terça-feira, 30 de novembro de 2010

Amor e medo

Ouvi de uma pessoa querida, dia desses, uma frase que está me fazendo refletir. A gente aprende na escola os antônimos: quente-frio, bem-mal, sempre-nunca. E qual o antônimo de amor? a gente responde rapidinho: ódio!!

Não. O ódio é intenso como o amor, é um amor negativo. Mas não é o contrário de amor. O oposto do amor é o MEDO. É o medo que nos impede de nos entregar, de nos envolver, de sentir, de mudar as coisas como são.

Você concorda?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Peso morto

Desde que comecei a fazer terapia, há uns 7 anos, minha terapeuta sempre falou que meu grau de tolerância é absurdo. Que eu me disponho a suportar um peso enorme de relacionamentos, de culpa, de dores. E como carrego tanto peso psicológico e mental, carregar meu peso físico é o de menos.

Existem situações que não reconhecemos este peso de imediato. Não percebemos o quanto toleramos, suportamos e ainda nos sentimos presas, culpadas. Neste episódio que passei, nos últimos dias, com a pessoa que demiti, foi exatamente assim: estava insatisfeita com seu trabalho, e descobri comportamentos totalmente inadequados. Ao invés de resolver o problema, me martirizei por 2 semanas, me sentindo culpada por não estar mais perto, me julguei péssima chefe. Parecia que EU era a vilã, e não ela. Levei dias sofrendo, remoendo, pensando. Claro, na hora que caiu a ficha, fiz o que tinha que ser feito: tchau.

A culpa é algo esquisito. Tem gente que se culpa porque o marido a traiu (ele não é sacana, eu é que estou chata...). E a gente leva um tempo até perceber o que é realmente nosso e o que é do outro. Já é difícil carregar tudo o que é nosso: medos, vaidades, inseguranças, responsabilidades. Se ainda quisermos carregar os outros nas costas... haja problema na coluna!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Paul McCartmey, O show!!

Há 17 anos, Paul McCartney veio ao Brasil. Eu estava viajando a trabalho, não pude ir no show. Mamãe foi com minhas 2 irmãs. E eu fiquei com esta lacuna na minha vida: ver um Beatle tocar. Quando foi confirmado o show, veio aquela palhaçada que vem acontecendo a cada grande show internacional que acontece no Brasil: ingressos caríssimos e que se esgotam em um dia (não esqueço nunca do stress que foi para ver U2 em 2006). Com Sir Paul não foi diferente, e não havia mais ingresso em questão de horas.

Praguejei durante todo o mês de outubro e novembro, mas deixei para lá. Disse que ia tentar ver em outro país. Mas quando foi chegando o dia, foi dando aquele aperto no coração... Na sexta, a TV anunciou o "aparecimento" (aham!) de alguns ingressos. E lá fui eu pro Morumbi tentar comprar a pista, por módicos R$ 300,00. Chegando lá, a pista estava esgotada (aham 2!) e só tinha a Pista Prime, pela bagatela de R$ 700,00. Apertei a tecla F, assinei minha entrada triunfal no Serasa e comprei o ingresso.

Nessa segunda, 22 de novembro, choveu. E qualquer chuva para a cidade de São Paulo. Engarrafamento récorde, e é nóis na fita levando 3 horas para chegar no Morumbi. Chegamos faltando apenas meia hora para o início do show. Na hora que entrei percebi que nasci para ser rica, e que foram os R$ 700,00 melhor aplicados da minha vida! Cheguei em cima da hora e fiquei num lugar sensacional, e enxergava numa boa, do alto dos meus 1,54m.


Paul McCartney entrou no palco, e daí não temos palavras para descrever. Não posso dizer que foi o melhor show da minha vida, pois devo lealdade a Bono Vox e a Simon Le Bon. Mas esse show foi épico, tinha uma aura de sonho. Caramba, era um Beatle alí, na minha frente! E ele foi um fofo! brincalhão, bem humorado, atencioso. E durante quase 3 horas ele cantou clássicos dos Beatles e da sua carreira solo. Setlist aqui. De quebra, homenageou Lennon e George Harrison, e foi muito emocionante.

Paul se esforçou para falar português (com colinha básica, óbvio), e fez alí, ao vivo, a melhor composição que eu vi: fez todo mundo levantar a mão e cantar com ele "tchudo bem in the rain, tchudo bem in the rain". Ok, ele compunha melhor com o Lennon, mas tenho certeza que toda vez que chover eu vou pensar nisso e vou sorrir!

Cantar com todo o estádio o nanananana de Hey Jude, Let it be... emoção inexplicável. Logo após o Give peace a chance, teve uma mulher que deu uma de João sem braço, empurrando. Ia brigar, mas resolvi dar uma chance à paz como pedia a música, e não briguei (mas não deixei ela passar, que eu não sou trouxa).

Esse show foi, sem dúvida, momento Top 5 de 2010. Quicá da década. Emoção para vida toda.

E o melhor de viver este momento, era saber que eu dividia ele com minha mãe, no seu camarote lá do céu. Mãe, esse Band on the run é para você!



PS: Olha só... a Rosana foi no mesmo dia que eu, e pelo ângulo, acho que estava bem perto de mim... vejam este post e assistam o vídeo dos melhores momentos que ela selecionou... dá para sentir o que foi esta noite mágica!

domingo, 21 de novembro de 2010

Encrenqueira COM causa!


Eu tenho fama de encrenqueira. Minha família e amigos sabem disso e se divertem horrores com minhas causas. É só eu me sentir enrolada por uma empresa, situação, ou pessoa, eu já estou estrilando. E levo até as últimas consequências. Ninguém me convence a ter conta no Banco Santander. Há 2 anos não entro no Shopping Eldorado depois de ser cobrada por estacionamento abusivo. Eu levo pra Procon, Juizado Especial, ligo pro SAC, pro Papa. Infernizo mesmo. Reclamo no twitter, faço barulho. Sou chata. Faço histórico, anoto protocolos, nomes, jogo na cara. Eu não gostaria de brigar comigo.

E, como diz o ditado, "fez a fama, deita na cama", as pessoas não entendem quando eu não quero brigar. Porque eu exijo meus direitos, mas eu tenho bom senso, e brigo pelo que acho justo. A novidade agora é me atazanar porque a minha mudança está demorando e eu estou aguentando calada.

Aí eu explico: está previsto em contrato que eles podem atrasar até dezembro. Se está previsto em contrato, que eu concordei e assinei, não posso falar nada. Apesar disso, toda semana o casal me passa posição da reforma deles. Eles estão sofrendo na mão de marceneiro, gesseiro, pedreiro e todos os "eiros" possíveis. E me deixam livre para já ir adiantando a minha obra no apartamento que eles não saíram. Ou seja, super corretos e preocupados comigo. Ora, se eu não me sinto LESADA, porque é que eu vou brigar ou pressionar o casal?

E como eu não brigo, e entendo que eles ainda não conseguem me dar uma data correta da mudança (que deve acontecer nos próximos dias), tem gente ao meu lado me ENCHENDO O SACO. Hoje escutei que essa mudança vai ficar para 2011 porque eu sou uma banana. Aí eu explico de novo: está no contrato, se atrasar para 2011 serei remunerada por isso, e eu não vou brigar porque não quero bad karma no meu apê.

Coisa mais chata. Criei a fama de briguenta, mas o que ninguém deve ter percebido é que eu brigo pelo que eu acredito, e não porque gosto de brigar. Não sou tão mal-amada assim!

Nota: a pessoa enchendo o saco não é meu pai, que efetivamente me abriga e me sustenta até o presente momento!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Faça-se luz!

Na Bons Fluídos deste mês tinha um artigo falando da importância da luz. O quanto lâmpadas queimadas e a gente não arrumar logo atrapalha a energia da casa. E que é normal, num ambiente de muito stress, que as lâmpadas queimem muito cedo.

Na hora pensei na sala aqui de casa, palco das encrencas de uma família barulhenta (mas que se ama muito). São 5 lâmpadas no teto, e sempre tem uma com problema para acender, ou queimando logo. E a gente sempre trocando, e enrolando para chamar um eletricista que cheque as instalações.

Depois lembrei do meu ex-apartamento. Dos 3 anos que fiquei casada, acho que uns 2 a lâmpada do quarto não acendia, ou dava problemas. A gente se arranjava com um abajur, que criava um clima mais intimista. Mas a lâmpada fazia falta (como muita coisa naquele casamento fazia falta...). Só arrumei o problema mesmo quando me separei e fiquei sozinha no apartamento.

No meu novo apartamento, se depender de mim, vai ter tanta energia boa que vou instalar um holofote de estádio de futebol! ah, se vou!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Under her umbrella...

Reza a lenda que os guarda chuvas existem para serem esquecidos. Quantos a gente já comprou e já perdeu? Quantos nos pedem emprestado na hora do aperto, e não nos devolvem? Porque o guarda chuva só tem importância na hora da chuva. No resto do tempo, ele é um acessório que incomoda, que atrapalha na bolsa, que molha o carro. Como somos ingratos com ele...

Por essa exata natureza do guarda chuva, aliada à minha conhecida sovinice, eu não gasto dinheiro com isso. Daí que em algum dia de 2009, num passeio no shopping com a mamãe, vi o guarda chuva roxo. Estava lá, na loja da Benetton, enfeitando a vitrine com esta cor que eu adoro. Custava caro demais para um guarda chuva que seria perdido daqui um tempo. Mamãe, como sempre desapegada ao dinheiro e totalmente focada em mimar suas filhas, entrou lá e me comprou o tal guarda chuva.

E hoje eu vivo um stress. Cuido desse guarda chuva como se fosse uma jóia. Quando alguém me pede emprestado, eu empresto ameaçando que a pessoa vai para o inferno se não me devolver, se quebrar. Porque eu nunca vou gastar esta grana em outro guarda chuva. E, mais importante que tudo, quem me deu este guarda chuva nunca mais vai repôr o estoque.

Quando abro o guarda chuva sobre minha cabeça, é como se a mamãe me protegesse, não só da chuva, mas de tudo. E proteção de mamãe é tudo de bom!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

500 dias com ela


Num dia de bobeira, de "zapeação" no controle remoto, acabei assistindo, sem nenhuma expectativa, o filme "500 dias com ela". Sem dúvidas, um dos filmes que mais me tocaram, me divertiram e me fizeram refletir sobre relacionamentos nos últimos tempos.

Tom é arquiteto, mas trabalha como escritor de cartões comemorativos. Ele fica sem chão quando a namorada Summer termina o namoro. E o filme mostra, de maneira não-cronológica, os 500 dias que ele leva entre o início da paixão e o desapaixonar-se.

É um filme delicioso. Não tem como não nos identificarmos em algum dos momentos:
- a comemoração de Tom quando faz amor com ela pela primeira vez. Quem de nós, em um momento de felicidade, não tem vontade de sair cantando na rua?
- a tristeza dele ao ouvir de Summer que passou a acreditar em almas gêmeas e destino depois de conhecê-lo, mas que não foi com ele que ela sentiu isso. Quantos de nós não teve que deixar um amor ir embora porque ele é mais feliz com outra pessoa?
- a sábia irmã de Tom pedindo para ele parar de lembrar apenas dos bons momentos, e ver o que foi ruim também. Quem de nós não precisou de um ombro amigo para fazer a gente ver a realidade e se levantar?
- e a fantástica cena realidade x expectativa. Esta aqui. Quantos de nós sonhamos tanto com um momento, e ele se mostra tão diferente na vida real? O beijo que sonhamos e não acontece? O quanto a expectativa pode nos magoar?

Enfim. Amei o filme. Amei os atores, as cores, a trilha sonora. Contei quase tudo, mas não contei o final. Que é feliz, que é o final que todos nós merecemos.

domingo, 7 de novembro de 2010

Da arte de receber elogios


Recentemente, escutei numa palestra que nós não sabemos receber elogios. Quando recebemos críticas, nos machucamos, interiorizamos, refletimos sobre isso por muito tempo. Mas quando recebemos um elogio, este não tem o mesmo efeito. Nossa primeira atitude geralmente é não aceitar (ah, que é isso? são seus olhos!), diminuir (essa blusa? ela é tão velha e tem essa mancha aqui) ou achar que estamos sendo enganados, que aquele elogio não foi sincero.

O grande desafio é ouvir o elogio, e aceitar enquanto verdade (claro, não vamos esquecer o bom senso e o desconfiômetro em casa). Mas que tal quando alguém elogiar o seu cabelo, responder "obrigada, eu também gostei do corte" e não desviar o elogio da pessoa para a raiz branca aparecendo?

Ontem eu recebi um elogio muito bonito, e resolvi aceitar e guardar comigo. Um amigo disse que eu tinha uma bela qualidade, que era a de sorrir com o olhar. Nunca tinha olhado para os meus olhos com esses olhos, mas gostei de saber que tenho olhos sorridentes.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

TOC define


Ter um blog me fez bem. Posso até exagerar e dizer que me salvou. Eu estava há tantos anos mergulhada em planilhas, números e orçamentos, e a minha criatividade deixada de lado. Escrever no blog me fez liberar pensamentos, idéias, bobagens, e como a criança que fui, e já falei neste post, brincar de colorir e enfeitar meu caderno.

Daí que toda coisa boa tem um lado ruim. Eu não consigo ser relax com as coisas. Se eu fico um tempo sem postar, me sinto relapsa e que não dou conta do recado. Às vezes, tenho idéias em horários inoportunos, e deixo para postar depois. E quando vou postar não tenho inspiração. Fico com o tema anotadinho, esperando. E muitas vezes, desisto de falar sobre aquele assunto.

E tem momentos que eu tenho surtos. Tenho idéias para 6 posts de uma vez. Só que eu não vou postar na mesma hora, para não cansar. O suspense e a periodicidade fazem parte deste negócio. Aí você, caro leitor, poderia me dizer: por que não deixa os posts pré-agendados? Querem saber porque? Porque SE EU MORRER, as pessoas vão ver posts publicados após a minha morte, e isso não faz sentido. E se o tema do post do além não for legal e comprometer meu karma?

Quer mais um TOC? E quando alguma pessoa da vida real me diz que leu meu blog? Putz! eu vou correndo no blog ver o que a pessoa deve ter lido, e tento adivinhar o que ela pensou, e se eu não falei nada que soasse como bobagem para aquela pessoa. Insegurança mandou lembranças, beijos.

Vejam bem, caros amigos, como é a cabeça do ser humano. A nossa capacidade de transformar hobbies em dores de cabeça! Parabéns, Mara!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sorria, você está sendo vigiado!


A gente vive na era BBB. Tem sempre alguém de olho. Tem sempre alguém filmando. Não dá para fazer nada de errado, que uma hora vem à tona.

E na vida corporativa, o BBB é ainda mais cruel. A empresa oferece benefícios, tenta motivar, busca treinar, mas, no fim das contas, a matemática é implacável: ou é produtivo, ou não. Ou tem iniciativa, ou é uma mosca morta. Ou faz parte do problema, ou faz parte da solução.

Passei duas semanas difíceis. Uma pessoa, pela qual tinha imensa simpatia, que promovi, que fiz de tudo, me traiu. E eu, manézona, ainda fiquei procurando minha parcela de culpa. "Coitada, se ela fez isso, foi porque eu fui ausente" - como se a ausência de um supervisor justificasse a casa da mãe Joana que aquilo se transformou. Para mim, demitir é a pior tarefa a ser feita. Sofro com um mês de antecedência. Só que parece que, enquanto eu me preocupo com a pessoa e seu futuro, ela não está nem aí com a empresa.

Triste é saber que alguém pensa que você é idiota e que não vê nada. Oi, sou boazinha, educada, engraçadinha, mas estou de olho, viu?