quinta-feira, 24 de março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

Night from hell

Cumbica, São Paulo, 23hs. Táxi pro aeroporto. Fila do Check in. Tirar o cinto para passar no detector de metais. Sala de espera. Embarque. Gente atravancando o corredor para acomodar as bagagens (avião deve ter a maior % de egoísmo por m2, concordam?). Senta. Afivela o cinto. Pausa para celebrar que a bunda coube na cadeira. Instruções de vôo. Localiza a saída de emergência mais próxima. Aprende a usar a máscara de oxigênio. As poltronas são flutuantes (pergunta que nunca quer calar: na hora do aperto, esses assentos são facilmente removíveis?). E o bicho não decola.

Então o piloto avisa que uma luz que deveria acender não acende, então eles vão dar uma checada. Vai atrasar uns 30 minutos. Quinze minutos depois, o piloto avisa que o problema é mais sério, que os mecânicos vão interferir, e o procedimento vai levar de 3 a 4 horas. Vão lá aguardar no saguão!

Saguão, meia noite. Corrida para pegar as cadeiras sem braço para tirar o cochilo esperto. TAM dando uma de joão sem braço. Aí a galera se une, e grita em uma só voz: LANCHE! LANCHE! LANCHE! e habemus lanche. E, que absurdo, ninguém apaga a luz do saguão para a gente dormir naquela cadeira tão confortável...

Então somos convidados a reembarcar no avião. E cadê confiança para acreditar que o bicho foi consertado? Durante o dia anterior, fiz umas 3 piadas sobre o avião cair. A realidade não é nem um pouco engraçada.

Prós para eu entrar no avião: 1. a tripulação não confiaria a própria vida se não tivessem certeza que estava tudo certo 2. mecânicos são pessoas treinadas para arrumar coisas. se um carro é consertado em 5 minutos, porque não um avião 3. meu pai e irmãs achando tudo muito tranquilo

Contras para eu entrar no avião: minha mente em total polvorosa, achando que íamos morrer todos, e eu queria descer e todo mundo achava bobagem eu estar incomodada. Aí eu pergunto: quando é aquele tal momento que devemos dar mais atenção à intuição do que à razão?

Totalmente desconfiada, entrei no avião. O povo lá dentro de boa (com exceção da tiazinha lá da frente que tinha 5 terços enrolados no braço - essa era das minhas!). Não conseguia controlar meus pensamentos, e acabei dormindo. Acordei com um belo por-do-sol em Natal. Foi tudo uma grande tempestade num copo d´água dentro da minha mente. Que bom!

Pela atenção, obrigada.


segunda-feira, 14 de março de 2011

sábado, 12 de março de 2011

Tecla F


Mara, em hebraico, significa amarga.

E eu tento, dia após dia, não me tornar uma mulher amarga. Eu brinco, eu me divirto, eu faço piada, eu abraço meus amigos e as pessoas que eu amo. Eu também sou mimada, paparicada por muita gente. Eu tenho meu círculo de proteção, de confiança, de conforto, sei lá que nome se dá a isso.

Só que, de vez em quando, alguém que pertenceu a esse círculo resolve sair fora, e eu fico muito abalada. Queria muito ter a tal tecla F na minha mente, no meu coração, mas ela não é tão facilmente acessível. Até conseguir chegar nessa tecla, penso muito, conjecturo muito, especulo muito, falo muito, sofro muito.

Vai passar. Mas está sendo difícil tolerar e fazer de conta que não ligo.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Servindo bem para servir sempre!

Então que uma hora você se dá conta: o que diabos você está fazendo da sua vida?

Se preocupar tanto com o bem-estar dos outros, do que os outros vão pensar, como os outros estão. Passar por cima de suas vontades e desejos. Abrir mão de sua vida!

Dia desses sonhei que tentava parar um caminhão desgovernado. Dentro deste caminhão estava eu, presa por um cinto de segurança, então não conseguia assumir a direção dele. E no banco de trás estava minha mãe e minha irmã, dormindo. Aí eu movia o volante, para que o caminhão batesse de leve em outro caminhão para que ele parasse. Quando isso aconteceu, virei para as duas lá atrás e briguei um monte, que como elas podiam dormir, enquanto eu me preocupava sozinha. E daí minha mãe me olhava chateada.

E na vida real, me sinto assim mesmo: tentando pilotar um caminhão que eu não consigo pilotar, e ninguém está nem aí. Ninguém se preocupa. Se eu existo para passar stress, todo mundo pode relaxar. A Mara dá um jeito, não se preocupe!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Black Swan

Eu tinha que ver Cisne Negro. Muita gente falando. O tipo de filme que você não fica indiferente. Ou ele te toca de alguma forma, ou te causa algum tipo de repulsa. Mas indiferença, nunca. Não é filme sessão da tarde de jeito nenhum.

Claro que me identifiquei muito com a luta entre o Cisne Branco e Cisne Negro que moram dentro da gente. O velho Lado A e Lado B. Bem e Mal. Não e Sim. Se reprimir e se soltar. A pobre Nina seguia o sonho dela e da mãe amorosa, porém repressora. Levava uma vida espartana. Daí ela recebe o convite para ser a "Swan Queen" do Lago dos Cisnes, mas é obrigada a encontrar seu lado selvagem, sexual, para poder encarar as gêmeas. Aí, coitada, ela encontra tudo o que reprimiu na vida. E ela se corta. Ela se pune. Um triste espetáculo que me fez pensar nas punições que eu imponho a mim mesma.

Não posso deixar de pensar, claro, que muitas das alucinações e delírios de Nina tiveram origem na absoluta falta de comida no seu corpo. Ufa! desse mal eu não morro!

Aqui tem uma ótima análise psicológica sobre o filme.