Daí um dia eu li esse texto da Carolina Mendes, e poxa, achei ele tão verdadeiro. A minha família vai saber onde está meu dinheiro (e minhas dívidas, rá!), vai achar escrituras, apolíces, documentos. Vai abrir minhas gavetas, mexer nas minhas fotos, caixinhas, bijuterias e jóias, descobrir o local secreto do vibrador (hahahaha wtf?). E a minha vida virtual, onde fica?

Sempre que eu fico uns dias meio afastada do twitter (acontece uma vez a cada ano bissexto!), quando volto tem sempre alguém perguntando "onde anda a @marinha?" E eu respondo, dias depois. Mas um dia pode ser que eu não volte para explicar. E quem vai avisar os queridos amigos virtuais? quem vai fazer um post final aqui no blog? tenho gente tão querida que vem me ler aqui.

Talvez eu deva deixar mesmo um testamento de senhas. O saco vai ser atualizar isso no cartório todo mês, porque a gente está sempre atualizando...


domingo, 15 de maio de 2011

Tá tudo dominado!

às vezes eu acho que quando a gente vira blogueira, tenta achar assunto pro blog em qualquer coisinha. De vez em quando me sinto meio xarope, acho que penso demais. Mas eu sempre fui assim, sempre busco os significados escondidos nas palavras...

Então eu vou usar aparelho nos dentes. Sim, essa é a grande novidade. Já era para ter colocado há uns 2 anos, mas eu estava com perda óssea, então passamos esse tempo todo cuidando da minha gengiva que inflama com qualquer coisa, colocando coroas nos dentes de trás para ter mais estrutura na mordida, tudo para deixar a boca saudável para aguentar o aparelho e corrigir minha mordida cruzada. E o dia chegou.

Fui na ortodontista, que é uma amiga fofa que adoro, e ela foi me explicar timtim por timtim o que o aparelho ia fazer, o tempo, o custo, as opções. E por fim, ela detectou que eu tenho a língua um pouco solta demais, e que eu preciso enrijecer a musculatura, para dominar melhor a língua. Para ela parar de empurrar os dentes. Para ficar no lugar certo dela. E me encaminhou para tratamento fonoaudiólogo.

Não foi a intenção da dentista, eu sei. Mas aquelas palavras ficaram ecoando dentro da minha mente: "você precisa dominar sua língua!". Engraçado foi que dias atrás achei que fui indiscreta, que falei demais, que semeei coisas não tão boas, que dei palpite demais. E por causa disso, me sinto invadida, e me sinto indesejada. Se eu tivesse "dominado" a língua, talvez eu tivesse sofrido menos nos últimos tempos.

Mas aí eu não seria eu, né?

sábado, 14 de maio de 2011

Becky Bloom feelings


Eu estou possuída por alguma coisa, só pode ser. Eu abri alguma porta da insanidade. Eu não sou assim.

Passei o ano de 2010 inteirinho na casa do meu pai, juntando cada centavo para quando pegasse a chave do meu apê. Viajei pouco, saí pouco também. Juntei dinheiro. E mudei. E comecei a arrumar minha linda casa. Claro, mas nunca termina, a gente sabe. Sempre falta alguma coisa. Faz uns 2 meses que estava faltando a poltrona do quarto e o espelho do banheiro número 2. E eu enrolando.

Sábado retrasado eu resolvi comprar a poltrona e riscar a lista. Foi aí que devo ter aberto sem querer o portal do consumo. Vi o espelho que queria, comprei também. Acabou? Nãooooo! Já que eu rompi a barreira do parcelamento do cartão (eu nunca parcelAVA mais que 3 vezes, prefiro esperar para comprar do que ficar casada com a fatura), comecei a fazer TUDO em 10 parcelas! E fui embora: aspirador novo, secador de cabelo potente novo, notebook novo pois meu PC faleceu no tempo que ficou desligado. Bandeja de sofá, jogo de lençol, copos coloridos, velas, aparelho de DVD para a TV do quarto. Ah, e 4 pneus novos para meu carro. Tem também os travesseiros. Edredon novo para combinar com a parede roxa do quarto. E eu já estava me esquecendo do Blackberry também.

Passou? Acho que não. Acordei neste sábado com um furor insano de ir no Bom Retiro comprar roupas, pois nada está legal!

Alguém confisca meu cartão?

(estou tão louca do consumo que quase encomendei template personalizado pro blog... mas resolvi só mudar a carinha dele, curtiram?)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sapo para sempre

Conheço uma pessoa que trocou 6 por meia dúzia. Trocou o marido 1 pelo marido 2. Ambos são, como ela gosta de reforçar, ótimos na cama. Mas péssimos no trato com ela. Machistas, criaram filhos machistas. Minto. Ela não trocou 6 por meia dúzia. Ela trocou 6 por 3. Porque o número 2 agrediu fisicamente um dos filhos dela, é apaixonado pela ditadura, defende o armamento do cidadão e é o dono da verdade. E eu sou obrigada a conviver?

Aí eu estava conversando sobre ela com minha tia, e ela me disse a melhor frase do mundo. Se segurem:

"como dizia meu pai, mulher só não casa com sapo porque não sabe diferenciar o macho da fêmea".


Perfeito. E essa semana fui no aniversário de uma amiga. Festa deliciosa, música para dançar. Conheci o marido dela. Ela passou por uma crise no casamento na mesma época que eu passei no meu. Eu me separei, ela não. E eu conheci o cara na festa. Meio bronco, meio tímido, foi bem monossilábico. No meio da madrugada, a gente naquele mico fazendo uma coreografia do Abba, chega um amigo dela e a abraça. O marido aparece, no meio da multidão, bufando que nem um touro bravo e SOCA o cara.

Fim de festa: seguranças da casa tiram o marido, minha amiga senta e chora de decepção, por este imbecil ter estragado seu aniversário. Olhava para mim e para os outros com vergonha. Consolei, abracei e disse para ela não ligar, que era a bebida falando mais alto.

Mas eram só palavras para apaziguar. Dentro de mim eu estava louca da vida. Como pode um homem achar que a mulher é sua propriedade? Como pode, em pleno ano 2011, um cara vir bater em outro defendendo sua propriedade? E porque isso, a pessoa não sabe se defender sozinha? Aonde mulher é ser indefeso? Isso é tão pré-histórico que não se tem nem o que comentar! Mas isso deve estar virando moda, um rapaz foi morto esta semana em Jaraguá do Sul por "flertar" com a namorada de um Fred Flinstone desses daí.

Olha, nem tem muito o que falar. Quero terminar este post deixando um beijo enorme no André, meu ex-marido, mas meu melhor amigo até hoje. Mesmo com todas as dificuldades que passamos, que foram insuperáveis e nos levaram ao fim do casamento, NUNCA me desrespeitou, nunca gritou comigo, foi sempre um gentleman.

Toda mulher merece ser bem tratada. Aliás, todo ser humano merece. Não aceite menos que isso.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Até quando esperar?

Essa noite eu tive um sonho muito doido. Estava numa espécie de hotel, e tinha um monte de gente em volta. Espíritos misturados entre as pessoas. Numa espécie de menino do filme Sexto Sentido, só eu os reconhecia. E ia acontecer o casamento de uma prima. E minha mãe chegava toda pimpona e sentava na mesa da frente, e ria para mim: o bom de ser espírito é que a gente senta onde quiser, e ninguém enche o saco.

Daí acabava a festa e eu ia para o quarto. E estava cansada com alguma coisa da minha vida profissional. E eu olhava para aquele bando de espíritos e perguntava se um dia eu ia ter sossego, se ia resolver. E eles responderam que sim. E daí eu gritei histérica:

- Ah é? como vou confiar em vocês? quanto tempo eu espero por um amor e vocês me mandam sinais, e eu acredito, e não acontece? eu não aguento mais!

E eu acordei, não sabendo se gritei isso no sonho ou na vida real.


domingo, 8 de maio de 2011

Carta para minha mãe

Eu só podia estar procurando sarna pra me coçar. Resolvi mexer nas fotos da gaveta da minha mãe, procurando alguma foto legal para fazer com minhas irmãs aquela foto BACK TO THE FUTURE que a fotógrafa Irina Werning faz. Achava que nada mais iria me emocionar. Ah tá.

Achei um caderninho de capa dura marrom escrito "Lembranças". Abri e tinha uma introdução com a letrinha dela dizendo para as pessoas que escreveriam lá que as palavras deles ficariam de recordação até o último de seus dias. Comecei a folhear e a primeira pessoa que escreveu foi minha avó linda, dizendo para a filha uma oração e assinando Traudi (seu apelido, pois ela odiava seu nome Iolanda). Outras páginas para minhas tias, algumas amigas dela que eu conheci, e outros desconhecidos. Todos datados de 1965. Ela tinha 18 anos. O pai dela havia morrido dois anos antes, e dois anos depois ela conheceria meu pai. E mais quatro anos para frente nasceria sua primeira filha, esta que vos escreve.

E eu fiquei lendo aquilo tudo, o que as amigas desejavam para ela, dizendo que ela era ótima amiga e seria sempre uma professora excepcional (ela largou esta carreira logo logo e foi ser contadora - rá!). E lá pelo final do caderninho achei esta carta:


Essa era minha letra aos 7 anos. Caramba, aos 7 anos eu já falava que ela ia embora e eu não ia esquecê-la nunca? Ainda bem que levou mais 30 anos para isso acontecer, e eu pude conviver e muito com esta mulher maravilhosa. É difícil demais não ter ela participando da minha vida, não receber a visita dela no meu apartamento novo. Quando eu tiver meu filho, ela não vai pegar no colo. É uma lacuna que nada preenche.

Quando escrevi o post anterior, que falava dessa saudade que dói muito, voltei a dormir depois de postar. E no meu sonho ela apareceu, e eu a abracei e começamos a dançar. E eu a apertava tão forte... a gente sempre vai ter o mundo dos sonhos para se encontrar, mãe!

Já escrevi tanto sobre ela aqui no blog, e não sei se ela lê. Mas pelo menos o que eu escrevi aos 7 anos foi lido e guardado com carinho por ela...

Você tem sua mãe por perto? Abrace bem forte!

PS: A piada que corre por aqui é que eu, aos 7, já julgava dinheiro uma coisa importante... rs

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Um domingo como outro qualquer

Esta semana estava andando no shopping, pensando no tanto de coisas que tinha para fazer: nas últimas coisinhas que falta para comprar pro apê, trabalhos e pepinos a serem resolvidos, emails para serem respondidos. Enfim, tudo aquilo que consome minha mente desde sempre. Então notei que faz muito tempo que tenho vivido assim, com essa sensação de que falta tanta coisa para fazer. Nunca termina, nunca descanso. Quando faço o fechamento de um balanço, já vem vindo outro aí.

Lembrei da Mara de 2 ou 3 anos atrás. Nessa correria que é minha rotina, reclamava: caramba, tanta coisa pra fazer, ainda tem que achar tempo para ir em shopping lotado e comprar presente de dia das mães? ai, data comercial, odeio ter que dar presente assim, forçado. Vou comprar o quê? bolsa, sapato, roupa, camisola, cd do Roberto? ainda por cima minha mãe é fogo, a danada tem tudo, e o que ela gosta ela compra, não facilita nada a vida das filhas!

E eu olhei para mim no shopping esta semana e pensei que daria tudo para ter esse imenso problema de procurar presente para minha mãe. Olho para todos os lados e penso em como ela ficaria linda nesse blusa, como gostaria desse cheirinho, adoraria esse novo prato no restaurante, ia querer ver tal filme no cinema. Aquele sapato não, ia machucar. Vejo notícias na TV que ela ia vibrar, vejo ela reclamando do fim ou início do horário de verão.

O dia das mães é uma bobagem. Difícil é não ter ela em todos os outros dias.